A morte de Bruno Diniz Toregiani, cujo apelido é Pastel, é a ponta de uma série de crimes relacionados à disputa entre as facções Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Revolucionário Brasileiro da Criminalidade (CRBC) em Sorocaba. Ele foi morto dia 5 de julho no Retiro São João. Tomou cinco tiros ao parar o carro para comer um churrasquinho. A investigação da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) incriminou cinco homens ligados ao PCC pela morte de Pastel. São eles Anderson Roberto Jacinto Rosa, o "Teco", Ederson Ferreira dos Santos, Thiago de Oliveira Dias, Régis da Silva Cafondo e Silas Vieira da Silva. Nenhum deles está preso.
O delegado Acácio Aparecido Leite disse ontem que irá pedir à Justiça a prisão preventiva deles ao final do inquérito. Silas ocupa posição de liderança na organização do PCC em Sorocaba e já é procurado por causa de roubos. Ele teria "autorizado" os outros integrantes da facção a matar Pastel. Três dos acusados são apontados pela polícia como executores do crime: Anderson, Ederson e Thiago. Régis teria dado fuga ao grupo dirigindo um Audi A-3 preto. Além da rivalidade entre as facções, houve vingança pessoal, conforme o delegado. Ederson é irmão de Adriano Aparecido Santos, o "Cazuza", morto a tiros num bar da rua Borba Gato, Vila Santana, em 12 de março de 2010.
Pastel, Luciano Pedrozo Moreira, o "Nego", e Thiago Michel Corbalan, o "Tago", todos do CRBC, foram presos em abril de 2010 pela DIG acusados de um triplo homicídio em Aparecidinha no mês anterior, em que foi morto Humberto Cândido Rodrigues da Silva, o "Japão", ligado ao PCC e que dominava o tráfico no bairro.
Rap na Vila Helena
O suposto envolvimento de Pastel no crime da Vila Santana, apesar de não ser acusado formalmente, teria motivado a vingança por parte de Ederson. Nego e Tago continuam presos, segundo Leite. Nego responde ainda por um triplo homicídio na Vila Helena, em janeiro de 2010. Ele percebeu que três jovens ouviam rap com letra alusiva ao PCC e os teria matado a tiros com ajuda de outro homem não identificado.
Pastel tinha uma extensa ficha criminal. Em 2006, aos 17 anos, ele matou uma garota de 15 com tiro na cabeça. O alvo era o namorado dela, que sobreviveu. Em 2007, Pastel matou o padrasto a golpes de extintor de incêndio porque ele bateu em sua mãe. Além dos homicídios, ele tinha antecedentes criminais por tráfico de droga.Há ainda outro homicídio relacionado indiretamente à série de crimes entre o PCC e o CRBC. Silas, acusado de dar aval para a morte de Pastel, é irmão de Isaías Vieira da Silva, o "Jiló", morto pela polícia na Bahia em março de 2011 e que era acusado de matar o fuzileiro naval Dilson Pinto Marcílio, em 2010, no Alto da Boa Vista, em Sorocaba.