' A emboscada que matou Maurinho Branco, um dos bandidos mais procurados do Rio após sequestro de Roberto Medina, há 30 anos. Por William Helal Filho, blogs.oglobo.globo.com - 06/08/2020 de ( registros) Wildcard SSL Certificates
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A emboscada que matou Maurinho Branco, um dos bandidos mais procurados do Rio após sequestro de Roberto Medina, há 30 anos. Por William Helal Filho, blogs.oglobo.globo.com
6 de agosto de 2020, quinta-feira. Há 4 anos
Ver Rio de Janeiro/RJ em 2020
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O jornaleiro Inaíldo Perciliano achava que a terça-feira terminaria como qualquer outro dia de trabalho na sua banca da Rua Senador Dantas, no Centro do Rio. Mas a crônica policial tinha outros planos para aquele 7 de agosto, há 30 anos. Inaíldo até percebeu homens de paletó e distintivo rondando a área durante a tarde, mas não imaginou que estavam lá de tocaia para surpreender o criminoso mais procurado da cidade. Por volta das 18h30, o jornaleiro, de dentro da banca, ouviu gritos seguidos de uma saraivada de tiros. Levou um susto e tratou de se esconder. Quando se sentiu seguro, saiu e se deparou com um homem morto no chão, rodeado por policiais federais. Era o bandido Mauro Luís Gonçaves de Oliveira, mais conhecido como Maurinho Branco, um dos responsáveis pelo sequestro do empresário Roberto Medina.

Aos 25 anos de idade, o criminoso acumulava um histórico de violência. Em 1984, ingressou no bando do assaltante Joel Bombeirinho. Na época, os dois foram acusados de matar o bombeiro Ricardo Silva, que foi baleado antes de morrer incendiado. Em 1988, enquanto tentava fugir após um frustrado assalto a banco em Teresópolis, Maurinho raptou o adolescente André Luiz Matos Santa Rita, de 13 anos, e invadiu uma chácara onde manteve o menino refém durante 12 horas, cercado por policiais e jornalistas. Foi capturado, mas contou com ajuda do Comando Vermelho para fugir do presídio Ary Franco, em Água Santa, em junho de 1989. Um ano mais tarde, casado e pai de dois filhos, o bandido foi um dos principais sequestradores do criador do festival Rock in Rio, que ficou duas semanas em cativeiro. Foi Maurinho quem presenteou Medina com um gavião ao libertar o empresário, na noite de 21 de junho de 1990.

Chamado de "psicopata" por seus comparsas no crime, o bandido era mesmo rotulado como um desequilibrado pelos agentes civis e militares que estavam em seu encalço. Ele se tornou alvo do Departamento de Polícia Federal (DPF) porque, após a libertação de Medina, teria chegado até lá a informação de que Maurinho estava planejando sequestrar os filhos do então presidente da República, Fernando Collor. Outras versões, negadas até pelo então diretor do DPF, Romeu Tuma, davam conta de que o bandido foi morto por "queima de arquivo", após ter, supostamente, entregue fortunas de dinheiro a policiais que o extorquiam.

Alvo de nove ações criminais, Maurinho estacionou sua Fiat Uno marrom com a placa ZB-2433 perto da banca de Inaildo Perciliano por volta das 11h. O jornaleiro falou com ele, sem reconhecê-lo, alertando que era proibido parar ali, mas o motorista disse que sempre deixou o carro no local e seguiu andando.

Maurinho passou o dia no escritório de seu advogado, que, em entrevistas posteriores, garantiu que vinha tentando convencer o cliente a se entregar. Ao voltar para seu automóvel, Maurinho foi cercado por oito policiais. Segundo os agentes, ao receber voz de prisão, o bandido tentou sacar uma granada, mas foi alvejado por tiros na coxa direita, no abdômen, no braço direito, na mão esquerda e na cabeça. Os estampidos assustaram os usuários da estação de metrô do Largo da Carioca e interromperam a festa que anunciava o desfile das candidatas ao título de Miss Rio Antigo ali perto, na Rua da Carioca.

- Foi tudo muito rápido, não durou mais que um minuto. Só ouvi algum dos policiais dizendo que ele tinha uma granada e, em seguida, foram disparados vários tiros, acho que mais de 15 - contou, na época, o jornaleiro da Senador Dantas.

Os policiais colocaram o bandido no banco de trás da Fiat Uno, mas ele chegou morto no Hospital Municipal Souza Aguiar. A mãe de Maurinho, Esmeralda Gonçalves, e o irmão dele, Luis Henrique, estavam em seu apartamento na Glória, Zona Sul do Rio, quando souberam do ocorrido pelo "RJTV". Eles correram para o Souza Aguiar, onde a idosa deu entrevistas aos prantos. Os telejornais reservaram grande parte de suas edições a narrar o fim da linha para Maurinho, enquanto O GLOBO dedicou duas páginas da edição do dia 8 de agosto de 1990 a essa cobertura. Logo na primeira página, o jornal informou que, segundo os policiais, foi achado com o sequestrador um "Guia Rex". Neste, havia um mapa com um trajeto marcado, entre o prédio onde moravam os filhos de Collor, no bairro de São Conrado, e a escola onde eles estudavam, em Santa Teresa.

- Tenho orgulho de Mauro, apesar de nunca ter aprovado o que ele fez - disse Dona Esmeralda, em entrevista no hospital. - Agora acabou a novela, que durou sete anos. Deus é testemunha do meu sofrimento.

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