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Ele busca tesouro do ´pirata de Curitiba´ na ilha mais distante do Brasil. Por Jorge de Souza, colunista do uol.com.br
8 de dezembro de 202307/04/2024 12:20:24
Registrado por Adriano Koboyama

Marcos Juliano Ofenbock (45 anos) e o “mapa do tesouro”
Data: 08/12/2023
Créditos: Reprodução / uol.com.br

Há quase 20 anos, o curitibano Marcos Juliano Ofenbock, de 45 anos, pesquisa incansavelmente uma história: a de que um pirata de verdade teria vivido e morrido em Curitiba, após participar de um dos maiores saques da História da América do Sul: o ataque a um galeão espanhol que transportava riquezas extraídas do Peru, antes da independência daquele país, em 1821, mais conhecido como o "Tesouro de Lima".O tal pirata, um gatuno inglês de nome John Francis — que, uma vez no Brasil, adotara o curioso apelido "Zulmiro" — teria participado daquele ataque e, junto com dois comparsas, ajudado a esconder a valiosa carga na hoje brasileira ilha de Trindade, a cerca de 1.000 quilômetros da costa do Espírito Santo. Mas, depois disso, foi obrigado a se exilar, anônimo, nos arredores de uma remota vila, que mais tarde viraria a atual capital do Paraná.História fantasiosa demais para ser verdade?Não é o que sempre pensou Marcos Juliano, que de tanto pesquisar todos os detalhes desta intrincada história, acabou convencendo até órgãos como o Instituto Histórico do Paraná e a Marinha do Brasil, além da Universidade Federal do Paraná, a apoiarem o seu projeto, que tentará encontrar vestígios do tal tesouro na mais distante ilha da costa brasileira.Chegou à ilha ontemNa companhia do diretor do Instituto Histórico do Paraná, Nelson Alves, coordenador geral do projeto, o pesquisador desembarcou ontem na mais afastada ilha da costa brasileira, a um terço do caminho para a África, após uma viagem de quase três dias no navio Apa, da Marinha do Brasil, que uma vez a cada dois meses visita a ilha para levar suprimentos para a pequena base militar que a corporação mantém lá."A Marinha nos convidou para conhecer a ilha e fazer os primeiros levantamentos práticos de reconhecimento do terreno, visando a futura pesquisa de campo, que só acontecerá daqui a três anos", diz Marcos, que, no entanto, garante que o projeto será 100% financiado apenas pela iniciativa privada."Não queremos recursos públicos, assim como nada do que eventualmente for encontrado. Nosso interesse é apenas histórico, de provar que o tesouro escondido pelo pirata Zulmiro, um século e meio atrás, existiu de verdade", garante o pesquisador, que diz já ter toda a operação detalhada e programada.

"Teremos geógrafos, arqueólogos, cartógrafos e equipamentos de alta tecnologia, como magnômetros, usados na prospecção de jazidas minerais, radares de penetração no solo, que vasculham o que há embaixo da terra, e gravimetria, que detecta a presença de materiais não habituais soterrados, através das diferenças nas densidades", explica o pesquisador, que não se incomoda de ser taxado de de sonhador pelos que não acreditam na possibilidade de haver algo valioso escondido na ilha.

Há três possibilidades

"Já nem ligo mais de ser chamado de maluco, porque falar sobre tesouros é como defender discos voadores", diz Marcos.

"Mas há três possibilidades para a nossa expedição: encontrar o tesouro, achar apenas vestígios de ter havido algo ali no passado, e não achar nada. Claro que prefiro a primeira opção. Mas, se encontramos apenas sinais de que algo pode ter sido escondido ali e, mais tarde, retirado, já terá valido a pena, porque nosso objetivo é apenas provar que o tesouro existiu de fato, assim como o pirata Zulmiro, que já está comprovado".

Para provar a existência de um improvável pirata que teria vivido e morrido na capital do Paraná, o pesquisador passou meses vasculhando antigos arquivos de cemitérios de Curitiba, até que achou o registro da morte de um certo "João Francisco Inglez", em 1889, aos 90 anos, que ele aponta categoricamente como sendo o pirata Zulmiro — que era inglês (daí o sobrenome inventado por ele), e se chamava originalmente John Francis - "João Francisco", na língua inglesa."Se eu não tivesse encontrado o registro do sepultamento dele em Curitiba, também duvidaria dessa história", diz o pesquisador, que, depois disso, passou a ir ainda mais fundo na sua pesquisa,"Localizei até descendentes do pirata vivendo no Paraná, já que Zulmiro se casou no Brasil com uma ex-escrava", diz o pesquisador.Já o roteiro para encontrar o local do tesouro teria sido entregue por ele a um comerciante inglês, radicado no Brasil, chamado Edward Young, que, pela facilidade do idioma, se tornara seu amigo."Quando Zulmiro morreu, Young contou sobre o tesouro em jornais do Rio de Janeiro e, por isso, acabou sendo morto por um ladrão, que queria o roteiro. Mas não o encontrou", explica, entusiasmado, o pesquisador.Por que ele acredita nessa história?"Que o pirata existiu, não resta a menor dúvida. Resta, agora, ir atrás do tesouro que Zulmiro e seus comparsas esconderam na Ilha de Trindade. E é isso que estamos começando a fazer agora", diz Marcos, que garante ter um bom motivo para acreditar na existência do tal tesouro."Tanto a localização quanto a descrição do conteúdo do tesouro descrito por Zulmiro ao seu amigo inglês, bate em tudo com o que disse um dos piratas que o ajudaram a esconder aquelas peças valiosas na Ilha de Trindade, um marinheiro russo que morreu na Índia logo depois, após confidenciar o segredo a um oficial que acompanhou sua morte"."Não tem como duas pessoas que estavam em lugares tão distantes — um no Brasil, outro na Índia, na precariedade de comunicação do Século 19 — terem inventado a mesma história, com precisão em tantos detalhes", defende Marcos, que, no entanto, completa."Mas, talvez, o tesouro não exista mais, porque pode ter sido removido de lá por outros piratas, ou sido saqueado pelas expedições anteriores à nossa".Novas tecnologias ajudarão nas buscasNo passado, ocorreram três expedições inglesas e quatro promovidas por brasileiros em busca do tesouro da Ilha de Trindade. Nenhuma atingiu o objetivo, por causa, segundo o pesquisador, "da falta de equipamentos e recursos, e de um grande desmoronamento de terra que ocorreu em uma das encostas da ilha, no século passado"."Mas as novas tecnologias facilitarão muito as buscas", acredita ele.Tudo irá para museus.De acordo com o pesquisador, qualquer objeto que venha a ser encontrado nas escavações (que terão que ser feitas sob acompanhamento, também, dos órgãos ambientais) será destinado ao Museu Paranaense, Museu de Arqueologia da UFPR e Museu Naval, do Rio de Janeiro, este em retribuição à ajuda da Marinha ao projeto, através da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, que ajuda a cuidar da "Amazônia Azul", a imensa área do mar brasileiro dentro da qual a Ilha da Trindade está inserida, a centenas de quilômetros da costa."Trindade é a verdadeira Ilha do Tesouro", brinca o pesquisador, que, no entanto, baseia seus estudos e conclusões em argumentos sólidos.40 anos procurando o mesmo tesouroO paradeiro do valioso Tesouro de Lima, oficialmente jamais encontrado e de valor difícil de ser mensurado, já atiçou a imaginação — e a ação — de muitos outros aventureiros, no passado. Alguns deles, brasileiros.O mais perseverante foi o belga, radicado no Brasil, Paul Thiry, que passou 40 anos vasculhando uma área primitiva de Ilhabela, no litoral do São Paulo, em busca do mesmo tesouro, que ele acreditava estar naquela ilha — e não na Ilha de Trindade.Thiry não encontrou nada de valioso, mas achou intrigantes marcos entalhados nas pedras de uma parte remota de Ilhabela, que até hoje intrigam alguns moradores — clique aqui para conhecer também esta história."O Thiry estava certo sobre a existência do tesouro, mas procurou na ilha errada. A ilha correta é Trindade", garante Marcos Juliano, que diz que não irá sossegar enquanto não provar que o famoso Tesouro de Lima - quem diria? — veio parar no Brasil, graças a um improvável pirata que viveu em Curitiba.E que pode estar lá até hoje.
Ele busca tesouro do ´pirata de Curitiba´ na ilha mais distante do Brasil. Por Jorge de Souza, colunista do uol.com.br

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Em princípios de 1538, após infrutíferas tentativas de entrar no Rio da Prata, a nau Marañona foi arrastada pela tempestade e se refugiou no porto de São Francisco. Desembarcando com seus companheiros, Frei Bernardo de Armenta não perdeu tempo e iniciou o trabalho de Evangelização. Foi auxiliado por três espanhóis da expedição de Caboto que tinham ficado na terra catarinense e que conheciam a língua nativa. A 1° de maio de 1538 Frei Bernardo escreveu a Juan Bernal Diaz de Luco, do Conselho das Índias espanholas:

"Isto aconteceu pela Divina Providência, pois aqui achamos três cristãos, intérpretes da gente bárbara que falam bem esta língua pelo longo tempo de sua estada. Estes nos referiram que quatro anos antes um nativo, chamado Esiguara (grafado também Etiguara, Origuara, Otiguara), agitado como um profeta por grande espírito, andava por mais de 200 léguas predizendo que em breve haveriam de vir os verdadeiros cristãos irmãos dos discípulos ao apóstolo São Tomé, e haveriam de batizar a todos. Por isto, mandou que os recebessem com amizade e que a ninguém fosse lícito ofendê-los"´.

Estas palavras deixaram os nativos muito impressionados. Esiguara desempenhara o papel de precursor. Em São Francisco, os frades encontraram este campo favorável devido a ele. Esiguara foi um tipo de pregador ambulante servindo-se de linguagem apocalíptica, que tão fundo calava na receptiva alma carijó. O campo estava fertilizado pela sua palavra. Também lhes ensinara entoar hinos e cânticos, através dos quais aprenderam a guardar os mandamentos e a ter uma só mulher de remota consanguinidade.

Quando chegaram os espanhóis, náufragos da expedição de Alonso Cabera, os Carijós julgaram que fossem os irmãos dos discípulos de São Tomé. Receberam-nos com muito amor, levando-os para as suas aldeias, dando-lhes comida e bebida e varrendo os caminhos por onde andavam.

Alguns discípulos de Esiguara receberam os frases com incrível alegria e chegavam a ser chatos, no dizer do Frei Bernardo, com tantos agrados que faziam.

Continua o frade:

"Tão grande é o número de batizados quase nada podemos fazer afora deste ministério. Nem para dormir ou comer há quase tempo. De boa vontade casam com uma só mulher e os que estavam acostumados a ter mais de uma, separam-se das outras. Os velhos, dos quais alguns tem mais de 100 anos, recebem com mais fervor a fé, e o que de nós aprendem, comunicam-no publicamente aos outros".

Frei Bernardo de Armenta viu que sozinho não daria conta do ministério. Entusiasmado, pediu que fossem enviados pelo menos 12 confrades de vida apostólica das Províncias de Andaluzia e dos Anjos, conforme escreveu ao Dr. Juan de Bernal Diaz de Luco:"São tão grandes as maravilhas que Nosso Senhor realiza entre eles que não saberia contar, nem haveria papel suficiente para descrevê-las. Portanto, em nome daquele amor que Jesus Cristo teve pelo gênero humano em querer-nos redimir na preciosa árvore da Cruz, pois toda a sua obra foi para salvar e redimir almas, e aqui temos tão grande tesouro delas, peço que V. Mercê assuma esta empresa como sua e fale a S. Majestade e a esses senhores do Conselho, para que favoreçam tão santa obra, e o favor será que nos enviem 12 frades de nossa Ordem de São Francisco, que sejam acolhidos, e que S. M. os peça na Província de Andaluzia e na dos Anjos. E encarregue S. M. aos provinciais destas Províncias que enviem frades como Apóstolos. E, além disso, que S. M. envie um feitor seu que traga trabalhadores que não tenham ofício de conquistadores."

Este último pedido é indicativo do projeto evangelizados de Bernardo de Armenta e Alonso Lebrón: pedem lavradores que não sejam conquistadores, e missionários que não acompanhem a Conquista. Conforme anotaremos depois, os dois frades tinham muito claro que o anúncio do Evangelho não podia se resumir a um apêndice da obra conquistadora, incapaz de se livrar da violência e da morte.

Estavam convencidos, igualmente, de que o trabalho apostólico ultrapassava a fronteira nitidamente religiosa e se deveria fazer muito para a promoção do nativo:

"Venham também muitos camponeses com perito chefe agricultor, que mais proveitosos são do que os soldados, porque estes nativos devem ser convencidos pelo amor, não pelo ferro".

Dá importância às ferramentas, às espécimes de gado, ovelhas, sementes de cana-de-açúcar, algodão, trigo, cevada e todas as qualidades de frutas, sem esquecer de contratar também mestres de açúcar, para montar engenhos. Inclui também artistas.

Os lavradores que chegassem a São Francisco ou à Ilha de Santa Catarina deveriam estabelecer estreita colaboração com os nativos, que poderiam ajudá-los a plantar canaviais e lavrar as roças. A este projeto missionário deu o nome de "Província de Jesus".

Podemos afirmar que, de um lado, Frei Bernardo de Armenta possuía entusiástico espírito apostólico e se achegou ao nativo sem preconceito, alimentado pelo amor e não pelo interesse; por outro lado, não escapou do projeto colonizador, ao pedir que chegasse agricultores andalusos para trabalhar as terras, das quais fatalmente os carijós passariam a ser servos, deixando de ser donos.

Tal entusiamo fez com que o chefe da expedição temesse perder os frases. Por isso, proibiu-os de saírem da embarcação, o que não amedrontou a Armenta e Lebrón, que ameaçaram Cabrera de excomunhão por violar a liberdade eclesiástica, o Direito Canônico e os privilégios franciscanos, pois não tinha autoridade sobre eles, que não foram enviados pelo Rei e nem socorridos pela sua Fazenda.

Quanto a eles, permaneceram no território catarinense, enquanto seus companheiros foram para o Rio da Prata. Então desceram ao sul, fundando uma missão entre os nativos carijós na região chamada Mbiaça (Laguna). Percorreram o litoral catarinense num raio de 80 léguas. [Páginas 60, 61 e 62, 2, 3 e 4 do pdf]

4.2 - O Mito do Pai Sumé

Em sua carta a Juan Bernal Diaz de Luco, a 1° de maio de 1538, Bernardo de Armenta fala que Esiguara anunciava a seu povo que após ele "viriam os verdadeiros discípulos de São Tomé"."

Isto que dizer que já estava vivo no meio carijó o mito Apóstolo Tomé que teria estado na América e anunciado a Evangelização posterior. Estamos diante de um mito cujo desenvolvimento supõe o encontro de três tradições: a dos primeiros cristãos americanos, a dos primeiros frades e a dos jesuítas.

Os primeiros cristãos que chegaram à América devem ter utilizado o mito para convencer os nativos a aceitarem o Evangelho. No Paraguai, Perú, Bolívia já se tinha implantado o mito. Com a chegada de Frei Bernardo de Armenta e Alonso Lebrón, os nativos devem ter fundido neles a imagem mítica de São Tomé nas Américas.

Os frades entendiam sua missão não como um trabalho estável, mas como preparação para a chegada de outros evangelizados, o que de fato ocorreu em 1539, com a chegada de seis franciscanos ao Rio da Prata. Isto confirmou as palavras que se colocavam na boca de São Tomé:

"Chegaram outros sacerdotes em suas terras, e que alguns virão apenas rapidamente, pera logo retornar, mas que os outros sacerdotes, que chegarão com cruzes nas mãos, esses serão seus verdadeiros padres, e ficarão sempre com eles, os farão descer até o rio Paranapané, aonde farão duas grandes reduções, uma na boca do Pirapó e outra no Itamaracá".

São exatamente os dos locais onde, naquele tempo, os jesuítas organizaram as reduções de Loreto e Santo Inácio. Neste momento já estamos diante da terceira tradição: a dos Jesuítas, que identificaram o mito do Pai Sumé (São Tomé) com os frades, com ele buscando legitimidade histórica e religiosa para seu trabalho.

Pai Sumé é o enviado de Deus que prepara seu caminho, que prega a Boa-Nova, que anuncia o estabelecimento definitivo do Cristianismo. Neste sentido, Lebrón e Armenta, andarilhos por Mbiaça, Itapocu, Campo, Ubay e Pequiri, formam um mito metade realidade, metade idealidade. [Página 64, 6 do pdf]
Carta do Frei Bernardo a Juan Bernal Diaz de Luco, do Conselho das Índias espanholas
é bom ser idealista. Mas preparem-se para serem incompreendidos. Qualquer um que trabalhe com uma grande visão será chamado de louco, mesmo que esteja certo no fim. Qualquer um que trabalhe com um problema complexo será acusado de não entender o desafio inteiro, mesmo que seja impossível saber tudo logo no começo.

“Estou aqui para dizer que só encontrar seu propósito não basta”: leia o discurso de Mark Zuckerberg em Harvard. Fonte: napratica.org.brMark Zuckerberg
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