Índios ensinaram brasileiro a tomar banho. Por Yasmin Assagra, em Diário do Grande ABC
8 de agosto de 2021, domingo. Há 3 anos
Quando chegaram ao Brasil, em 1500, os portugueses, comandados por Pedro Álvares Cabral, não tomavam banho todos os dias. Assim como o personagem Cascão, criado por Mauricio de Sousa, fugiam da água. Só começaram a se lavar diariamente por influência dos povos indígenas que habitavam o País.
O incentivo à higiene e vários outros hábitos, além de comidas, palavras e até nomes de pessoas fazem parte da herança da cultura dos nativos.
Para se ter uma ideia, é difícil conhecer alguém que nunca se refrescou tomando um guaraná. O refrigerante, que muitas vezes vai na lancheira das crianças, leva o nome da fruta vermelha que era cultivada pelos indígenas na Amazônia.
Apesar de cada tribo (ou nação) de índios possuir sua própria cultura, existem alguns elementos que são comuns em praticamente todos os povos. Principalmente os produtos relacionados com nossa alimentação.Dentre eles se destacam a mandioca, que em alguns locais recebe o nome de aipim. Além dela, a tapioca, o milho e o açaí são alimentos característicos dos grupos indígenas brasileiros e que acabaram sendo incorporados à mesa das demais pessoas.
Existem muitas outras palavras que se tornaram comuns e que nasceram nas comunidades indígenas. Tamanduateí, nome do riacho que corta o Grande ABC, significa ‘rio dos tamanduás’ ou ‘rio de muitas voltas’, e Paranapiacaba, ao pé da letra, é o ‘lugar que se vê o mar’.
Se você se chama Jurema, Moacir, Tayná, Iracema ou Mayara ou tem algum amigo batizado com estes nomes, saiba que eles também foram herdados dos indígenas.Algumas danças, como o cateretê, também surgiram nas aldeias e acabaram sendo adotadas pelas demais pessoas, tornando-se integrantes do folclore nacional.Nos últimos anos tem sido cada vez maior o volume de notícias que relatam invasões aos territórios indígenas.Os primeiros habitantes que se tem história do Brasil merecem respeito e têm de ser protegidos pelas autoridades.Consultoria de Marta Marcondes, bióloga e coordenadora do projeto IPH (Índice de Poluentes Hídricos) da USCS (Universidade Municipal de São Caetano)