titulo:“História da siderúrgica de São paulo, seus personagens, seus feitos”. Jesuíno Felicíssimo Junior (98)
“História da siderúrgica de São paulo, seus personagens, seus feitos”. Jesuíno Felicíssimo Junior (1969) Wildcard SSL Certificates

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Antes vem o mestre Bartolomeu Fernandes, que o Autor apresenta como Bartolomeu Gonçalves e tinha ainda tratado e respondendo pela alcunha de Bartolomeu Carrasco, ferreiro contratado no Reino para atender, por dois anos, os reclamos de obras de ferro da armada e dos integrantes desse primeiro estabelecimento luso em solo brasileiro.

A alcunha de "Carrasco", no ambiente vicentino de então, era designativa do ofício de "ferreiro". Pondo-se à margem a interpretação dada à alcunha de "Carrasco", o certo é que é Américo de Moura (1881-1953) em "Os Povoadores do Campo de Piratininga", escreve: "Um mestre Bartolomeu, cujo apelido Avezedo Marques leu era CARASCO, em 1560, era senhor de terras no planalto à beira do Jurubatuba, e em 1571 já era falecido, tendo deixado herdeiros.

Frei Gaspar copiou diversos documentos em que se vê que Bartolomeu CARRASCO foi morador em Santos, onde uma ponte tinha o seu nome, e que fora procurador do conselho em 1553. Vê-se que a sua viúva já falecida em 1599, tinha pela segunda vez casado com Antonio Gonçalves. [Página IV]

Quanto a Bartolomeu Gonçalves, a mesma fonte, Américo de Moura (1881-1953), louva-se em Frei Gaspar (1715-1800), frisando: "Como se lê em Frei Gaspar, em nota à descrição d Santos, veio com Martim Afonso, e durante mais de vinte anos FOI O ÚNICO FERREIRO da Capitania, um mestre Bartolomeu, que primeiro se chamava Domingos Gonçalves, o qual em 1555, tendo mulher e filhas, obteve de Brás Cubas grande sesmaria em Santos".

É certo que este "mestre dos primeiros ferreiros que transpuseram a serra" mudou o nome de batismo de tal forma que, diz Américo de Moura (1881-1953), "poderia disputar a Bartolomeu Antunes a identificação por mim suposta como Bartholomeu Camacho"...

Entretanto, há entre os numerosos Fernandes, um Bartholomeu a que uo autor se refere como "um segundo Bartholomeu Fernandes que a História registra, possivelmente descendente em 1a. linha de seu homônimo reinol", como há, também, outro Bartholomeu Gonçalves, este mameluco, filho do Padre Adão Gonçalves (antes de entrar para a Companhia de Jesus), nascido em 1548, que entrou e faleceu na Companhia (Serafim Leite, História I, 576, 577, "Cartas" III, 191, 353).

Américo de Moura (1881-1953) investigando a origem de Bartholomeu Fernandes não conseguiu descobri-la, mas atribuiu a ele e não à mulher o "nome CABRAL que aparece em sua descendência".

Também, foi ferreiro e era analfabeto. O autor está em plena concordância com as melhores fontes, quando refere que o dito ferreiro "foi intimado e não ensinar seu ofício a um mameluco ou nativo de sua adoção". De fato, em 1579, intimaram-no "a não ensinar o oficio a um nativo que tinha em casa".

E em 1580 (Américo de Moura, 1881-1953), a cominação foi mais forte: era ele obrigado a expulsar de casa o nativo Gaspar". Vê-se que não é fácil deslindar o caso do Mestre Bartholomeu: três pessoas distintas ou uma só, como pretende o Autor, com três nomes diferentes? [História da siderúrgica de São paulo, seus personagens, seus feitos, 1969. Jesuíno Felicíssimo Junior. Página V]

Mestre Bartholomeu prestou valiosos serviços na fundação de Santos e, afeiçoando-se à nova terra, veio, após cumprir o prazo de sua contratação, fixar-se, para sempre, nos Campos de Piratininga (peixe sêco), tornado-se um dos seus primeiros povoadores e Senhor de grande trato de terras nas bandas de Jeribatuba (sítios dos Jiribás), ás margens do rio deste nome, hoje conhecido por Pinheiros, então encravado nos domínios do grande Cacique Caiubi.

Tudo indica que Mestre Bartholomeu, falecido em torno de 1566, não só deixou descendência ativa, que também se devotou á sua arte produzindo pequenos artefatos de ferro comerciados ao longo do Jurubatuba, do Anhembi e do Tamanduateí, mas ainda instalou forja á margem esquerda do Jurubatuba, cuja existência, em 1554, foi citada por Anchieta, que mais tarde, em torno de 1560, fundou nas proximidades, a aldeia de Santo Amaro. [História da siderúrgica de São paulo, seus personagens, seus feitos, 1969. Jesuíno Felicíssimo Junior. Página 1]

Em 19 de julho de 1601, D. Francisco de Souza suspendia a franquia para mineração, excetuando dêsse impedimento os dois Sardinha e, em 1601, fazia seguir, terra adentro, a bandeira de Nicolau Barreto, levando, entre seus integrantes, o intrépido Afonso Sardinha, o moço, que morreu em 1604, em pleno sertão, quando a bandeira já estava de regresso, após mais de 2 anos de internação, trazendo 3000 nativos preados. [Página 8]

No seu segundo governo, D. Francisco de Souza esteve em São Paulo em novembro de 1609 para registrar um grande número de alvarás, provisões e ordens régias e seguiu logo para Araçoiaba, com o propósito de reanimar o empreendimento metalúrgico e mineiro alí em decadência. A povoação espontânea que começara a desenvolver-se junto ao morro foi incentivada por D. Francisco de Souza que, também, procurou incrementar a produção de ferro. Nessa sua viagem de volta e incursão, se fez acompanhar de Cornélio de Arzão, natural de Flanders, que veio com a missão especial de construir os engenhos das minas, mediante o salário anual de 200 cruzados. Empreendedor e ativo, Arzão, em 1610, construiu a Igreja Matriz de São Paulo e foi o primeiro que, em 1613, introduziu nos campos de Piratininga a lavoura de trigo e construiu um moinho no Anhangabaú. Arzão, tronco de numerosa e notável descendência, teve vida ativa e atribulada, sendo excomungado em 1618, encarcerado e seus bens sequestrados. [Página 10]

Essa epopéia ficou imortalizada nas 4 primeiras linhas da oração-poema "Monumento das Bandeiras", de inspiração e lavra de Guilherme de Almeida, o Príncipe dos Poetas Brasileiros, assim gravadas: “Voltou aquele que arrancou o flanco do Jaraguá o ouro primeiro, e foi bater no Araçoiaba o ferro em brasa...” (Página 11)

Sendo certo que Meste Bartholomeu frequentara estas paragens de 1535 a 1566, é admissível, que sua curiosidade, habilidade de improvisação e conhecmento da arte aliadas ao fato de que também se reduzia minério em forjas de ferreiro, possívelmente, o levaram a utilizzar este minério para sua conversão em artefatos de ferro, ficando aceitável a suposição de poder ter sido este local o verço do 1o. empreendimento siderúrgico do Brasil e das Américas. Se tal suposição, não for exata, tal galardão continuará com Araçoiaba, mantendo-se Ibirapuera, em 2o. lugar, como geralmente se considera.

Em 23 de setembro de 1619, André Fernandes que em 1580, ao lado de seu pai e de sua mãe, participou da fundação de Santa Ana de Parnaíba, obteve do Capitão-Mór de São Vicente, Gonçalo Correia de Sá, uma sesmaria de terras com minas em Ibituruna. Nessa ocasião seu irmão Balthazar Fernandes também obteve sesmaria no Porto das Canoas, vizinha da de André, e levantou em Parnaíba um forno para fundição de ferro que, em 1645, foi sequestrado e desmontado em consequência de denúncia e representação de Francisco Jorge ao Juiz Ordinário Paulo do Amaral. Foi mais um dos Fernandes e talvez o último, que viu seu pendor de ferreiro e fundidor embaraçado pela autoridade oficial. [História da siderúrgica de São paulo, seus personagens, seus feitos, 1969. Jesuíno Felicíssimo Junior. Página 15]

(...) chegou á vila de São Paulo atrapudi pela fama das descobertas dos Sardinhas, pai e filho, aos quais se mostrara grato e dedicara consideração especial, dando-lhes plena liberdade nas suas iniciativas minero-metalúrgicas. Já em 23 de maio de 1599, acompanhado de grande e imponente séquito, constituído de fidalgos coloridamente trajados, técnicos, infantes e nativos, sob o som de música marcial, partiu rumo ao Araçoiaba, ali permanecendo, desta feita, 7 meses.

Nêsse interim, na esperança de incrementar não só a produção de ferro ali iniciada, mas também a de ouro escassamente verificada, erigiu no Vale das Furnas, próximo ao engenho de fabricação de ferro, uma povoação sob o patrocínio de Nossa Senhora de Monte Serrate, de sua reconhecida devoção.

Entre os técnicos de seu cortejo, nessa incursão, a História registra os nomes do engenheiro Geraldo Bettink (Betim), do mineiro Jacques Oalte, ambos teuto-holandeses, e de Sardinha, o moço. Nêsse interim, providenciou a provisão de 27 de maio permitindo que quaisquer pessoas pudessem minerar pagando o quinto á Fazenda.

O Engenheiro Betim não prestou grande contribuição para o desenvolvimento de Araçoiaba mas, posteriormente, fixou-se em São Paulo, casando-se com Custódia Fernandes, filha do "reinol" Manoel Fernandes e da notável matrona paulista Suzana Dias, vindo transmitir seus conhecimentos especializados em mineração e metalurgia a seus cunhados e parentes afins, que foram integrantes das primeiras levas dos Bandeirantes.

Em 19 de julho de 1601, D. Francisco de Souza suspendia a franquia para mineração, excetuando dêsse impedimento os dois Sardinha, em 1601, fazia seguir, terra adentro, a bandeira de Nicolau Barreto, levando, entre seus integrantes, o intrépido Afonso Sardinha, o moço, que morreu em 1604, em pleno sertão, quando a bandeira já estava de regresso, após mais de 2 anos de internação, trazendo 3.000 nativos preados. Em testamento feito ás portas da morte, ditado ao padre João Alvares, declarou possuir mais de 80 mil cruzados (32:000$000) de ouro que extraiu das minas de Santa Fé e Jaraguá.

Em 1602, D. Francisco de Souza foi substituído no Governo Geral do Brasil por D. Diogo Botelho, permanecendo em São Paulo até 1605, só voltando à Espanha face sua convocação pela carta régia de 19 de março de 1605. Na Espanha, D. Francisco tratou de preparar seu regresso ao Brasil em nova investidura.

Durante a sua ausência, os moradores do Vale das Furnas trasladaram-se para Itavuvu, ás margens do rio Sorocaba, 2 léguas a nordeste de Araçoiaba e cerca de meia légua a jusante da barra do rio Pirajibú, à sua margem direita. Regressando da Espanha em 1610, D. Francisco de Souza conformou-se com o êxodo de Araçoiaba, mas mudou o nome de Itavuvu ou Itapeboçu para São Filipe, em homenagem a Filipe II da Espanha e I de Portugal, mandando instalar um pelourinho, para atribuir-lhe fotos de autonomia e câmara. (“História da siderúrgica de São paulo, seus personagens, seus feitos”, 1969. Jesuíno Felicíssimo Junior. Página 8 e 9)

[22667] “Memórias Para a História da Capitania de São Vicente”, Frei Gaspar da Madre de Deus ...
Data: 1797


(...) aprendi que o homem tinha qualidades que o separavam inteiramente da bruta animalidade, que lhe constituíam uma natureza moral que não pertencia ao mundo animal, puramente físico, que a espontaneidade e a consciência, que os outros animais não possuíam lhe criavam direitos e deveres anteriores aos governos, que só foram inventados para segurar-lhes o gozo.


Rafael Tobias de Aguiar (1794-1857)
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