titulo:Assassinato de Rudolf Dafferner: Nazismo, homossexualismo ou policial corrupto? (79)
Assassinato de Rudolf Dafferner: Nazismo, homossexualismo ou policial corrupto? (30 de Janeiro de 1973) Wildcard SSL Certificates

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Assassinato de Rudolf Dafferner: Nazismo, homossexualismo ou policial co...
30 de de 1973, terça-feira
Ver ano (1973)
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Foram cinco dias de angustia e terror para a família de Rudolf Daffferner, desde que o industrial paulista desaparecera em seu próprio carro, um Dodge Dart com o qual se dirigia para Sorocaba, a fim de fazer pagamentos de sua firma.

Além da polícia, que estava de sobreaviso, somente o telefone representava uma esperança: qualquer chamada provocava medo, pois através dele poderia vir a notícia fatal, ou a alegria.

Da hábitos simples, com 54 anos de idade, conduta rigorosamente normal, muito bem casado, Rudolf Dafferner desaparecera misteriosamente na terça-feira, dia 30 de janeiro.

Abasteceu o seu carro num posto da capital e seguiu para o interior do estado, levando cheques nominais no valor de 15 mil cruzeiros e alguns trocados para pequenas despesas.

Sua empresa gráfica, a Catu Limitada, tinha a aberto recentemente uma filial em Sorocaba e isso exigia do diretor -técnico da firma uma série de viagens. Naquele dia, Rudolf tomou a Rodovia Castelo Branco, mas não chegou em Sorocaba.Horas mais tarde, enquanto a sua família dava queixa no 12o. distrito, funcionários da Catu percorriam a rodovia, tentando localizar o carro enguiçado em algum trecho, ou mesmo tombado em algum principio.

Os rádios e jornais noticiaram o desaparecimento e um interminável plantão policial se estabeleceu pois recentemente um outro empresário paulista desaparecera em condições semelhantes, até que fora encontrado morto, à beira de uma estrada.

Naquela primeira noite, o telefone tocou duas vezes, e por duas vezes ninguém falou do outro lado da linha. No dia seguinte, a hipótese do sequestro oi levantada. Mas queria teria interesse em cobrar uma alta quantia pela vida de Rudolf?

"Meu poi sempre foi apolítico", explicava Ralf, o filho mais velho. "Nunca teve nenhum problema desse tipo. Alguns insinuam que possa ter sido qualquer ligação com o nazismo, mas ele vive desde os 7 anos aqui em São Paulo, é naturalizado, nunca se envolveu em causa partidárias."

Com o passar do tempo, outra hipótese, esta mais romântica, foi levantada: talvez o industrial tivesse se desiludido da vida metódica que levava e tivesse dado uma de adolescente, saindo de casa sem aviso prévio.

Mas seu irmão, Walter, presidente da firma, garantia que não havia ninguém mais fiel à esposa e ao lar do que Rudolf. "Além disso vivíamos uma fase de grande prosperidade e Rudolf estava satisfeitíssimo, tanto em casa como no trabalho". Dizia o irmão.

Os cem quilômetros que separam a capital de Sorocaba foram vasculhados pela polícia, parentes e funcionários da empresa. O passado de Rudolf foi meticulosamente esmiuçado pelas autoridades, com finalidade de desvendar o mistério.

Todos tinham presente o recente massacre do industrial Amante Neto, e temia-se que Rudolf tivesse um fim igual embora por motivos diferentes."Nunca aconteceu nada de anormal em nossa firma." Explica Walter. "Impossível pensar em alguma vingança de funcionários. Rudolf ia duas vezes por semana a Sorocaba, sempre em serviço. Nas viagens que fazia nunca parava nem dava caronas para estranhos, com exceção de soldados da Polícia Militar".

Na quinta-feira, a mulher do industrial estava dopada de tanto tranquilizante que lhe receitavam. Ela entrava em crise nervosa que lhe lembravam a mania de Rudolf em dar carona a soldados.

Um vizinho lembrava a também recente história do líder sindical que fora assassinado por três soldados da PM e cujo corpo foi jogado numa represa da Light. Por coincidência, este caso ocorrera nas proximidades de Sorocaba e a polícia só descobriu o crime muitos dias depois do sumiço da vítima.

Na sexta-feira, correu um boato de que um telefonema exigia 500 mil cruzeiros pelo resgate do industrial. Apesar dos esforços da família e da polícia, não houve confirmação do fato. No sábado, o desespero tomou conta de todos.

Os parentes pensaram em alugar um helicóptero para sobrevoar a Rodovia Castelo Branco. Helmut, um dos filhos, teve um desabafo:"Agora não adianta mais nada! Temos que esperar que os urubus comecem a rondar um trecho, para podermos descobrir o corpo".

Na madrugada do domingo, foi noticiado que o Dodge Dar e um suspeito tinham sido localizados na cidadezinha de Urânia, perto da divisa com o Mato Grosso. Inicialmente, a família não acreditou na notícia.

Mesmo assim, anotaram o nome do sequestrador, o cabo Marco Antônio Marques, e consultaram o departamento pessoal da firma para saber se algum ex-funcionário da Catu Limitada tinha esse nome.

Mas a polícia tinha a presa em mãos. Levado para São Paulo, Marco Antônio foi severamente interrogado pelo próprio secretário de Segurança, o General Sérvulo da Mota Lima.

À tarde do mesmo dia, domingo, uma notícia liquidou com todas as esperanças da família Dafferner: o corpo de Rudolf fora localizado num matagal situado no km 111 da Rodovia Castelo Branco.

O crime ocorrera na própria terça-feira e o cadáver já estava em decomposição. Enquanto a polícia removia o cadáver para a capital, a família foi assaltada por diversas versões que procuravam explicar a morte de Rudolf, e a forma pela qual fora massacrado.

A polícia mantinha reservas a respeito, na esperança de poder descobrir se havia outros implicados no crime. Entre as versões que surgiram, sobretudo, revoltou os familiares de Rudolf: a do homossexualismo da vítima. A história, falsa ou não, teria sido contada pelo próprio assassino:

"Durante todo o trajeto, depois que me deu carona, Rudolf começou a fazer perguntas sobre assuntos pessoais e me convidou para um encontro assim que tivesse resolvido os seus problemas em Sorocaba.Aproveitando esse tipo de conversa, sugeri que ele entrasse no matagal. Rudolf recusou-se a me pagar e por isso eu o matei".

Assim que cometeu o crime, Marco Antônio Marques confessou ter disparado três tiros contra o industrial, ele tomou o volante do carro e dirigiu-se para Urânia, cidade onde vivera a sua infância.

Desfilava tranquilamente com o Dodge Dart, comunicando aos mais conhecidos que estava rico, trabalhando como cobrador de duplicatas nas horas vagas.Até que a notícia do desaparecimento do industrial chegou a Urânia. Um sargento do destacamento local leu a história do Dodge Dar e suspeitou do cabo. Quando foi conferir a placa, levou um susto.

"Prendi Marco Antônio e avisei a capital. Fui depois ao hotel onde ele estava hospedado e facilmente descobri os dois cheques de 15 mil cruzeiros".Sentindo-se perdido o policial assassino adotou a tática do despistamento, contando diversas versões para embaralhar o caso. Apesar de interrogado severamente, ele se recusava a indicar o local do crime. Até que, cansado, resolveu colaborar com as autoridades. Viajando de heliopático, conseguiu localizar o matagal onde, logo em seguida, foi encontrado o corpo de Rudolf.

A mulher da vítima, ainda com alguma esperança, levantou a hipótese: estando em decomposição, talvez o corpo fosse um outro. Mesmo assim, apesar do estado do cadáver, os filhos de Rudolf puderam reconhecer o pai: inclusive, os óculos ainda estavam no rosto comido pelos vermes.

Dentro de seus hábitos inflexíveis, de sua vida metódica, assentada em valores estabelecidos, o industrial cometera um erro que lhe foi fatal: não dava caronas a estranhos, confiando apenas em quem tivesse uma farda.

E naquele dia, 30 de janeiro de 1973, deu carona a um homem fardado.

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Os nativos tem alguma notícia do dilúvio, mas muito confusa, por lhes ficar de mão em mão dos maiores e contam a história de diversas maneiras. Também lhes ficou dos antigos noticias de dois homens que andaram entre eles, um bom e outro mau, ao bom chamam Sume, que deve ser o apóstolo Tomé, e este dizem que lhes fazia boas obras, mas não se lembram em particular.


José de Anchieta
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