titulo:Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças (66)
Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças (18 de Maio de 1973) Wildcard SSL Certificates

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Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças
18 de maio de 1973, sexta-feira
Ver ano (1973)
 registros


O dia 18 de maio foi definido como Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes após a morte da menina Araceli Cabrera Sanches, de 8 anos, que chocou o Brasil em 1973 quando foi sequestrada, drogada, espancada, estuprada e morta por membros de uma tradicional família capixaba. O crime ficou impune.Araceli era a segunda filha do eletricista espanhol Gabriel Crespo e da boliviana radicada no Brasil Lola Sánchez. Nascida na capital paulista, chegou a morar com os pais e o irmão mais velho na cidade de Cubatão, no mesmo estado. Como Araceli, ainda bebê, sofria com a poluição da cidade, a família decidiu mudar-se para o estado do Espírito Santo.[1] Viviam numa casa modesta, na rua São Paulo (hoje rua Araceli Cabrera Crespo), no bairro de Fátima, na cidade de Serra, vizinha a Vitória.[2][3]Em 18 de maio de 1973, a ausência de Araceli foi notada pelo pai quando a menina não voltou para casa depois da escola, o Colégio São Pedro, na Rua General Câmara, no bairro da Praia do Suá, em Vitória.[4] Pensando se tratar de um sequestro, distribuiu fotografias da filha aos jornais locais.[4]O corpo da menina Araceli foi encontrado 6 dias depois, nos fundos do Hospital Infantil de Vitória (Hospital Jesus Menino).[5] Uma das hipóteses foi de que a menina teria sido mandada pela mãe para entregar um envelope a Jorge Michelini, tio de Dantinho, um dos suspeitos de sua morte.[5] Chegando lá, os acusados a teriam drogado, estuprado e assassinado num apartamento do Edifício Apolo, no centro de Vitória.[5] Porém, de acordo com a promotoria (e depoimento de Marislei Fernandes Muniz), Araceli esperava o ônibus depois da escola, quando Paulo Helal, que estava em seu Ford Mustang branco, pediu para Marislei dizer à menina que "Tio Paulinho" a chamava para levá-la para casa.Foi comprovado que a menina foi mantida em cárcere privado por 2 dias, no porão e no terraço do Bar Franciscano, que pertencia à família Michelini. Tudo sendo do conhecimento de Dante Michelini, pai de um dos acusados. Os rapazes, sob efeito de barbitúricos, teriam lacerado a dentadas os seios, parte da barriga e a vagina da menina.[5] A menina foi levada agonizante ao Hospital Infantil, mas não resistiu. Os acusados ainda permaneceram com o corpo; mantiveram-no sob refrigeração e jogaram-lhe um ácido corrosivo para dificultar a identificação do cadáver.[5] Em seguida, jogaram os restos mortais da menina num terreno próximo ao mesmo Hospital Infantil.Os suspeitos do crime pertenciam a duas famílias influentes do Espírito Santo. Os nomes dos envolvidos no caso eram Paulo Constanteen Helal, conhecido como Paulinho, e Dante Michelini Júnior, conhecido como Dantinho. Este último era filho do latifundiário Dante Michelini, influente junto ao regime militar,[5] enquanto Paulinho era filho de Constanteen Helal, de família igualmente poderosa. Eles eram conhecidos na cidade como usuários de drogas que violentavam garotas menores de idade. O bando teria sido responsável também pela morte de um guarda de trânsito que os havia parado.[5] Ambos foram citados nos artigos 235 e 249 do Código Penal.[6] Também foi apontada como suspeita a própria mãe de Araceli, Lola Sánchez, que teria usado a própria filha como "mula" para entregar drogas a Jorge Michelini.[4] Lola seria um contato na rota Brasil–Bolívia do tráfico de cocaína, e desapareceu de Vitória em 1981,[4] residindo atualmente em seu país de origem. O pai de Araceli, Gabriel Crespo, faleceu em 2004.[2]Apesar de Paulo e Dantinho serem os principais suspeitos, e de haver testemunhas contra eles, jamais foram condenados pela morte da Araceli. De acordo com o relato de José Louzeiro, autor do livro Araceli, Meu Amor, o caso produziu 14 mortes, desde possíveis testemunhas, até pessoas interessadas em desvendar o crime.[5] Ele próprio, enquanto investigava o crime em Vitória para produzir seu livro-reportagem, teria sido alvo de uma tentativa de "queima de arquivo". De acordo com ele, um funcionário do hotel onde o escritor estava hospedado, pertencente à família Helal, o teria alertado de estar correndo risco de morte.[5] A partir de então, Louzeiro passou a preencher ficha num hotel e se hospedar em outro.[5]Araceli foi sepultada 3 anos depois no Cemitério Municipal de Serra/Sede, no túmulo de número 1213.[7]Após o sargento José Homero Dias, quando estava prestes a finalizar as investigações, ser morto com tiros nas costas, o caso ficou esquecido por algum tempo.[4] Clério Falcão, vereador que se elegera deputado estadual com a promessa de levar o caso Araceli ao fim, conseguiu a constituição de uma CPI na Assembleia Capixaba.[4] Esta concluiu que houvera omissão da polícia local, interessada em manter distantes de suas investigações os reais assassinos, que eram figuras de prestígio.[4] O crime repercutiu em todo o Brasil, exigindo a devida apuração e a punição dos culpados.[4]A testemunha-chave do caso foi Marislei Fernandes Muniz, antiga amante de Paulo Helal, que declarou que Araceli fora violentada e dopada com forte dose de LSD, à qual não resistiu.[4] O corpo da menina Araceli permaneceu no Instituto Médico Legal de Vitória até outubro de 1975, quando foi enviado para necrópsia no Rio de Janeiro, sendo sepultado no ano seguinte, 1976, em Serra.[4] O perito carioca Carlos Eboli constatou que a causa mortis fora intoxicação exógena por barbitúricos, seguida de asfixia mecânica por compressão.[4]A partir de então, as famílias Helal e Michelini contrataram doze dos melhores advogados de Vitória[5] para destituir as provas do crime.[4] Em 1980, Dantinho e Paulinho foram condenados pelo Juiz Hilton Sily a 18 e 5 anos de reclusão, respectivamente.[4] Entretanto, a sentença foi anulada.[5] Num novo julgamento, em 1991, foram absolvidos.[5] Desde então, de acordo com Louzeiro, tornaram-se "senhores acima de qualquer suspeita".[5]O romance reportagem Aracelli, meu amor, de 1976, de autoria do escritor e jornalista José Louzeiro, foi censurado durante a ditadura militar a pedido dos advogados dos acusados.[8]

Quem construiu Tebas, a cidade das sete portas? Nos livros estão nomes de reis; O reis carregaram as pedras? E Babilônia, tantas vezes destruída. Quem a reconstruía sempre? Em que casas da dourada Lima viviam aqueles que a construíram? No dia em que a Muralha da China ficou pronta. Para onde foram os pedreiros?



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