canoas vendeu o seu direito a Miguel Sutil de Oliveira e João Lopes da Cunha por 300$00 e 110$000. Em meados de maio de 1728 o governador de São Paulo, Caldeira Pimentel, passou uns dias em Sorocaba distribuindo sesmarias no caminho do Paranapanema e de Curitiba. A sesmaria não se deve confundir com os pequenos lotes nos ribeiros auríferos, ao cuidado do superintendente. O governador ganhava taxas pelos papéis. Hospedou-se com o tte. cel.Beripardo Antunes. Apiaí desixou de ser arraial em 1735, quando se fêz o primeiro batizado, e em 1746 já era primeiro vigário de Paranapanema o padre Manuel de Lima Vergueiro. As duas freguesias continuavam a pertencer ao município de Sorocaba.As minas de São José do Guapiara foram descobertas pelo índio Ciríaco, administrado dos Padres de São Bento deSorocaba. José de Barros Lima, sorocabano e Salvador Nardyde Vasconcelos, ituano, intitularam-se descobridores. BarrosLima escreveu ao governador de São Paulo, Mascarenhas, efoi feito superintendente das minas do Paranapanema, em lugar de Tomás Antônio Pizarro de Araújo.Na éra das bandeiras é quase certo que muitas delas desceram pelo Sorocaba junto à ponte e os Maciéis já teriamembarcado no Sarapú. Quando as bandeiras se transformaram nas monções de Pôrto Feliz, expedições fixas para negócio, também muitas saíram daqui, embora só haja documentação de duas que partiram quase juntas em 1727.
Mesmo o capitão-mor Fernão Dias Falcão em 1723 aqui se proveu de gente, de gêneros e de escravos pretos, inclusive um barbeiro sangrador (algum mulato de partes), e, de certo partiu daqui.
Era difícil transportar cargas no ombro de índios. Cavalos havia poucos. Talvez fizesse conta dar a volta pelo rio Sorocaba, que tinha só uma cachoeira, a Jequitaia, onde Manuel Guedes lá por 1908, fundou uma usina elétrica para Tatuí.
Outra razão é que iam rareando os paus grossos para canoas nas margens do Tietê, em Pôrto Feliz, de forma que, em 1780 as canoas eram feitas no Jurupará, muito acima da cidade de Sorocaba.
Posta a carga na canoa, a gente descansa, enquanto não houver "varação".
João Antônio Cabral Camelo, negociante, português quase que evidentemente, saiu de Sorocaba em começos de 1727 com muitos carregamentos de negócio e alguns escravos aqui comprados, desembarcando em Cuiabá em 21 de novembro de 1727.
Êle já voltava em 1730 com o ouvidor Antônio Álvares Lanhas Peixoto. A 6 de junho foram atacados no rio Paraguai pelos paiaguás, em 50 canoas. O ouvidor foi morto. Os índios levaram o ouro dos quintos a trocar por bugigangas em Assunção. Cabral Camelo escapou e vivia em São João del Rei em 1734. Esta afronta apressou o episódio chamado pelos cronistas: Guerra dos paiaguás. Comos ituanos, muitos sorocabanos receberam patentes de oficiais e promessa de repartição da prêsa, por parte do governador Conde de Sarzedas. O cado da tropa, Gabriel Antunes Maciel, à frente do comandante principal, o português Manuel Rodrigues de Carvalho, e sucumbiu, com muitos paulistas, lutando contra os paiaguás no rio Paraguai, em 1734. Não se sabe, o número de sorocabanos mortos, mas os brancos eram poucos, e os índios, muitos.
Já com a descoberta das minas aparecem os primeiros escravos africanos ou crioulos, tendo o Govêrno de Portugal dado licença aos paulistas para comprarem 300 por ano no mercado do Río de Janeiro. Aparecem e desaparecem algumasdezenas, rumo do Cuiabá. Eram bons remadores, o que nãoquer dizer que não fôssem pilotos e artesãos. Um ou outro aparecia antes, mas o trabalho escravo e a mestiçagem era devida aos índios. Até os primeiros anos de 1700 em Sorocabase falava também o tupí. Até cêrca de 1733, todavia, o trabalho das roças era feito pelos índios administrados, emborajá nascidos aqui, e pelos mamelucos (palavra ainda usada atéos meados do século XVIII).O primeiro livro de batismo para escravos africanos, queexiste é de 1739. No entanto, em 1709 "foi enterrado na matriz" um servo da casa de Braz Mendes Pais. Em 1721 foienterrado"um negro mina por nome Antônio, escravo de JoãoDomingues do Prado. Os negros que o trouxeram nãosouberam dizer se confessou".Havia, pois, alguns escravos negros.A igreja de Nossa Senhora da Ponte, doada a São Bento,e onde jaz Baltazar, serviu de matriz e é a mesma construídapelo fundador. O mosteiro foi edificado ao lado do Evangelho, com a porta principal logo pegada a igreja. Hoje, esta foipara o meio e os largos beirais foram substituídos por plati- (Página 86 e 87)
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