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Historia Naturalis Brasiliae. Por Equipe Itaú Cultural, em brasilianaiconografica.art.br (data da consulta)
7 de maio de 2024, terça-feira.
Historia Naturalis Brasiliae, de autoria de Willem Piso (1610-1678) e Georg Marcgraf (1610-1644), completa 370 anos em 2018. Trata-se de uma das obras mais importantes do registro artístico e científico do Brasil colonial. Publicada pela oficina Elsevier, de Amsterdam, em 1648, tornou-se a principal referência sobre a fauna e flora brasileiras até o século XIX. Foi utilizada, inclusive, como uma das fontes para a construção da taxonomia proposta por Carl Lineu (1707-1778) no século XVIII.

Em 1638, o médico holandês Willem Piso e o naturalista, astrônomo e cartógrafo alemão Georg Marcgraf, partiram para o Brasil como convidados da Companhia das Índias Ocidentais. Integraram a já instalada expedição holandesa de Johan Maurits van Nassau-Siegen (1604-1679) – o Conde de Nassau – no Novo Mundo. Willem Piso foi convidado como médico do conde, tendo como ajudantes Georg Marcgraf e Heinrich Cralitz. O médico holandês é um dos pioneiros da medicina tropical, tendo estudado doenças, tratamentos e dietas de povos indígenas na colônia holandesa no Brasil.

Piso e Marcgraf trabalharam juntos até 1641, quando o alemão passou a realizar seus trabalhos sozinho. O naturalista empreendeu incursões ao interior da colônia, realizando registros astronômicos, cartográficos e da fauna e flora brasileiras. Foi responsável pela produção do mapa mais detalhado da colônia holandesa no Brasil até o século XIX. Em 1644, viajou a Angola para a criação de um mapa dos territórios holandeses na África ocidental, mas faleceu no mesmo ano em São Paulo de Luanda, atual cidade de Luanda.

Marcgraf confiou seus manuscritos ao conde de Nassau, que financiou a publicação da Historia Naturalis Brasiliae. A obra foi editada por um dos diretores da Companhia das Índias Ocidentais, o geógrafo Johannes de Laet (1581-1649). De Laet teve o desafio de organizar uma obra composta por anotações de Willem Piso e Marcgraf, estas últimas em grande parte criptografadas. O naturalista alemão, possivelmente, temia ver seus trabalhos roubados e publicados. A organização realizada por De Laet ainda incorporou referências etnográficas e linguísticas de José de Anchieta (1534-1597) e do ex-jesuíta Manoel de Moraes (1596?-1651?). Também coletou relatos de outros viajantes não diretamente relacionados à expedição de Maurício de Nassau, como Willem Glimmer (1580-1626) e Elias Herckmans (1596-1644). O editor também adicionou à obra mais de cem notas de sua própria autoria e figuras de plantas desenhadas com base em exemplares secos, solicitados por ele e enviados por amigos.

A Historia Naturalis Brasiliae é composta por 12 livros. A primeira parte, de autoria de Willem Piso, discorre sobre doenças e tratamentos, venenos e antídotos, composta por quatro livros. A segunda, de autoria de Georg Marcgraf, contém sua pesquisa em zoologia, botânica, astronomia, cartografia, comentários sobre etnografia, além de materiais de outros autores e viajantes. A pedido de Nassau, seis exemplares foram coloridos à mão, com aquarela, e apenas um exemplar encontra-se em território brasileiro, parte da coleção Brasiliana Itaú.



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