Praça Fernando Prestes já teve um outro nome. jornalcruzeiro.com.br
4 de setembro de 2016, domingo. Há 8 anos
Na praça Coronel Fernando Prestes há dois monumentos, mas nenhum em homenagem a quem nomeia o local. Um busto pertence ao dr. Braguinha e fica de frente para o bulevar de mesmo nome e outro é do Monsenhor João Soares do Amaral. Um detalhe sobre a principal praça do Centro é que ela já teve outro nome. Quem conta é Adolfo Frioli, pesquisador da história de Sorocaba.
"Em 1930, quando ocorre a Revolução e a Câmara é destituída, o primeiro interventor de Sorocaba altera o nome de várias ruas e praças. Nesse período, ela deixou de ser Fernando Prestes e passou a se chamar João Pessoa, em homenagem ao vice-presidente de Getúlio Vargas", informa.
Frioli ressalta que em 1933 teve um pequeno período democrático e o povo sorocabano elegeu uma nova Câmara, que por sua vez escolheu um prefeito para a cidade.
"Esse prefeito [Eugênio Salerno] altera o nome da praça, que volta a ser Fernando Prestes, e para que o ilustre homenageado não ficasse de fora, a praça hoje conhecida como da Bandeira, recebeu o nome dele [João Pessoa]", afirma Frioli. E como todos sabem, o nome não pegou ali também. "Aí teve nova mudança e, por fim, levaram o nome de João Pessoa para uma rua da Vila Jardini", comenta o pesquisador.
Antes de receber o nome de Fernando Prestes, a praça central era conhecida como Largo da Matriz. "Em homenagem a esse presidente do Estado (hoje o cargo é governador), que ajudou Sorocaba no saneamento e encanamento de água domiciliar, é que a praça ficou sendo chamada dessa forma", ressalta Frioli.
O pesquisador conta em seu tempo de juventude, falar que iria à praça, era dizer que se dirigia à praça central, pois todas as outras eram conhecidas como largos. "Todos falavam assim, embora tivéssemos outras praças. O largo do Líder, por exemplo, ainda é conhecido dessa forma, mas trata-se da praça Frank Speers".
O comerciante Miguel Moreira Machado Júnior, 57 anos, proprietário de uma conhecida banca de jornais que fica na praça Fernando Prestes, afirma ter ouvido ao longo dos anos muitas histórias sobre ela, mas nunca que já tivesse tido outro nome. "Nem mesmo meu pai nunca comentou isso. Ele começou aqui há 68 anos e acredito que não tenha ouvido ninguém falar". (D.J.)