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“Notas para a História da Capoeira em Sorocaba (1850 – 1930)”, Carlos Carvalho Cavalheiro
10 de junho de 201708/04/2024 13:51:35
Registrado por Adriano Koboyama

“Para variar”, mantenho meu espírito crítico, daí questionamentos básicosiniciais como: para que serve, afinal, tais pesquisas históricas, resgatar personagens,eventos, modismos locais?Se o mico-leão dourado está em extinção e, um belo dia, não mais existirá, qualo problema?No caso especifico da Capoeiragem, cuja história já foi “clara e definitivamente”definida por algumas vestais-marqueteiras, para que servirá insistir em históriascapoeirísticas “desimportantes”?Capoeira em Sorocaba, para quê?A menos, é claro, o livro “confesse” que, sem luz própria, Sorocaba nada maisfez do que imitar e louvar os “verdadeiros e intocáveis heróis” da Capoeira no Brasil.Não sem motivo, tais vestais estão indo à África e ao Oceano Índico para ensinaro padre a rezar a missa, para ensinar ao especialista em Moringue, quase certamenteo avô da Capoeira, do Savate, do Chausson e várias “capoeiradas” de Cuba, Uruguai,Colômbia, a “verdadeira capoeira brasileira, tipo Luxo Importação” (a rigor, um primorde aburguesamento, embranquecimento e circo).Como essa família afro-cultural é grande, indo muito além da pernada marcial, acontribuição generosa de africanos, que vieram como escravos para as Américas, maisdo que uma força laboral, agora se sabe, presentearam seus algozes com elementosculturais extraordinários, como o Jazz, nos Estados Unidos e o Samba, no Brasil. Paraficar em apenas dois bons exemplos.O livro de Cavalheiro não é para fanático, é para um capoeira realmente“livre como o vento”. Mais do que isto, é para o não capoeira também, pois tratase de excelente e sempre oportuna lição sobre a grandeza cultural do Brasil e domundo, através da rica História de Sorocaba (SP). Não deixando de ser, ao mesmotempo, um livro de aventuras, de ousadias e maestrias, de perseguições ahipocrisias sociais, de confrontos políticos e politiqueiros.

Também aí Pedro Cunha foi muito feliz em seu Prefácio, ao lembrar que a garimpagem que Cavalheiro fez pode e deve ser entendida como mais uma trilha aberta para outros pesquisadores. Figuras como João Peão (ou João Domador), João Domador (ou João Crioulo, João Peão (ou João Domador), Benedicto Ferreira do Amaral (ou Sarongo, chefe da malta de capoeiras “Santa Rita”) e Benedicto Gostoso, para citar só alguns, e suas respectivas circunstâncias, como certamente lembraria Ortega y Gasset, merecem mais pesquisas e publicações. João Domador (ou João Crioulo) e seu “corpo fechado”, por exemplo, poderia ensejar paralelo com os pactos de encruzilhada feitos por capoeiras e, também, bluseiros (Jazz) do passado. Eventos emblemáticos como a Feira de Muares já mereceria um livro próprio. O apanhado sobre as Posturas Municipais, de Sorocaba e de vários outros municípios, é extremamente significativo, não fosse eu um municipalista convicto. A inclusão e as reflexões sobre sociedades, senão secretas, bem intrigantes – como a Associação secreta “A Grande Ordem”, da qual o ex-escravo José Cabinda, era Grão-mestre, é outro mote que vai estimular um bom número de novas pesquisas que, certamente, mergulharão ainda mais fundo:

“Em 1854 procedeu-se a prisão de José Cabinda, conhecido também por Pai Gavião, um ex-escravo que residia em Sorocaba e era Grão-Mestre de uma Associação secreta, composta de forros e escravizados, chamada de Grande Ordem, a qual, por sua vez, era composta de outros pequenos grupos conhecidos, à semelhança da Maçonaria, como “Lojas”. Eram três as Lojas que compunham a Grande Ordem: “Filhos das Trevas”, “Maçonaria Negra” e “Campo Encantado”. Essa associação, composta por negros escravizados e livres, tinha por objetivo realizar uma insurreição de escravos de São Roque, Itu, Una e Campo Largo (Sorocaba). Após “porfiada e perigosa luta”, foi preso o líder da insurreição, sendo interrogado no dia 24 pelo delegado de Itu, capitão Moraes. Sob a liderança de José Cabinda havia um enorme contingente de escravos prontos para uma insurreição. Testemunhas diziam de vários associados da loja “Filhos das Trevas”, em Sorocaba, bem como da existência de uma casa secreta, onde estariam guardados os arsenais da insurreição, localizada na Serra de São Francisco. A repercussão desse episódio foi tão grande que o jornal Correio Paulistano publicou notícias do fato em várias de suas edições.” (CAVALHEIRO, 2013)

Haveria alguma relação ou, pelo menos, afinidades anacrônicas entre estaSociedade e a Secret History of Freemasonry (The Hidden History of Capoeira, aCollision of Cultures In the ...)?É oportuno lembrar ainda o culto religioso de João de Camargo tambémmencionado por Cavalheiro em seu trabalho.Mais do que consagrar de vez um Espaço para Sorocaba no Mundo daCapoeira, Cavalheiro, talvez até de modo inconsciente, faz com que o seu livro,em princípio concentrado no período de 1850/1930, ajude a entender ainda mais oBrasil de todas épocas, inclusive, o Brasil de Hoje.Dentro e fora do Mundo da Capoeiragem.* André Luiz Lacé LopesParticipou, como aluno, da histórica experiência acadêmica realizada pelaFundação Getúlio Vargas, em Nova Friburgo, Rio de Janeiro (Ginásio/Colégio de NovaFriburgo!). Jornalista e Administrador (EBAP:FGV), com Mestrado em AdministraçãoPública (1971) pela Universidade de Syracuse,New York, USA. Mais de quatrocentas crônicas eartigos publicados no Brasil e no exterior; setelivros publicados até agora, sendo quatro sobreCapoeiragem. Entre vários cargos e funçõesexercidos foi assessor e professor do InstitutoBrasileiro de Administração Municipal (IBAM),Superintendente Administrativo do Clube deRegatas do Flamengo, Diretor da Oficina deAssuntos da Juventude, da Organização dosEstados Americanos (OEA, Washington, D.C.),diretor-presidente da Adplan Juvesporte,consultor da Fundação Roberto Marinho (ÁreaEsportiva), Chefe de Gabinete da Secretaria Estadual de Esporte do Rio de Janeiro eprofessor de diversas universidades. Alguns prêmios na área da literatura. A trabalho,estudo ou diversão já visitou 28 países. Casado com a advogada Arly Lopes, pai deduas filhas, Dilcéa Maria, artista plástica e poeta, e Daniela, jornalista. [Páginas 2 e 3 do pdf]
“Notas para a História da Capoeira em Sorocaba (1850 – 1930)”, Carlos Carvalho Cavalheiro

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“Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar o seu arabutan [pau-brasil]. Uma vez um velho perguntou-me: Por que vindes vós outros, maírs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra ? Respondi que tínhamos muita mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas. Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados. — Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: mas esse homem tão rico de que me falas não morre? — Sim, disse eu, morre como os outros. Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? — Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. — Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também ? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.

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É por demais conhecido o fato de que toda a empresa marítima portuguesa foi expressa pelos contemporâneos em linguagem religiosa e, mais ainda, missionária. Os contemporâneos nos dão a impressão de que, para eles, o maior acontecimento depois da criação do mundo, excetuando-se a encarnação e morte de Jesus Cristo, foi a descoberta das índias.
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