| | | Capitão Diogo Domingues de FariaNascimento: 1618Origem: São Paulo, SPNasceu em 1618, em São Paulo, SP.Foi o mais velho dentre os oito filhos de Amaro Domingues e de Catharina Ribeiro, a Filha. Diogo foi sertanista e, em 1658, participou da expedição que partiu de São Paulo rumo à Bahia, sob o comando do Capitão Domingos Barbosa Calheiros, "para combater o bárbaro gentio".Em 1659, na aldeia Tapurissé, no sertão da Bahia, Diogo foi testamenteiro de Manoel Garcia Bernardes, seu companheiro de expedição.Em 1679, esteve em Paranaguá, como Capitão-mor. A partir dali, por ordem do administrador-geral das minas, Dom Rodrigo de Castelo Branco, fez entradas pelo sertão em demanda de minas. Casou-se com Maria Paes (Rodrigues), filha (talvez) do Capitão João Paes e de Suzana Rodrigues, a Moça. Aos nove dias do mes de Fevereiro de mil e seis centos e noventa annos, faleceo da vida prezente, as onze horas da noite, o Capitam DIOGO DOMINGUES DE FARIAS, natural da villa de Sam Paulo, morador nesta villa de Nossa Senra da Ponte de Serocava, filho de Amaro Domingues e de sua molher Catharina Ribera, moradores da dita villa de Sam Paulo. Morreo com todos os sacramentos, está sepultado nesta Igreja Matrix, iunto a nave do coro p a banda da pia de baptizar; fes testamento; fes testamento, deixou de sufragios por sua alma cem micas, as quais se disse. Foram testamenteros Joam Pais Domingues, o Capitam P o Domingues Paes. Levou a crux da fabrica, e as mais da confraria, e não levou bandera por não aver. Diogo faleceu em 9 de Fevereiro de 1690, em Sorocaba, SP.Foi pai de seis filhos e três filhas:[do casamento com Maria:]
1.1. Maria Domingues das Candeias, nascida em 1647, em São Paulo, SP (batizada em 9 de Fevereiro de 1647). Casou-se com o Capitão-mor Martim Garcia Lumbria (ou Martinho Garcia Lumbria), filho de Miguel Garcia Carrasco e de sua segunda esposa, Isabel João. Martim faleceu antes de 1736, e Maria faleceu em 1736, em Sorocaba, SP, em "avançada idade". Martim foi nomeado Capitão-mor da vila de Itanhaém.Mais tarde foi morador em Sorocaba, onde foi "pessoa de respeito e autoridade".
1.2. Anna Domingues de Faria, nascida em 1648, em São Paulo, SP (batizada em Outubro de 1648). Casou-se com o Capitão Manoel Cardoso de Almeida, filho do açoriano Mathias Cardoso de Almeida e da brasileira Isabel Furtado (Prado). Manoel faleceu antes de 1683, e Anna casou-se pela segunda vez, em 1684 ou 1685, em Sorocaba, com Manoel Bueno da Fonseca, viúvo de Maria Leite (filha do português Manoel de Carvalho de Aguiar e da brasileira Potencia Leite), filho de Diogo Bueno e de Maria de Oliveira, a Filha. Sem filhos deste casamento.
Manoel Cardoso participou, como Capitão de infantaria, do corpo comandado por seu irmão, Mathias Cardoso, que acompanhou Dom Rodrigo Castelo Branco ao sertão de Sabarabuçú, em busca de ouro.Manoel Bueno "serviu os honrosos cargos da republica".Foi cavaleiro professo da Ordem de Cristo, "em cujo alvará de nomeação se faz honrosas referencias a seu avô, muito honrado e leal vassalo".Foi "um paulista adornado de morais virtudes, muita discrição, prudência e afabilidade".
1.3. Rosa, nascida em 1650, em São Paulo, SP (batizada em 6 de Agosto de 1650).1.4. João, nascido em 1652, em São Paulo, SP (batizado em 25 de Maio de 1652).
1.5. Sargento-mor Pedro Domingues Paes, nascido em 1654, em São Paulo, SP (batizado em 19 de Julho de 1654). Casou-se com Isabel Soares de Pontes, filha de Estevão Sanches de Pontes e de Mécia Soares Correa [citados em 1.5.]. Isabel faleceu em 1722, em Sorocaba. Em 1689, Pedro foi juiz de órfãos na vila de Sorocaba.Em 1682, participou da bandeira de seu irmão Brás ao sertão de Mato Grosso.
1.6. Martinho de Faria Paes, nascido em 1655, em São Paulo, SP (batizado em 30 de Novembro de 1655). Casou-se com Inês Sanches de Pontes, filha de Estevão Sanches de Pontes e de Mécia Soares Correa [citados em 1.3.]. Martinho faleceu em 1724, em Sorocaba.
1.7. Capitão-mor Brás Mendes Paes, nascido em São Paulo, SP. Casou-se em 1687, em Sorocaba, com Maria Moreira Cabral, filha do Coronel Paschoal Moreira Cabral, o Velho, e de Marianna Leme. Brás faleceu em Sorocaba. Brás foi morador na vila de Sorocaba.Em 1682, foi Capitão-mor de uma bandeira que chegou aos sertões de Mato Grosso. Nessa expedição, Brás, enganado pelo oficial espanhol que foi ao encontro da bandeira, estava prestes a assinar um documento oficial reconhecendo aquela região como território de Castela. Pedro Leme, o Torto, percebendo a sutileza do documento, e convenceu-o a não assinar. Com sua atitude decidida, os paulistas rebelaram-se contra os espanhóis, obrigando-os a se retirarem.Brás faleceu muito pobre, com mais de 80 anos de idade.
1.8. Amaro Domingues, casado com Anna Maria do Prado, filha do Capitão João Lopes de Medeiros e de Marianna da Luz. Amaro faleceu em 1682, em São Paulo, SP, e Anna casou-se pela segunda vez, com o Capitão José Correa de Lemos, filho de Antonio Correa de Lemos, o Velho, e de Maria de Quadros (Castilho). [filho natural, fora do casamento:]1.9. João Paes Domingues. Em 1690, João foi tutor de seu sobrinho Inocêncio, filho de Amaro.
Mathias Cardoso de Almeida
Nascimento: ~ 1605Origem: Terceira, AçoresNasceu por volta de 1605, na Ilha Terceira, no Arquipélago dos Açores, em Portugal.Casou-se em São Paulo, SP, com Isabel Furtado (Prado), filha do português Luís Furtado e da brasileira Felipa Vicente do Prado. Mathias foi “ativo sertanista que tomou parte em várias bandeiras”.Em 1641, participou da bandeira de Jerônimo Pedroso de Barros ao sul do Brasil.Em 1656, participou da bandeira de Luís Pedroso de Barros que chegou até o Peru. Faleceu antes de retornar, não se sabe a data. A notícia de sua morte chegou em São Paulo em 1662. Mathias faleceu entre 1656 e 1662, no sertão do Brasil.Foi pai de quatro filhos e duas filhas:
1.1. Bárbara Cardoso, casada com Domingos Lopes de Lima, nascido em Pernambuco, filho de Sebastião Lopes e de Maria de Lima. Domingos faleceu em 1667, em São Paulo, SP, e Bárbara faleceu após 1667.
Bárbara foi a instituidora da capela do Bom Jesus do Perdão (ou dos Perdões ou da Cana Verde, como chamam hoje), entre a cidade de Atibaia e a vila de Nazaré Paulista, “à distância de légua e meia de qualquer dessas povoações”. Foi ela que, no fim do século XVII, fez a doação do patrimônio, sendo dita capela, que foi benta em 1705, e colocada sob a proteção de seu filho, o Padre Manoel Cardoso de Lima, o qual nessa data obteve licença para aí batizar e fazer enterramentos sem prejuízo dos direitos do pároco da freguesia de Nazaré, a cuja paróquia pertencia e ainda hoje pertence.Bárbara foi proprietária de importante fazenda de cultura em Nazaré Paulista, a qual passou a seus descendentes.
1.2. Salvador Cardoso de Almeida, casado com Anna Maria Raposo da Silveira, filha do português Antonio Raposo da Silveira e da brasileira Maria Raposo de Siqueira. Salvador faleceu em 1690 (com testamento escrito em 1685). Após a morte de Salvador, Anna Maria casou-se pela segunda vez, com Paulo da Fonseca Bueno, filho de Diogo Bueno e de Maria de Oliveira, a Filha. Paulo faleceu em 1702, em São Paulo, SP.
1.3. Tenente-General Mestre-de-Campo Mathias Cardoso de Almeida, casado em São Paulo, SP, com Inês Gonçalves Figueira, nascida em Santos, SP, filha do Capitão Manoel Affonso Gaya e de Maria Fernandes Figueira.
Mathias foi nobre cidadão de S. Paulo e serviu os cargos da república. A seu respeito escreveu Pedro Taques:
Este paulista fez várias entradas ao sertão e conquistou grande número de índios bravos, e no modo da guerra contra os gentios se fez um famoso soldado com grande disciplina de modo que, entre os mais cabos do seu tempo, teve aplausos de excelente capitão.
Em 1672, quando Fernão Dias Paes Leme foi encarregado de comandar uma expedição à procura de esmeraldas no sertão de Sabarabuçu, solicitou o auxílio de Mathias Cardoso de Almeida. Para este efeito Fernão Dias justificou a necessidade que havia da sua pessoa, expressando ser muito conveniente que fosse como seu adjunto, por ter grande experiência daquele sertão e dos gentios dele, onde já havia conseguido entradas de importância, procedendo com muito valor e boa disposição na conquista dos gentios que domara. Em 13 de março de 1673, Mathias recebeu carta-patente de Capitão-mor para esta missão.
Em 1673, Fernão Dias e Mathias partiram para o sertão de Sabarabuçú (atual Sabará, MG) e Cataguazes, e penetrando naqueles vastos sertões, neles não perderam os exploradores os mais eficazes exames para o descobrimento da prata. Sendo passados 3 a 4 anos de constante trabalho e de vida laboriosa, toda empregada em busca de minas, à custa dos maiores sofrimentos de calamidades de um sertão inculto, retrocedeu Mathias com todos os mais que formavam o corpo militar com que de São Paulo saíra o governador Fernão Dias.
Em 1680, Mathias estava em São Paulo quando chegou o administrador geral Dom Rodrigo de Castelo Branco para organizar uma expedição para o sertão da serra do Sabarabuçú, a que vinha mandado pelo sereníssimo príncipe Dom Pedro. Em Janeiro de 1681, Mathias recebeu a patente de Tenente-General, pois Dom Rodrigo percebeu que, para conseguir sua entrada naquele sertão, precisava levar paulistas sertanistas de valor e experiência de guerra contra os índios bárbaros. Mathias ofereceu-se a participar da expedição sem receber soldo algum e, além disso, fornecer 60 negros seus para ajuda dessa jornada.
Além de Mathias no posto de Tenente-General, formaram-se três companhias de paulistas voluntários sem soldo algum, uma das quais capitaneada por Manoel Cardoso de Almeida (irmão de Mathias). A estas três companhias se reuniram os índios e alguns soldados que estavam em Santa Catharina, cuja colônia fora tomada pelos castelhanos, com seu governador feito prisioneiro. Entretanto, com este triunfo dos castelhanos naquelas paragens, notaram os paulistas que começava a aparecer uma total frouxidão em Dom Rodrigo (e no mineiro João Alves Coutinho) para a entrada no sertão, e se ia passando o melhor tempo da monção por estarem entrados em mês de Março.
No dia 16 de Março de 1681, em conseqüência, Mathias, estimulado do zelo e ardor ao real serviço, com desafogo de vassalo leal e brioso, apareceu na Câmara e expôs a seus oficiais que ele observara uma grande repugnância no mineiro Coutinho, que por ordem de Sua Alteza viera da Bahia para a busca das minas de prata, ouro e pedras preciosas; por cujo merecimento estava percebendo de soldo cada mês 20$000, havia já 2 anos e meio; e que nestes termos devia ser constrangido a ir, sem que a escusa que dava de seus achaques e idade avançada de 68 anos se lhe admitisse.
Sendo chamado pelos oficiais camaristas no mesmo ato o dito João Coutinho e, fazendo-se-lhe carga das suas escusas, disse que já não tinha dentes, e se achava muito impossibilitado para andar por sertão; porém que assim mesmo se sacrificaria a ir. Animou-se o Tenente-General Mathias Cardoso, dizendo naquela assembléia que ele não vencia soldo algum e só recebia a honra de se empregar no real serviço, por Sua Alteza querer desta vez ficar desenganado de haverem ou não tais minas; que já na jornada do sertão das Esmeraldas acompanhara muitos anos ao governador Fernão Dias Paes, à custa de sua própria fazenda, indo em pessoa com seus escravos armados, com pólvora, chumbo e balas; fazendo as despesas de todo o necessário para semelhantes empresas, sem gastar um só real da fazenda de Sua Alteza; e que da mesma forma obrava agora para esta jornada de Sabarabuçú com Dom Rodrigo; e que se obrigava a conduzir ao mineiro Coutinho em rede nos ombros de 60 índios seus administrados, que para isso os oferecia, e de lhe assistir com todo o necessário sustento no sertão, e que de tudo isto se lavrasse termo para todos assinarem; e assim se executou.
No início de Maio de 1681 a tropa de Dom Rodrigo saiu de São Paulo com 60 índios para o trem de sua pessoa, e outros 60 da administração do Tenente-General Mathias Cardoso, para conduzirem o mineiro João Alves, e 120 mais para o trabalho das minas.
No dia 26 de Junho de 1681, Dom Rodrigo, que marchara em direitura ao sertão, aportou ao arraial de São Pedro, onde o veio encontrar Garcia Rodrigues Paes, no qual se formou o auto de apresentação e entrega que lhe fez das esmeraldas que seu pai o governador Fernão Dias Paes havia descoberto no reino das Mapaxós para que fossem remetidas à corte a Sua Alteza.
Dom Rodrigo seguiu ao arraial do Sumidouro a tomar posse em nome de Sua Alteza dele e das demais terras que Garcia Paes lhe havia oferecido, e das serras das quais Fernão Dias extraíra esmeraldas. Nisto limitou-se a administração de Dom Rodrigo, e foi tal a sua inutilidade que, chegada aos ouvidos de Sua Alteza, este o mandou recolher por sua real ordem em 1682. Segundo Pedro Taques, a esta altura Manoel da Borba Gatto, vendo a inação de Dom Rodrigo, se precipitou tão arrebatado de furor, que, dando em Dom Rodrigo um violento empurrão, o deitou ao fundo de uma alta cata, onde caiu morto.
Em 1682, Mathias recolheu-se a São Paulo, el teve descanso somente até o ano de 1689, em que seu merecimento foi lembrado na Bahia para lhe ser confiada a pacificação do Rio Grande da capitania do Ceará, em conseqüência das hostilidades dos gentios daqueles ásperos sertões.
Pelos anos de 1687 ou 1688 os moradores da capitania do Ceará recorreram ao governador geral do Estado, pedindo socorro contra os gentios daqueles sertões, que tinham feito grandes danos na cidade e seu recôncavo. O governador pediu a São Paulo o socorro de sua gente, solicitando por carta de 30 de Agosto de 1689 ao Capitão-mor governador de São Vicente e São Paulo, que enviasse o socorro dos paulistas para a guerra dos bárbaros gentios do Rio Grande.
No ano de 1689, com efeito, o Mestre-de-campo Mathias Cardoso formou o seu terço em São Paulo, e se pôs em marcha através de 500 léguas de sertão até o rio São Francisco. Porém, como a gente do seu terço não era suficiente em número para a guerra, deixou ordenado em São Paulo ao Capitão-mor do seu regimento, que fosse formando os mais soldados da guerra e seus capitães, para todos saírem em companhia com o dito Capitão-mor, e irem incorporar-se com ele, Mestre-de-campo Mathias Cardoso no rio São Francisco. Com efeito o Capitão-mor formou em São Paulo as mais companhias de infantaria que ainda faltavam para o terço do Mestre-de-campo. Esta companhia do Capitão-mor marchou pelo sertão até o rio São Francisco, onde se achava postado o Mestre-de-campo, a quem o sobredito governador-geral do Estado constituiu governador absoluto da guerra contra os bárbaros gentios do Rio Grande e Ceará. Incorporado o Capitão-mor com o Mestre-de-campo no rio de São Francisco, nele ainda se deteve o exército paulistano quatro meses enquanto chegava a ordem do Governador para marchar este corpo e dar princípio à guerra intentada.
Destacou este militar corpos até a barra do Jaguaribe, cujo sítio foi destinado para arraial e acampamento. Deu-se princípio à guerra no sertão do Rio Grande, onde se matou e destruiu a maior parte do inimigo. Por espaço de sete anos em guerra viva andaram as armas dos paulistas debaixo sempre do comando e disposições militares de Mathias Cardoso, que aprisionando muita parte dos inimigos bárbaros e metendo-se outras de paz, deixou totalmente livre as terras do Rio Grande e Ceará.
Com esta conquista ficaram totalmente livres os grandes sertões do Rio Grande e Ceará, cujas terras depois desta guerra foram povoadas, como até hoje existem, com grande aumento dos reais direitos nos gados vacuns e cavalares, de que abundam os estabelecimentos por todo o Rio de São Francisco, Ceará e Piauí, e distritos das capitanias da Bahia, Pernambuco e Maranhão.
E os mesmos paulistas que foram triunfantes nesta custosa conquista, foram também os que abriram os trânsitos que até hoje seguem comunicando estas 3 capitanias.
Mathias ficou residindo, depois da guerra, nos sertões do Rio São Francisco onde teve copiosas fazendas de gado vacum e cavalar.
1.4. Luís, nascido em 1646, em São Paulo, SP (batizado em 20 de Maio de 1646).
1.5. Capitão Manoel Cardoso de Almeida, nascido em 1647, em São Paulo, SP (batizado em 19 de Janeiro de 1647). Casou-se com Anna Domingues de Faria, filha do Capitão Diogo Domingues de Faria e de Maria Paes (Rodrigues). Manoel faleceu antes de 1683, e Anna casou-se pela segunda vez, em 1684, em Sorocaba, SP, com Manoel Bueno da Fonseca, nascido em 1654, em São Paulo, SP, viúvo de Maria Leite (filha de Manoel de Carvalho de Aguiar e de Potencia Leite), filho de Diogo Bueno e de Maria de Oliveira, a Filha. Sem filhos deste segundo casamento. Manoel faleceu após 1700.
Em 1681, Manoel participou, como Capitão de Infantaria, na expedição comandada por seu irmão, Mathias Cardoso, que acompanhou Dom Rodrigo de Castelo Branco ao sertão de Sabarabuçú. 1.6. Catharina do Prado Cardoso, casada com Manoel Francisco de Oliveira.Luís FurtadoNascimento: ~ 1590Origem: Monsanto de Caminha, PortugalNasceu por volta de 1590, em Monsanto de Caminha, concelho de Viana do Castelo, em Portugal.Filho de Simão Furtado e de Catharina Luís.Casou-se em São Paulo, SP com Felipa Vicente do Prado (viúva do português Antonio Pereira de Avellar, falecido em 1602), filha do português João do Prado e da brasileira Felipa Vicente. Felipa faleceu em 1615, e Luís casou-se pela segunda vez, com Cosma Mendes, filha do português André Mendes (Affonso) e da portuguesa Isabel Affonso (Mendes). Em 1615, quando faleceu sua primeira esposa, Luís encontrava-se em bandeira no sertão, provavelmente na tropa do Capitão-Mor Lázaro da Costa.Luís e seu genro Francisco receberam terras de sesmaria "nas cabeceiras de Francisco de Siqueira, pelo caminho de Nossa Senhora de Conceição". Luís faleceu no início de 1636, em São Paulo, SP. Em seu testamento, datado de 1º de Março de 1636, foi chamado o tabelião Calixto da Mota às casas de Luiz Furtado, que andava "achacoso", para escrever seu testamento.Declarou ser primeiramente casado com [Felipa].[...] seus genros estavam inteirados de seus dotes e legítimas [heranças] que coube da mãe, menos Luiza, a quem ainda se devia parte da dita legítima.Declarou estar casado segunda vez com Cosma Mendes da qual houve dois filhos: Luiz Furtado e Pero Furtado.Declarou ter um filho bastardo chamado Manoel cuja mãe era do gentio da terra e solteira, ao qual deixava algum dinheiro e uma roupa de pano verde usada.Deixou algumas coisas ao filho Luiz Furtado.Deixou a rapariga por nome Tenória (sic) à sua neta Bárbara, filha de Mathias Cardoso.Pediu a seu irmão Leonel Furtado que fosse seu testamenteiro e curador dos filhos menores.Em seu inventário, constam:O procurador da viúva, Pedro Fernandes Aragonês, reclama em nome da viúva de umas coisas que estavam na casa da vila e que tinham sumido.Respondeu Leonel Furtado que nada tinha furtado, só sabia de uma camisa que o defunto levara à cova, que ele mesmo Leonel tinha vestido. Idem um pouco de cêra.O genro Francisco pediu para ter a órfã sua cunhada em sua casa porque era muda, obrigando-se a sustentá-la. Recebeu a órfã e seus bens e peças.Seus genros Francisco e Mathias, com suas esposas, não quiseram herdar.Monte-mor: 193$580 réis.Terras em Uurubuapira, compradas de João Gago da Cunha, e outras compradas de Gaspar Afonso.Transcrição de 1601, de termo de escritura passado na casa de Francisco Teixeira, onde estava de pouso Francisco Farel e sua mulher Beatriz; declarou o casal que tinham terras dadas por Jerônimo Leitão na banda do além Anhembi, que venderam parte a Henrique da Cunha e parte a João Gago; e em 1628, João Gago da Cunha vende essas terras a Francisco Rodrigues e Luiz Furtado e sua mulher Cosma Mendes.Transcrição da escritura de venda das terras de Afonso Dias "[...] é verdade que estou pago de dois mil réis [...] de terra que vendi em Urubuapira a Luiz Furtado". Estas terras tinham sido de Gaspar Afonso, primeiro marido da primeira mulher de Afonso Dias. Ele e sua mulher Francisca Cubas venderam a Antonio Pereira em 1601.Termo de posse que Sebastião Fernandes Camacho dá a Luiz Futado de terras ao pé da serra, que foram adquiridas em leilão judicial.O processo de herança de tais terras se arrastou com vários procuradores e curadores, pelo menos até 1680. Foi pai de três filhos e três filhas:[do primeiro casamento:]1.1. Antonia Furtado, casada com Francisco Rodrigues Sapateiro, filho de Affonso Pires Rodrigues e de Anna Affonso. Francisco faleceu em 1652 em Taubaté, SP, e Antonia faleceu antes de 1672.1.2. Isabel Furtado (Prado), casada com o português Mathias Cardoso de Almeida, nascido na Ilha Terceira, no arquipélago dos Açores. Mathias faleceu em 1656, no sertão, e Isabel faleceu em 1683, em São Paulo, SP.1.3. Luzia Furtado, nascida em 1615. Luzia faleceu após 1636. Solteira. Luzia foi descrita no testamento e no processo de herança como "muda", "mentecapta" e "impedida dos sentidos". [do segundo casamento:]1.4. Luís Furtado, nascido em 1618. Luís faleceu antes de 1638, no sertão.1.5. Pero Furtado, nascido em 1619.[filho natural, com uma índia, fora do casamento:]1.6. Manoel. Manoel faleceu antes de 1637.Felipa Vicente do PradoNascimento: ~ 1580Origem: São Paulo, BrasilNasceu por volta de 1580, provavelmente em São Paulo.Foi a sexta dentre os onze filhos do português João do Prado e da brasileira Felipa Vicente.Casou-se com o português Antonio Pereira de Avellar. Antonio faleceu em 1602, e Felipa casou-se pela segunda vez, com o português Luís Furtado, nascido em Monsanto de Caminha, filho de Simão Furtado e de Catharina Luís.Foi mãe de um filho e três filhas, citados acima.Felipa faleceu em 1615.Após a morte de Felipa, Luís casou-se pela segunda vez, com Cosma Mendes, filha do português André Mendes (Affonso) e da portuguesa Isabel Affonso (Mendes).
Diogo Bueno
Nascimento: ~ 1620Origem: São Paulo, SPNasceu por volta de 1620, em São Paulo, SP.Foi o sétimo dentre os nove filhos do Capitão-mor Amador Bueno da Ribeira, o Aclamado, e de Bernarda Luís Camacho. Diogo “foi da governança de São Paulo”.
Casou-se com Maria de Oliveira, a Filha, filha de Pedro Leme, o Neto, e de sua segunda esposa, Maria de Oliveira (Leme). Diogo faleceu em Janeiro de 1700, em São Paulo, SP. Em seu testamento, datado de 28 de Outubro de 1699, Diogo declara:
Meu corpo será sepultado na capela da Terceira Ordem de São Francisco, na sepultura de minha mulher.Declaro que meu filho, o reverendo padre Diogo da Fonseca, fez doação de tudo quanto lhe podia pertencer de minha fazenda como herdeiro, à sua irmã Isabel a qual doação se achará no cartório.Declaro que, pagos os meus legados, deixo o remanescente de minha terça a minhas filhas Marianna e Isabel.Declaro que por morte de minha mulher não fiz partilhas com meus filhos.Declaro que me deve Jerônimo Pedroso de Oliveira 27$200 réis e eu devo ao dito 4$320 réis.Declaro que me deve meu irmão Antonio Bueno.Declaro que devo dinheiro no Juízo dos Órfãos.Declaro que, para benefício do contrato que tivemos com Manuel Lobo, comprei 13 barris, digo, 13 frasqueiras, que custaram 28$800 réis, e assim mais 57 barris, que custaram 18$240 réis, e uns funis que custaram $760 réis, e dois ternos de medidas por uma pataca, que tudo foi a bem do contrato, o que meus testamenteiros ajustarão.E o dito Manuel Lobo deve dar conta das pipas em que também somos meeiros, e em tudo o mais que pertence ao dito contrato.
Em seu inventário, constam:Um sítio na paragem Cambarapiguçava, que parte com a tapera que foi de Jerônimo de Camargo.Uma morada de casas na cidade de São Paulo.Outra morada sita na mesma rua do Capitão João Dias da Silva, que parte com as casas atrás lançadas e da outra banda com as casas que foram de João de Moura Camello.Uma sorte de terras de capoeiras no bairro de São Pedro.Uma légua de terras na paragem Itaporipoí, que constam por escrituras. Foi pai de sete filhos e cinco filhas:
1.1. Bartholomeu Feio Bueno. Solteiro. Em 1729, Manoel era morador nos Campos dos Goitacazes, onde “tem a maior parte dos bens desta fazenda, em seu poder há mais de 20 anos”.
1.2. Antonio Bueno da Fonseca. Antonio faleceu antes de 1700. Solteiro.
1.3. Bernarda Luís de Oliveira, nascida em 1652 em São Paulo, SP (batizada em 28 de Janeiro de 1652). Casou-se com o português João Franco Viegas, nascido em 1643, em Portel, filho de Lourenço Franco Viegas e de sua segunda esposa, Úrsula Godinho. Bernarda faleceu em 1683, e João faleceu antes de 1729, em Minas Gerais.
1.4. Paulo da Fonseca Bueno, nascido em 1653, em São Paulo, SP (batizado em 31 de Maio de 1653). Casou-se com Anna Maria Raposo da Silveira, viúva de Salvador Cardoso de Almeida, (falecido em 1690, filho do açoriano Mathias Cardoso de Almeida e da brasileira Isabel Furtado (Prado) [citados em 1.5.] ), filha do português Antonio Raposo da Silveira e da brasileira Maria Raposo de Siqueira. Paulo faleceu em 1702, em São Paulo, SP. Paulo “teve sempre as rédeas do governo”.Ocupou por muitos anos o cargo de juiz de órfãos, em São Paulo, SP.
1.5. Manoel Bueno da Fonseca, nascido em 1654, em São Paulo, SP. Casou-se com Maria Leite, filha do português Manoel de Carvalho de Aguiar e da brasileira Potencia Leite [citados em 1.9.]. Após a morte de Maria, Manoel casou-se pela segunda vez, em 1684, em Sorocaba, SP, com Anna Domingues de Faria, viúva do Capitão Manoel Cardoso de Almeida (falecido antes de 1683, filho do açoriano Mathias Cardoso de Almeida e da brasileira Isabel Furtado (Prado) [citados em 1.4.] ), filha do Capitão Diogo Domingues de Faria e de Maria Paes (Rodrigues). Manoel faleceu após 1700. Sem filhos. Manoel “serviu os honrosos cargos da republica”.Foi cavaleiro professo da Ordem de Cristo, em cujo alvará de nomeação se faz honrosas referencias a seu avô, muito honrado e leal vassalo.Foi “um paulista adornado de morais virtudes, muita discrição, prudência e afabilidade”.
1.6. Jerônimo Bueno. nascido em 1656, em São Paulo, SP (batizado em 19 de Janeiro de 1656). Jerônimo faleceu antes de 1700. Solteiro.
1.7. Padre Diogo Bueno da Fonseca. Diogo faleceu após 1700.
Diogo foi padre da Companhia de Jesus, grande na ciência e nas virtudes que soube praticar.
1.8. Maria Bueno, nascida em 1660, em São Paulo, SP (batizada em 30 de Março de 1660). Casou-se em 1697, em São Paulo, SP, com o Sargento-mor João Carvalho da Silva Aguiar, filho do português Manoel Carvalho de Aguiar e da brasileira Potencia Leite [citados em 1.5.]. Maria faleceu antes de 1729, e João após 1729. João foi sargento-mor do terço de auxiliares, e “ocupou os cargos do governo em São Paulo”.Foi “opulento em bens”, porém sua excursão às minas de Cuiabá com seus escravos, onde pretendia aumentar sua fortuna com a extração de ouro, foi desastrada. Perdeu em viagem muitas canoas na arriscada navegação dos rios, muitos escravos vitimados pela febre das vazantes dos rios, de modo que foi avultado o prejuízo e profundo o golpe nos seus bens”.
1.9. Anna de Ribeira, casada com João de Moura Camello. João faleceu em 1699, em São Paulo, SP, e Anna faleceu antes de 1729.
1.10. Isabel Bueno. Solteira. Isabel faleceu “em avançada idade”.
1.11. Francisco Bueno Luís da Fonseca, nascido em 1666, em São Paulo, SP (batizado em 20 de Fevereiro de 1666). Casou-se com Maria Jorge Velho, nascida em Santana do Parnaíba, filha do Capitão Salvador Jorge Velho e de Margarida da Silva. Maria faleceu em 12 de Abril de 1752.
Francisco foi, por muitos anos, morador em Santana do Parnaíba.Mais tarde mudou-se para o sítio do Vuturuna, no Rio das Mortes, onde já morava em 1729.
1.12. Marianna Bueno de Oliveira, casada após 1700, com João Dias da Silva, viúvo de Isabel da Silva (falecida em 1710, filha do Capitão João Leite de Miranda e de Anna da Silva Falcão), filho de Manoel Dias da Silva, o Bixira, e de Catharina Rodrigues. Sem filhos. João faleceu em 1726, e Marianna faleceu em 1755. João “foi prestante cidadão, que teve voto de respeito nas matérias de governo e nas do real serviço”.Foi juiz de órfãos, confirmado por provisão régia que o mantinha nesse cargo até haver proprietário. Foi ele quem mandou fazer o cofre de três chaves para segurança dos órfãos.Em 1711, por ocasião da segunda invasão dos franceses no Rio de Janeiro, apesar de ocupar o cargo de juiz de órfãos, “acudiu em pessoa a Santos com socorro de gente armada a sua custa”.Foi nomeado Provedor dos reais quintos e Procurador da Coroa.João faleceu “rodeado do aplauso e estima dos capitães generais, governadores e ouvidores de São Paulo”. | |