' Consulta em ancestors.familysearch.org - 16/12/2024 de ( registros) Wildcard SSL Certificates
font-size:75;' color=#ffffff
2020
2021
2022
2023
2024
100
150
200
203
Registros (777)Cidades (170)Pessoas (1015)Temas (309)


c
Consulta em ancestors.familysearch.org
16 de dezembro de 2024, segunda-feira. Há 1 anos
O povoamento de Sorocaba pelos europeus é uma das questões mais embaraçadas da História primitiva do Brasil. Ainda ninguém tornou bem claro o que ocorreu nos primeiros tempos da região, e se houveram pelos menos três vilas. Uma é Nossa Senhora de Montserrat, em Araçoiaba. Outra, São Felipe, no bairro Itavuvu. E atual Sorocaba.

Aqueles que dão notícia de alguma delas, torna bem clara a distinção, em outros lugares perde-se de vista. Nenhuma explicação é satisfatória para explicar os motivos das mudanças. Apesar de investigações cuidadosas e de minuciosos exames locais, até agora não se sabe onde tais vilas foram situadas, ou mesmo se foram situadas; eram na região situada nas proximidades de Sorocaba e com o nome São Felipe, talvez não tivesse existido vila alguma.

Todos que escrevem sobre a História de Sorocaba afirmam que, entre 1610 e 1611, a vila de Nossa Senhora de Montserrat, no Ipanema, foi transferida para o Bairro Itavuvu, e renomeada São Felipe.A instalação de um pelourinho simbolizava a elevação de um local povoado á categoria de Vila. Raramente pelourinhos foram colocados em locais não povoados. Teria sido instalado primeiramente no Ipanema, na vila denominada Nossa Senhora de Montserrat. Depois teria sido mudado para o bairro Itavuvu, e a vila foi renomeada São Felipe. Por fim, deslocado para o atual local, vila de Sorocaba.

Quando foi instalado em Nossa Senhora de Montserrat?

Partindo de São Paulo, cerca de 18 dias depois, em 3 de junho de 1599, Francisco de Sousa (1540-1611), 7° Governador-Geral do Brasil, teria chegado a região de Sorocaba. Mesmo Luís Castanho de Almeida (1904-1981), quem mais estudou a questão, em 1964 escreve que ele fundou no local a vila de Nossa Senhora de Monte Serrate, erigindo o pelourinho (...) [9049].

Três anos depois, na Revista do Instituto Histórico e Geográfico de S. Paulo, Castanho de Almeida [24432], sobre “Nossos Bandeirantes - Baltazar Fernandes” ,concorda com o Senador Vergueiro (1778-1859), em 1822, e Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937), em 1901. Dizendo que o pelourinho que em 1600 erguera na Araçoiaba (...) Sempre lemos nos historiadores, aliás sem documento escrito, mas baseado na tradição, que o Itavovú atual é o São Filipe, fundado de 1600 a 1611.

São Felipe - Quando foi mudado?

Francisco Adolfo de Varnhagen (1816-1878), sorocabano, considerado o "Pai da História" no Brasil, em sua monumental "História do Brasil", de 1854, diz que

" D. Francisco indo em 1610 a Biraçoiava (Ipanema), e vendo que não prosperava ahi a villa que fez annos antes criára, ao mesmo tempo que espontaneamente se iam aggrupando muitos moradores (...) áquem junto a uma ponte do rio Sorocaba, onde os Benedictinos levantavam ja um hospício, transferiu para ahi o pelourinho, com ideas, diz-se, de fundar uma cidade com o nome de S. Filipe, por gratidão ao soberano que pouco antes o agraciára. Em todo caso em vez deste nome prevaleceu o de Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba, ou simplesmente o de Sorocaba; proveniente talvez de muitas vossorocas ou barrancos que ha nas immediações. Dahi a pouco D. Francisco passava, por sua morte, a gosar do mais triste dos privilégios que havia obtido, succedendo-lhe seu filho D. Luiz de Souza." (...)

1 - Beneditinos já tinham se estabelecido aquiAssim como o jornal Correio Paulistano, em 1940, e Jesuino Felicissimo Junior (1910-1994), em 1969

Regressando da Espanha em 1610, D. Francisco de Souza conformou-se com o êxodo de Araçoiaba, mas mudou o nome de Itavuvu ou Itapeboçu para São Filipe, em homenagem a Filipe II da Espanha e I de Portugal, mandando instalar um pelourinho, para atribuir-lhe fotos de autonomia e câmara.

Em 1611, pouco antes de morrer, D. Francisco (...) elevou o novo local com o nome de vila de São Filipe, afirma Castanho de Almeida, e ressalta que entre 1611 e 1654, tudo é silêncio [9049] na História de Sorocaba, e que as Atas se calam sobre o fim de D. Francisco. Por elas sequer sabemos quando exatamente ele morreu. E não sabemos, ainda hoje, onde foi enterrado. Por aproximação, estima-se que tenha morrido entre 10 e 11 de junho de 1611, em meio a uma epidemia que atingia a vila. Ou seja, não sabemos bem quando, nem onde e muito menos de quê morrera o governador.As versões dão conta mais das ansiedades de cada um do que de uma informação legítima. Até mesmo nas versões de sua morte o governador foi apresentado de diversas maneiras. E talvez essa série de versões nos ajude a revelar um pouco mais do que foi a história da região nas décadas posteriores: uma disputa acirrada por hegemonia e pelos despojos do governador, com alianças instáveis, conexões interrompidas e a eclosão de grupos e facções em confronto. [24461]

Mudança para o atual local

Ano em que termina o "silêncio", ano escolhido, em 1954, como aquele em que Sorocaba foi fundada. Consta no “Ensaio” de um quadro estatístico da província de São Paulo", de 1839: A cidade de Sorocaba foi fundada,e levantado pelourinho, nela por despacho de D. Francisco de Souza, governador que então era, no ano de 1654, no bairro de Itevovu (...)

No dia 2 de março de 1661 Balthazar Fernandes teria entregue à Salvador Correia de Sá e Benevides o pedido para a mudança do pelourinho. Em 2014 o jornalista e historiador, Sérgio Coelho de Oliveira, escreve em “Baltazar Fernandes: Culpado ou Inocente?”

Como se fosse coisa de Deus, a oportunidade de se fazer o pedido surgiu "de bandeja", com a visita do capitão Salvador Correa da Sá Ybenavid (e Benavides), governador da Repartição Sul, a que pertencia a São Paulo. Na versão mais correta, ele esteve fugindo de problemas que enfrentaria com os moradores do Rio de Janeiro, sede do governo da Repartição Sul.

Salvador, uma das pessoas mais influentes do Brasil da época, era muito amigos dos Fernandes, desde os tempos do Paraguay. Balthazar não teve dúvidas, encilhou o cavalo e seguiu para São Paulo, levando consigo um pedido para elevação de Sorocaba à Vila. Alguns historiadores defendem outra versão, mais viável, de que ele não foi, por estar muito idoso e adoentado. Teria mandado uma representação. Afinal, era uma cavalgada de três dias, quase 100 quilômetros, um sacrifício, um heroísmo para um homem de 80 anos.


De fato, estranho, pois, já escrito acima, em 1599, esta viagem levava cerca de 18 dias, e em 1711, quando o sertão paulista já estava trilhado e as comunicações eram mais fáceis, dizia “que eram precisos doze dias de viagem para transpor a distancia que separava essa localidade da villa de S. Paulo.” []

No mesmo dia Salvador enviou o requerimento ao ouvidor da comarca, Antonio Lopes de Medeiros e no dia seguinte, 3 de março, o processo retorna à mãos do governador, que dá o despacho final, autorizando a "mudar o pelourinho dentro do mesmo termo. [21228]

Castanho

e agradando ao Ouvidor do Donatário, Salvador fê-lo verificar a verdade do requerimento e. autorizou a mudança real ou simbólica (podia-se fazer outro nôvo) (...) Sabe-se que o pelourinho foi mudado concretamente (ou se erigiu outro, sendo simbólica a mudança), para o Itavuvú e por ordem de Dom Francisco de Souza, com certeza histórica indireta. Isto é, em 1661 Baltazar Fernandes requereu a mudança do pelourinho erigido por Dom Francisco de Souza a légua e meia da atual Sorocaba. [9049]

Um dos documentos mais antigos, datado em 2 de novembro de 1815, escrito por Pedro Nolasco da Sagrada Familia, então presidente do Mosteiro de S. Bento de Sorocaba, portanto um dos mais "confiáveis", diz

que quando se mudou a Vila, que primeiramente era fundada no lugar denominado Itarireoú (...) para o local em que existe, em 1665, desde logo principiaram os choques entre a Câmara e o Presidente do mosteiro, sobre quererem os Camaristas senhorearem- se das nossas terras para o Rocio desta Villa.

Distância

8,1km18,6 km

Em 1755 Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777), escreve sobre a distância entre os pelourinhos. Conforme Castanho de Almeida (1964), "repetiram os cronistas e historiadores duzentos anos por um equivoco de Taques:

Continuam os escritores, uns aos outros se copiando, a dizer que este povoado se chamava Itapevuçú, quando é ressabido em Sorocaba que Itavuvú, corruptela de Itapevuçú, é duas léguas a nordeste. Quanto a êsse local ser o Itavuvú é verdade que a distância de légua e meia podia recair em outros sítios, mas não naquele que os cronistas acertaram chamando Itapebuçú e só erraram confundindo-o com o Ipanema, que está a três léguas. [9049]

Curioso que Castanho de Almeida, novamente, em 1967, diz que o lugar chamado Sorocaba distancia légua e meia do Itavovú ou São Felipe.
Em 1815 Pedro Nolasco diz que o Itarireoú, légua e meia distante do novo mosteiro.

Varnhagen diz o seguinte:

(...) em 1610 " que espontaneamente se iam agrupando muitos moradores três léguas áquem junto a uma ponte do rio Sorocaba, onde os Beneditinos levantavam já um hospício, transferiu para alí o pelourinho, com ideias, diz-se, de fundar uma cidade com o nome de São Felipe por gratidão ao soberano, que pouco antes o agraciara.

Jesuíno Felicíssimo Junior:

Durante a ausência de D. Francisco de Souza, em 1605, os moradores do Vale das Furnas trasladaram-se para Itavuvu, ás margens do rio Sorocaba, 2 léguas a nordeste de Araçoiaba e cerca de meia légua a jusante da barra do rio Pirajibú, à sua margem direita. E o “Ensaio” de um quadro estatístico da província de São Paulo (1839) que o bairro de Itevovu, distante meia légua da atual cidade.

Docs

1755 - Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777),
1804 - Pedro Nolasco da Sagrada Família Álvares Rabelo se torna presidente do Mosteiro de Sorocaba1817 - Manuel Aires de Casal (1754-1821)
1822 - Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, Sen. Vergueiro (1778-1859)
1839 - “Ensaio” de um quadro estatístico da província de São Paulo", de 1839
1854 - Francisco Adolfo de Varnhagen (1816-1878),
1902 - Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937),
1969 - Jesuino Felicissimo Junior (1910-1994)
2014 - Sérgio Coelho de Oliveira

Luís Castanho de Almeida (1904-1981)
1964 - “Memória Histórica de Sorocaba: Parte I”. Luís Castanho de Almeida (1904-1981)
1967 - Revista do Instituto Histórico e Geográfico de S. Paulo: “Nossos Bandeirantes - Baltazar Fernandes”

em 1938, Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volume XXXV

A conclusão muito simples é que o próprio governador mudou o local de sua gente e o chamou de São Filipe em honra do seu real senhor. Esta mudança, em vida do nosso fundador, ou mesmo depois, só tem uma explicação: ele ou os seus companheiros, ou todos eles, desistiram de uma riqueza imediata das minas, para cuidarem da agricultura, porquanto é impossível, ainda hoje, morar no Itavovú e ir a pé trabalhar no Ipanema, mais de uma légua. E, todavia, não será mais razoável pensar que a mudança foi, depois de 1611, sponte sua dos povoadores? Quanto ao nome, poderiam levá-lo consigo, pois nada impede que na 2a. viagem, entusiasmados com os favores de Felipe II, trouxessem a ideia de mudar o nome do povoado das Furnas. Nós, porém, para libertar-nos de tantas hipóteses, conservaremos uma, que é verdadeira em grande parte, chamando de Nossa Senhora do Monte Serrate à povoação logo extinta do Ipanema, e de São Filipe, à do Itavovú. [20136]

Importante dizer que, sendo desaparecidos os documentos originais referentes aos eventos mencionados, o que escrevem os autores acima citados, são opiniões.

A nossa história, oficial e acadêmica, trabalha com probabilidades, quando se trata de Balthazar Fernandes. Aliás, nem se sabe ao certo a grafia do seu nome, se é Baltasar ou Baltesar, se é Balthazar ou Balthezar, tal é a diversidade das informações contidas nos documentos. Apesar do "fundador" de Sorocaba ter sido um cidadão ilustre, na sua época, nem se sabe quando ele nasceu, nem o dia nem o ano, como também não se sabe quando ele morreu - entre 1662 e 1667.



O relatório de Pedro Nolasco, apesar de datar de 1804, somente em 1918 foi publicado, pela Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volumes 20-21.1834

Em 1834 os documentos originais teriam sido transcritos por Manoel Joaquim d´Oliveira, sob o título "Notas historicas d´esta Cidade de Sorocaba, dos princípiosde sua povoação, extrahidas de livros velhos, oje inutilisados, do Archivo da Gamara Municipal, e d´outros do Mosteiro de S. Bento, que já não existem".

Notas históricas dos princípios da povoação desta cidade de Sorocaba em 1661 coligidas e anotadas por “Manoel Joaquim D´Oliveira”. Autores: Adilson Cezar, Professor Titular da FFCL Sorocaba e responsável pela Orientação de Pesquisa; e Clarice Peres, ex-aluna do I Período do Curso de História e participante do grupo de voluntários para o setor de pesquisa2021. Há 4 anos

Quando iniciamos a nossa pesquisa, no Arquivo do Museu Histórico Sorocabano, deparamos com um manuscrito executado pelo Prof. Renato Sêneca de Sá Fleury, em 1953, o qual é uma cópia de livro pertencente ao Mosteiro de São Bento e que a 18 de novembro de 1952 lhe fora confiado por D. Tadeu Strunck, prior do mesmo. Segundo os dados, este fora executado pelo copista Manoel Joaquim d´Oliveira em 1834, tendo extraído de "livros velhos hoje inutilizados, do Arquivo da Camara Municipal e de outros do Mosteiro São Bento que já não existem", acrescidas com algumas observações do mesmo copista. [p. 9]

No decorrer de nossa investigação, verificamos que o mesmo tivera uma publicação em 1914, no "Almanach Illustrado de Sorocaba", organizado por Braulio Werneck. A princípio ficamos intrigados; que motivo teria levado o Prof. Fleury a realizar a difícil cópia se a mesma fora anteriormente impressa? Não acreditamos que desconhecesse aquela e se tal ocorresse, D. Tadeu certamente teria conhecimento.

Resolvemos, portanto compará-las, do que resultou algumas diferenças substanciais quanto à disposição dos documentos, à ausência por vezes parcial ou completa de determinados textos, ocorrendo evidentemente diferenças ortográficas.

Diante deste fato, optamos pela realização da cópia do manuscrito do Prof. Fleury, que é bem mais pormenorizado, e segundo nos pareceu, conservou a sua colocação, e acrescentamos aí não cotados, mas impressos por Werneck. [p. 10]


Petição:

"Diz o Capm. Balthasar Fernandes morador na nova povoação de Sorocaba, Villa de N. S. da Ponte, que elle como povoador, em nome dos mais moradores, trata de levantar Pelourinho na dita Villa, que será meia légua do lugar que levantou o Snr. D. Francisco que Deus tem, governador d´este Estado; com tão bem necessitão de justiça para se poderem governar, como bons vassalos de S. Magestade;"

Despacho do Governador - Visto a justificação feita pelo Ouvidor d´esta Capitania com alçada dos Donatarios, e aver meu antecessor D. Francisco de Souza levantado Pelourinho no dito Districto e ao presente o querem mudar dentro do mesmo termo. Mando se lhes passe Provisão na forma que péde. São Paulo 3 de Março de 1661 - Sá - Segue a provisão.

"Savador Corrêa de Sá Ibenavid. Commendador das Commedas do Rio Joá, e São Julião de Cassia, dos Conselhos de Guerra, Ultramar, Alcaide Mor da Cidade do Rio de Janeiro, Administrador Geral desta repartição do Sul, por S. Magestade. Por quanto, o Capm. Balthasar Fernandes me fez petição adiante escripta representando-me n´ella como povoador, e em nome dos mais moradores da Villa de Sorocaba, nova Povoação d´ella tratava de levantar Pelourinho em termo da dita Villa que era meia legua do lugar que levantou meu antecessor, D. Francisco de Souza, Governador Geral que foi d´este Estado; e assim mais necessitava de justiça para se haverem governar, o que não podião fazer sem ordem minha, pelo que me pedião lhes concedesse o deduzido em sua petição, visto seu um augmento dos Donatarios e moradores; ouve por bem mandar que o Ouvidor desta Capitania fizesse averiguação no contendo n´esta petição, e da quantidade dos moradores casados que á na dita Povoação e de tudo me informasse para que pudesse deferir conforme o Foral, mandou pelo Escrivão d´este Juizo me trouxesse este summario para que pelos ditos das testemunhas tomasse a informação e provesse como lhe parecesse justiça; Ouve por bem mandar que vista a justificação feita pelo dito Ouvidor, e a disposição do Foral dos Donatarios e haver o dito meo antecessor D. Francisco de Souza levantado Pelourinho no dito Districto, e ao presente querem mudar dentro do mesmo termo, conceder na forma que pediu para que o pudessem mudar dentro do mesmo Termo, distante do que levantou o dito meo antecessor meia legua para bôa administração...



???

1755 41 anos1938 34 anos

Data: 1 de dezembro de 1938



515 de 777

Destaques


Brasilbook.com.br
Desde 27/08/2017
28503 registros, 14,902% de 191.260 (meta mínima)
657 cidades
3468 pessoas
temas

Agradecemos as duvidas, criticas e sugestoes
Contato: (15) 99706.2000 Sorocaba/SP