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Raio-x do Brasil
199323/04/2024 17:01:57
Registrado por Adriano Koboyama

Homem na Estrada" é uma canção do grupo brasileiro de rap Racionais MC‘s. Composta por Mano Brown, foi lançada em 1993 no LP Raio X Brasil.

Um homem na estrada recomeça sua vida.Sua finalidade: a sua liberdade.Que foi perdida, subtraída;e quer provar a si mesmo que realmente mudou,que se recuperou e quer viver em paz, não olharpara trás, dizer ao crime: nunca mais!

Pois sua infância não foium mar de rosas, não.Na Febem, lembranças dolorosas, então.Sim, ganhar dinheiro, ficar rico, enfim.Muitos morreram sim, sonhando alto assim,me digam quem é feliz,quem não se desespera, vendonascer seu filho no berço da miséria.Um lugar onde só tinham como atração,o bar e o candomblé pra se tomar a benção.Esse é o palco da história quepor mim será contada....um homem na estrada.

Equilibrado num barranco umcômodo mal acabado e sujo,porém, seu único lar, seu bem e seurefúgio.Um cheiro horrível de esgoto no quintal,por cima ou por baixo, se chover será fatal.Um pedaço do inferno, aqui é onde eu estou.Até o Ibge passou aqui e nunca mais voltou.Numerou os barracos, fez uma pá de perguntas.Logo depois esqueceram, filha da puta!Acharam uma mina morta e estuprada,deviam estar com muita raiva."Mano, quanta paulada!".Estava irreconhecível, o rosto desfigurado.Deu meia noite e o corpo ainda estava lá,coberto com lençol, ressecado pelo sol,jogado.O Iml estava só dez horas atrasado.Sim, ganhar dinheiro, ficar rico, enfim,quero que meu filho nem se lembre daqui,tenha uma vida segura.Não quero que ele cresça com um "oitão"na cinturae uma "Pt" na cabeça.E o resto da madrugada sem dormir, ele pensao que fazer para sair dessa situação.Desempregado então.Com má reputação.Viveu na detenção.Ninguém confia não....e a vida desse homem para semprefoi danificada.Um homem na estrada...Um homem na estrada..Amanhece mais um dia e tudo é exatamente igual.Calor insuportável, 28 graus.Faltou água, já é rotina, monotonia,não tem prazo pra voltar, hã!já fazem cinco dias.São dez horas, a rua está agitada,uma ambulância foi chamada com extrema urgência.Loucura, violência exagerado.Estourou a própria mãe, estava embriagado.Mas bem antes da ressaca ele foi julgado.Arrastado pela rua o pobre do elemento,o inevitável linchamento, imaginem só!Ele ficou bem feio, não tiveram dó.

Os ricos fazem campanha contra as drogas e falam sobre o poder destrutivo dela. Por outro lado promovem e ganham muito dinheiro com o álcool que é vendido na favela.

Empapuçado ele sai, vai dar um rolê.Não acredita no que vê, não daquela maneira,crianças, gatos, cachorros disputam palmo a palmo seu café da manhã na lateral da feira,Molecada sem futuro, eu já consigo ver, só vão na escola pra comer,Apenas nada mais, como é que vão aprender sem incentivo de alguém, sem orgulho e sem respeito,sem saúde e sem paz.

Um mano meu tava ganhando um dinheiro,tinha comprado um carro,até rolex tinha!Foi fuzilado a queima roupa no colégio,abastecendo a playboyzada de farinha,Ficou famoso, virou notícia, rendeudinheiro aos jornais, ham!, cartaz à policiaVinte anos de idade, alcançou os primeiroslugares... super-star,notícias populares!Uma semana depois chegou o crack,gente rica por trás, diretoria.Aqui, periferia, miséria de sobra.Um salário por dia garante a mão-de-obra.A clientela tem grana e compra bem,tudo em casa, costa quente de sócio.A playboyzada muito louca até os ossos!Vender droga por aqui, grande negócio.Sim, ganhar dinheiro ficar rico enfim,Quero um futuro melhor, não queromorrer assim,num necrotério qualquer, um indigente,sem nome e sem nada,o homem na estrada.

Assaltos na redondeza levantaram suspeitasLogo acusaram a favela, para variarE o boato que corre é que esse homem estáCom o seu nome láNa lista dos suspeitosPregada na parede do bar.

A noite chega e o clima estranho no arE ele sem desconfiar de nada, vai dormir tranquilamente. Mas na calada, caguetaram seus antecedentes. Como se fosse uma doença incurável. No seu braço a tatuagem "DVC", uma passagem, 157 na lei, no seu lado não tem mais ninguém.

A justiça criminal é implacável. Tiram sua liberdade, família e moral, mesmo longe do sistema carcerárioTe chamarão para sempre de ex-presidiário.

Não confio na polícia, raça do caralhoSe eles me acham baleado na calçadaChutam minha cara e cospem em mim, éEu sangraria até a morte, já era, um abraço!Por isso a minha segurança, eu mesmo façoÉ madrugada, parece estar tudo normalMas esse homem desperta, pressentindo o malMuito cachorro latindoFim de Semana no ParqueA toda comunidade pobre da zona sulChegou fim de semana todos querem diversãoSó alegria nós estamos no verão, mês de janeiroSão paulo zona sulTodo mundo a vontade calor céu azulEu quero aproveitar o solEncontrar os camaradas prum basquetebolNão pega nadaEstou à 1 hora da minha quebradaLogo mais, quero ver todos em pazUm dois três carros na calçadaFeliz e agitada toda "prayboyzada"As garagens abertas eles lavam os carrosDisperdiçam a água, eles fazem a festaVários estilos vagabundas, motocicletasCoroa rico boca aberta, isca prediletaDe verde florescente queimada sorridenteA mesma vaca loura circulando como sempreRoda a banca dos playboys do guarujáMuitos manos se esquecem na minha não cresceSou assim e estou legal, até me leve a malMalicioso e realista sou eu mano brownMe de 4 bons motivos pra não serOlha meu povo nas favelas e vai perceberDaqui eu vejo uma caranga do anoToda equipada e o tiozinho guiandoCom seus filhos ao lado estão indo ao parqueEufóricos brinquedos eletrônicosAutomaticamente eu imaginoA molecada lá da área como é que táProvalvelmente correndo pra lá e pra cáJogando bola descalços nas ruas de terraÉ, brincam do jeito que dáGritando palavrão é o jeito delesEles não tem video-game às vezes nem televisãoMas todos eles têm um dom são cosme são damiãoA única proteçãoNo último natal papai noel escondeu um brinquedoPrateado, brilhava no meio do matoUm menininho de 10 anos achou o presenteEra de ferro com 12 balas no penteE fim de ano foi melhor pra muita genteEles também gostariam de ter bicicletaDe ver seu pai fazendo cooper tipo atletaGostam de ir ao parque e se divertirE que alguém os ensinasse a dirigirMas eles só querem paz e mesmo assim é um sonhoFim de semana do parque sto antônioVamos passear no parqueDeixa o menino brincarFim de semana no parqueVou rezar pra esse domingo não choverOlha só aquele clube que dahoraOlha aquela quadra, olha aquele campoOlha, olha quanta genteTem sorveteria cinema piscina quenteOlha quanto boy, olha quanta minaAfoga essa vaca dentro da piscinaTem corrida de kart dá pra verÉ igualzinho o que eu ví ontem na tvOlha só aquele clube que da hora,Olha o pretinho vendo tudo do lado de foraNem se lembra do dinheiro que tem que levarDo seu pai bem louco gritando dentro do barNem se lembra de ontem, de hoje e o futuroEle apenas sonha através do muroMilhares de casas amontoadasRuas de terra esse é o morroA minha área me esperaGritaria na feira (vamos chegando!)Pode crer eu gosto disso mais calor humanoNa periferia a alegria é igualÉ quase meio dia a euforia é geralÉ lá que moram meus irmãos meus amigosE a maioria por aqui se parece comigoE eu também sou bam bam bam e o que mandaO pessoal desde às 10 da manhã está no sambaPreste atenção no repique atenção no acorde(como é que é mano brown?)Pode crer pela ordemA número número 1 de baixa renda da cidadeComunidade zona sul é dignidadeTem um corpo no escadão a tiazinha desce o morroPolícia a morte, polícia socorro

Aqui não vejo nenhum clube poliesportivo pra molecada frequentar, nenhum incentivo. O investimento no lazer é muito escasso. O centro comunitário é um fracasso. Mas aí se quiser se destruir está no lugar certoTem bebida e cocaína sempre por perto. A cada esquina 100, 200 metros.

Nem sempre é bom ser espertoSchimth, taurus, rossi, dreyer ou campariPronúncia agradável estrago inevitávelNomes estrangeiros que estão no nosso meio pra matar m.e.r.d.a.Como se fosse ontem ainda me lembro7 horas sábado 4 de dezembroUma bala uma moto com 2 imbecisMataram nosso mano que fazia o morro mais felizE indiretamente ainda faz, mano rogério esteja em pazVigiando lá de cimaA molecada do parque reginaTô cansado dessa porra de toda essa bobagemAlcolismo, vingança treta malandragemMãe angustiada filho problemáticoFamílias destruídas fins de semana trágicosO sistema quer isso a molecada tem que aprenderFim de semana no parque ipêPode crer racionais mc´s e negritude junior juntosVamos investir em nós mesmos mantendo distância dasDrogas e do alcoolAí rapaziada do parque ipê, jd. são luiz, jd. ingá, parque araríba, váz de limaMorro do piolho e vale das virtudes e pirajussaraÉ isso aí mano brown (é isso ai netinho paz à todos)"
*Raio-x do Brasil

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