Bando expedido aos pelo governador D. Luiz Antônio de Souza
21 de maio de 1772, quinta-feira. Há 252 anos
1° de fonte(s) [k-675] As Primeiras Fazendas da Região de Botucatu. Autores: Trajano Carlos de Figueiredo Pupo e Paulo Pinheiro Machado Ciaccia Data: 2005, ver ano (253 registros)
O Século XVII começa com a descoberta das decantadas “Minas de Cuiabá”. É o período tristemente celebrizado com a estúpida “Guerra dos Emboabas”, que fixa na história a proeza fantástica dos bandeirantes; paulistas, que as descobriram e as exploravam juntamente com os portugueses, e sob os protestos do Paraguai, que reivindicava para a “América Espanhola” o direito de posse daquele território. Conclusão aceitável plenamente, é que foi para proteger esse sitio da desabusada ganância que o governo pretendeu abrir o caminho que levasse àquela região e de lá trouxesse diretamente para Casa de Fundição de “Ypanema” (Sorocaba) o ouro, que assim, se asseguravam da cobrança do “quinto” devido à Coroa.
Desse assunto trata o “bando” expedido aos 21 de Mayo de 1772 pelo governador D. Luiz Antônio de Souza, dirigido ao Tenente-Coronel João Miz Barros e ao Sargento-Mor D. José de Macedo, de Sorocaba. Nesse documento, pela primeira vez na história a região é oficialmente citada, como mostra o excerto a seguir em sua grafia original:
“Como se tem descuberto a direção do Cam. Para esse continente de Sorocaba te a barra do Rio Pardo cortando o Sertão do Paranapanema; os moradores e fazendeiros dos campos de Botucatu (a grafia anterior era Wutu-Catu) e do Guarey, approntarão e venderão pelos seus preços competentes ao Capitão-Mor de Sorocaba D. José de Almeida Leme os mantimentos q’ carecer p’ a diligencia em que vay de se abrir o cam. p’ praça de Guatemy cujos mantimentos lhes farão logo conduzir nos seos cavallos para o payol q’ tem na entrada do mesmo Sertão bem como entendido fica q’o q’ faltar a esta ordem se fara responsavel do devido castigo...”
Em torno daquele payol, que por mais de um século foi o marco identificador da “boca do sertão”, algumas casinhas foram se agrupando e roças foram surgindo para garantir alimento àqueles que demandavam além, em busca da fantasiosa fortuna da Guarapuava e do Cuiabá. Ali no payol às margens do Rio Novo (ao qual os caiuás chamavam de Abaré-y) nasceu um primeiro povoado que teria se chamado “Rio Novo”. Hoje, ali a cidade de Itatinga, que assim precede àquela que mais tarde, e seis léguas adiante, se fez Vila do Rio Novo, dando então origem A Cidade do Avaré” (Vide item 21).