As populacoes indígenas do Rio Grande do Sul vistas pela etno-historia: Os Kaingáng, os Charrua/ Minuano, os Guaraní
1996. Há 29 anos
uma sociedade em conjunto como se vê para o Combate de Dayman quando"crianças participavam na confecção de flechas" num esforço desesperadode guerra nos idos de 1831, ao tempo de Don Fructuoso Rivera.Levados pelo constante confronto com o sistema colonizador, seriaimpróprio não referirmos as mudanças quanto ao instrumental de guerramesmo que conservassem muitos dos seus. Outros aspectos da CulturaCharrua/Minuano são tratados em capítulo a parte -Enfermidades. morte,luto e crenças. Nele, especialmente aqueles ligados às suas crenças,chamam a atenção pela "quase inexistência de uma religião organizada",mas sim pela crença em qualquer tipo de superstição. Nesta ou nestas, o"feiticeiro" era a culminância do poder espiritual. Esta característicaexplicaria a dificuldade Charrua/Minuano em assumir o cristianismo, tentadopelos missionários jesuítas e de outras ordens religiosas. Contrapondo-sea isto, nos impacta a beleza de seus ritos funerários distintos para os doisgrupos e de modo especial no que diz respeito ao sepultamento e ao lutocomo um acentuado respeito hierárquico.Ultimam cada unidade estudada as referências bibliográficas da formacomo já é peculiar aos nossos trabalhos. Fechamos esta Monografia sobreos Charrua/Minuano à maneira de conclusão com algumas interrogaçõesque deixamos parà os Pesquisadores que nos continuarem. Resumidamentesão: Por que os Charrua/Minuano não foram incorporados mais rapidamenteao contexto colonial? Por que os índios conseguiram uma incorporaçãoapenas periférica? Por que, finalmente, não aceitaram o aldeamento que lhesfora proposto?Para as mesmas, anotamos nossas respostas à maneira de hipóteses,de trabalho e não raro de meras reflexões.Para os GUARANÍtemos Lideranças indígenas no começo das reduçõesjesuíticas da província do Paraguay também publicada pela RevistaPesquisas, Antropologia nº 47, 1992; é a terceira monografia sobre. aspopulações indígenas do Rio Grande do Sul. Consta de 197 páginas, váriosmapas e uma tabela.Nesses mapas, mostramos não apenas as reduções como também todaa movimentação das mesmas durante os 150 anos de atuação missionáriajesuíta. Na tabela fazemos uma relação nominal dos 149 "caciques"biografados, sua área ou áreas de atuação e não raro suas funções tambémcomo "chefes religiosos".De início, num estudo baseado especialmente nas Cartas Ânuas, numaabrangência de 1609 a 1637, além da consulta a muitos estudiosos da culturaguarani, pretendiamos destacar apenas as "lideranças Indígenas" ao tempoda Conquista. Levados pelo afã de uma colocação mais pormenorizada,mudamos nossa ótica de ação porque, como também dizemos na Introdução,A história das Missões Guarani, fundadas pelos jesuítas na Bacia do Rioda Prata, Antiga Província do Paraguay, já foi contada inúmeras vezes: doponto de vista político, econômico, religioso, social. Nossa intenção não érepetí-la sob esses aspectos, mas olhar para as lideranças indígenas na [p. 14 do pdf]
das forças antagônicas. Finalizamos este ítem com a colocação de Macielde Lorenzana S.J. que bem sintetiza a situação: "La razón de estar esta jentetan temerosa y costar tanto a reducirse es el persuadirse que ser cristianono es otra cosa sino hacerse ellos y sus hijos y sus pobres haciendasesclavos de los espaiioles; todo está en las violencias que han experimentadodespués que vinieron los espaiioles a esta tierra, sin haber quien volviasepor ellos, porque está tierra está siempre casi sin Prelado ... ".
Fundações na Frente Missionária do Guayrá. Seus líderes abrange dois ítems A Terra e sua História que conta a situação do Guayrá hoje pertencente ao Paraná atual. Nela distinguimos Terras de Tayobá, a oeste do estado, cujo chefe principal tem o mesmo nome em decorrência de sua atuação na área; Terras de Tibaxiba e Terras de Maracayú no alto Paraná fronteira do rio lguaçu na qual, entre outros problemas poderíamos lembrar a polêmica em torno da extração da erva-mate. Todas as três áreas têmimportância renomada nos envolvimentos que resultaram nas Reduções da Frente Missionária do Guayrá sobre a qual discorremos sob o título As Reduções e caciques do Guayrá. Contamos, de forma resumida e de acordo com as informações, o histórico de cada uma das 11 Reduções fundadas entre 1610 e 1630.
Destacamos em especial as duas primeiras, Nuestra Seiiora dei Loreto sobre o Rio Paranapanema e San lgnacio dei Guayrá, sobre o seu afluente, o Pirapó. Foram fundações dos padres Masseta, Cataldino e Montoya em 1610, foram as melhor organizadas, as mais populosas e as únicas que subsistem à destruição do Guayrá quando são transferidas para a Argentina, integrando a Frente Missionária doUruguay com os nomes de Nuestra Seiiora dei Loreto e San lgnacio, Miní. Elas resumem praticamente toda a história do Guayrá, desde a sua instalação como Frente Missionária até a sua derrocada final, que pode ser lida também através da história dos dez caciques ou lideres biografados, cujos nomes vêm expressos nos textos.
Tratamento igual recebem as demais Reduções com seus líderesconforme constam em mapas específicos com suas localizações segundoHernandez 1933.Historiamos com a mesma metodologia as outras Quatro FrentesMissionárias; do Paraguaycom suas 10 Reduções e seus 9 caciques; FrenteMissionária do ltatim com aproximadamente 9 Reduções além dos Povoadosdo lpané e lbu com relação de aproximadamente 20 caciques. FrenteMissionária do Uruguay com 26 Reduções concentradas, parte à margemocidental e parte à margem oriental do Rio Uruguay, seu histórico, semprerespeitando ambas as situações geográficas que nos permitem contartambém a história de seus líderes em número superior a 70 indivíduos comatuação funcional múltipla e em diferentes frentes missionárias, conformetabela incisa ao final do texto com o Apêndice.Para todas as cinco Frentes Missionárias, além das indicaçõesbibliográficas pertinentes, ilustramos com Mapas (Mapa 3) da localização das [p. 20 do pdf]