A carta de Diogo Nunes e a migração dos Tupi-Guaranis para o Perú
1950. Há 75 anos
Reeditando a carta de Diogo Nunes (1), não nos moveuoutro objetivo senão o de pôr em evidência um documentoque, supomos é significativo para o estudo dos movimentosmigratórios de índios do Brasil em direção ao Perú. Embora presumamos não ser possível identificar seguramentequais sejam os índios a que se refere Diogo Nunes, parecenos que se trata de índios da costa do Brasil, de cuja migração para o Perú existe relativa abundância de informações.Métraux em as "Migxations Historiques des Tupi-Guarani" (2), dá-nos uma relação das obras que trataram do assunto. A carta de Diogo Nunes, não constando da bibliografia citada por Métraux, servirá para completar os informes concernentes à migração em apreço, caso se trate realmente de um único e mesmo movimento migratório.Capistrano de Abreu em notas à obra "História Geral doBrasil", do Visconde de Pôrto Seguro (3), teceu diversos comentários em torno da carta de Diogo Nunes, bem comoprocurou identificar o autor da missiva, pois a existência dedois Diogo Nunes na mesma época, acarretou um enganopor parte de Pôrto Seguro ao "atribuir a um só os atos dedois Diogo Nunes". As referências de Pôrto Seguro a respeito de Diogo Nunes são as seguintes: "Enquanto, pois,em Espanha se preparava Orellana, ou se entretinha em dúvidas em juntar g~nte para a sua nova expedição (que sóveiu a poder realizar em 1545, e com bem má fortuna), como governador e capitão general e adiantado das terras doAmazonas, a que se propunha denominar Nova Andaluzia, e [p. 1 do pdf]