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Inês Monteiro de Alvarenga, a Matrona (n.1582), consulta em genearc.net
1 de junho de 2024, sábado.
Inês Monteiro de Alvarenga, a MatronaNascimento: ~ 1582Origem: São Paulo, BrasilNasceu por volta de 1582, provavelmente em São Paulo.Foi a segunda dentre os dez filhos de Antonio Rodrigues de Alvarenga e de Anna Ribeiro.Casou-se com o Capitão Salvador Pires de Medeiros, filho de Salvador Pires e de sua segunda esposa, Mécia Fernandes (Mécia-ussú). Desde 1620, Salvador e Inês estabeleceram-se, "com numerosa corte de índios", em sua fazenda de Ajuá, na Serra da Cantareira, na região conhecida como Juqueri.Em 1642, já viúva, Inês requereu à Câmara de São Paulo revalidação das terras de sesmaria que possuía há 18 anos "nas cabeceiras do Bartholomeu Bueno", além de mais terras no Juqueri para os filhos casados.Por volta de 1650, seu filho mais velho, Alberto, assassinou a própria esposa (Leonor) e o cunhado. Os Camargo, da família de Leonor, revoltados, imediatamente procuraram vingança. Alberto tentou se esconder na casa da mãe, já viúva. Seus perseguidores, já altas horas da noite, dirigiram-se à fazenda de Ajuá e cercaram a casa da Matrona, gritando e fazendo tumulto. Exigiam que o assassino lhes fosse entregue, caso contrário incendiariam a casa.Quando as ameaças se tornaram insuportáveis, Dona Inês abriu a porta em lágrimas, segurando um crucifixo. Com eloquência, implorou a todos para que, em nome das chagas de Cristo, poupassem a vida de seu filho e o deixassem ser julgado pela Justiça do Reino. Tão ardorosa foi a súplica que a corajosa viúva conseguiu o que queria.Alberto foi preso e conduzido à vila de São Paulo, onde ficou aguardando julgamento sob custódia das autoridades. Em seguida foi levado a Santos e embarcado em direção à Bahia, onde seria finalmente julgado. Dona Inês, tentando auxiliar o filho a escapar das malhas da lei, viajou por terra ao Rio de Janeiro, disposta a conseguir sua liberdade a qualquer custo, de maneira lícita ou ilícita.Os inimigos de Alberto, entretanto, acompanhando o réu para garantir o cumprimento da lei, ficaram sabendo que a Matrona já se encontrava em Paraty aguardando a chegada do barco. Conhecendo Dona Inês, e prevendo suas intenções, optaram por fazer justiça com as próprias mãos. Assim, quando o barco deixava o porto da Ilha Grande, enforcaram Alberto e jogaram seu corpo ao mar.Este trágico episódio deu origem à famosa "guerra" entre Pires e Camargo, cujos registros nas atas da Câmara de São Paulo estendem-se de 1641 a 1765. Nos anos seguintes, Dona Inês, sedenta de vingança, manteve acesa a violenta guerra entre as duas famílias. Não deu trégua aos assassinos de seu filho e envolvia-se até mesmo nas disputas da Câmara, para impedir que os Camargos aumentassem sua influência política. Os adversários revidavam com o mesmo ânimo, investindo, às vezes, contra a própria casa da Matrona, na serra da Cantareira. De tais ataques, resultou, finalmente, a destruição da casa, "uma das maiores daquele tempo".Em 1655, representantes dos Pires e dos Camargos reuniram-se na Bahia com o governador-geral do Brasil, o Conde Dom Jerônimo de Athayde, e fizeram um acordo de paz, incluindo anistia a todos os crimes até então cometidos.O governador-geral, na ocasião, escreveu uma carta à Matrona, pedindo-lhe que perdoasse os inimigos, trazendo assim grande benefício à sua pátria e declarando-a "a principal pessoa em cujo arbítrio está a última conclusão da paz". Além disso, escreveu uma carta ao Rei, em que afirmava que "não era justo que, pela porfia de uma só mulher, que era a parte mais obstinada, padecesse toda uma capitania". Em 24 de Novembro de 1665, um decreto de Dom Jerônimo de Athayde determinou que as câmaras paulistas deveriam ter sempre o mesmo número de Pires e de Camargo, e mais um membro neutro. Foi mãe de cinco filhos e cinco filhas, citados acima.

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