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Um rancor para a eternidade. Por Luciana Leite, em jornalcruzeiro.com.br
8 de julho de 201607/04/2024 06:23:46

É costume comum deixar um recado na lápide para a eternidade, uma frase ou sentimento que se quer perene, perpétuo. Na ausência do pensante, fica o pensamento; ou algo de quase eterno e que não será facilmente consumido pelo frialdade da terra, até que o próprio mármore, as letras e as mensagens sejam irremediavelmente consumidos pelo tempo. Ao se entrar no cemitério da Saudade pelo seu portão lateral, pela rua Comendador Oeterer, um túmulo chama atenção por uma dessas frases, sobretudo para quem tem uma alma mais sensível ou atenta.

O jazigo aparenta ser muito simples por ter sido construído unicamente de cimento, por sinal já bastante desgastado e com milhares de pontos provocados pela chuva e pelo vento; seu aspecto é a de uma enorme pedra pome embolorada. Tem apenas duas gavetas e falsas pilastras a sustentar uma tampa ou laje chanfrada que lhe empresta uma certa leveza. Engana-se quem olha para ele e crê tratar-se de uma família muito humilde encerrada ali. O cimento era um material muito nobre e caro no final do século XIX, período em que ele foi construído, além de sua localização privilegiada, de frente para uma das vias principais dessa cidade morta, portanto em área nobre.

Lembra um pequeno templo grego, firme, sério e sem nenhum adorno “desnecessário” a lhe emprestar beleza. Sua sobriedade não permitiu cruz, santos ou qualquer outro símbolo religioso. Detalhes que emprestam à história de seus moradores muita singularidade, sobretudo pelo dito epitáfio dramático em uma de suas gavetas:

Aqui descançao CAMm FRANCISCO DE PAULA PENTEADOFalecido a 23 de 9NRº de 1892com 48 annos de idadeMARTYR DA PATRIA E VICTIMA DAINGRATIDÃOTRIBUTO DE AMOR FILIAL

Como a morte definitiva ocorre apenas quando se é esquecido, é tempo de fazer justiça a esse combatente, morto por beribéri contraído durante a guerra, e a sociedade, fazer seu mea-culpa, colocando-o no Panteão dos heróis da pátria. Assim deve ser com toda nação que se preze, ainda que essa seja numa comunidade morta. Afinal, desde tempos imemoriais, fazer a guerra é algo comum à insensatez humana, sobrando no entanto a apenas alguns a responsabilidade de, de fato, enfrentá-la.

Francisco de Paula Penteado nasceu numa comunidade agrária, mas que se já se imaginava comercial, urbana e encantada com a ideia de progresso. Essa sociedade grávida da modernidade pariu um menino patriótico e sonhador, alimentado pela abastança de ser filho de uma família rica. Sem privações a lhe incomodar sobretudo o estômago, o órgão mais revoltado e indisciplinado quando se é pobre, esse garoto cresceu embalado pelos sonhos de mundo ideal, num país recém independente e ainda por se fazer. Sem enfrentar a batalha da vida para a sobrevivência, escolheu outras lutas para embalar seus desafios, o que aconteceria a ele apenas quando completou vinte e um anos de idade, com a invasão do Mato Grosso pelo ditador paraguaio Solano López.

O jovem Francisco sentiu então o seu sangue ferver por tamanha afronta e contracenou com seus amigos de famílias tradicionais acaloradas discussões sobre a guerra, sobre a bravura e a coragem. A cada frase de efeito dita nessas reuniões de petit comité da sociedade, ele olhava para todos os lados, vagarosamente, como para se certificar que era ouvido e apreciado. Numa competição crescente de brio e coragem muito particular ao mundo masculino, colocou toda a sua bravura a prova, empenhando sua palavra que pegaria em armas para defender o Brasil. Quando leu no jornal “O Araçoiaba” a convocação geral de voluntários pela defesa da pátria, não teve dúvidas e se alistou na Guarda Nacional para marchar rumo ao Paraguai e derrubar o inimigo.

Pensou que a batalha seria um passeio do seu Brasil no Paraguai, sem imaginar a desproporção do que sua inocência supunha com o que ele iria de fato encontrar pelo caminho. O filho bem-nascido, bem vestido e alimentado iria agora experimentar de outra forma a batalha da vida e pela vida. Ingressou no 7º Voluntários da Pátria, o corpo militar formado pela fina flor da mocidade paulistana. Sua primeira instrução foi constatar que a velocidade da guerra é muito diferente da urgência da juventude que ela consome, ficando seis meses aquartelado nas colinas do Ipiranga na cidade de São Paulo, entre preparativos, treinamentos e indecisões do governo imperial sobre para onde mandá-los. Por muita sorte, ou melhor, forte influência na Corte Imperial, não foram combater em Mato Grosso, palco de um dos maiores fracassos militares do Brasil, na fatídica retirada de Laguna.

Igual aos seus setecentos e cinquenta e nove companheiros que compunham a companhia dos voluntários paulistas, Francisco sentia sede pelo momento de entrar em cena no teatro da guerra, com seu luzido uniforme azul de alferes a lhe conferir forma de homem num corpo juvenil. Após longa espera partiram enfim para Santos e daí para a glória para alguns, ou para a morte para a grande maioria deles, embarcando no dia 13 de agosto de 1865 no navio Princesa de Joinville. Foi um embarque às pressas, pois a ordem era de partir apenas no dia 14, no entanto, após alerta geral de "reunir", subiram a bordo por volta de três e meia da tarde. A correria foi tão grande que muitos haviam deixado suas roupas para lavar e não tiveram tempo de pegá-las de volta.

Apinhados todos no navio, sofreram sucessivas paradas e troca de embarcação, até a chegada a Porto Alegre, onde a guerra começaria sua colheita fatal, tendo a natureza como arma. Francisco viu a morte de perto com a perda em poucos dias de trinta e cinco companheiros vitimados por uma terrível epidemia de bexigas, além de cem deles que ficariam pelos hospitais da região. Em outras escalas, o tifo faria mais vítimas, cada lugar mais insalubre e mais pestilento que o anterior. Nesse ponto Francisco já havia entendido que a aventura de sua vida seria muito distante de um passeio e que o inimigo era muito maior que ele supunha, e incluía ou frio intenso ou o calor excessivo, as pestes, as moscas, a sede e a fome. Obstáculos que matariam dois terços de todo o contingente aliado, que tombaria sem ter dado um único tiro.

O batismo de fogo tão esperado por Francisco aconteceria nas barrancas do rio Paraná, próximo à região conhecida como o Passo da Pátria, como parte dos preparativos para invasão do Paraguai pelo exército aliado -- Brasil, Argentina e Uruguai. A missão militar precisaria utilizar como vias os rios Paraná e Paraguai, devido ao desconhecimento do terreno inimigo, e por esse ser de mata fechada, o que inviabilizava uma estratégia que priorizasse a invasão por terra. Francisco ficou impressionado com tamanha mobilização de forças, afinal a invasão contava com uma esquadra brasileira de vinte e seis navios comandados por Tamandaré e mais de sessenta e cinco mil soldados do exército sob o comando superior do General Osório.

Do lado paraguaio havia uma fortificação antiga à beira do rio Paraná, chamada Itapiru, construída para inviabilizar a navegação naquela região e que deveria ser destruída, sendo importante a ocupação da Ilha de Redenção no meio do rio e defronte a esse forte paraguaio. Francisco sentiu que o momento havia chegado, era a hora de usar a sua arma carregada como um fardo desde a partida, oito meses antes de chegar até ali. Distante milhares de quilômetros de sua terra natal, sofria o gélido sereno da manhã no acampamento improvisado de um exército carente de barraca, roupas e fardamento.

Nesse ambiente de total privação, Francisco sentiu toda a camaradagem dos amigos da caserna, que era formada por gente muito simples e por muitos negros que tomaram parte da luta, levados à guerra como moeda de troca de senhores de escravos que queriam fazer “sua parte”. Suas convicções e opiniões mudavam a passos largos, a ponto de não mais se reconhecer no uniforme já surrado da longa jornada. Agora, mais ouvia do que falava. Sentia que tinha mais a aprender do que a ensinar com todos os negros e pobres a formar a coluna e tinha certeza que era com eles que ele poderia contar. A cada conversa franca com os amigos do acampamento, olhava para todos os lados, como para se certificar se haveria mais alguém a quem ouvir os conselhos.

Esse ambiente democrático em meio à privação e carnificina da guerra era o lado bom da luta, em que todo o gesto humano se revestia de outro valor. Francisco aprendeu a dividir o pão e a carne, ajudar nos curativos, a cavar a cova de um companheiro morto, a confortar um amigo e dar-lhe esperança de retorno. Tudo era muito diferente do que havia visto e vivido até então e o jovem amadurecia a duras penas, cada mês a lhe cobrar um pouco de sanidade e saúde, num aprendizado misto temperado com um pouco de amor e muita dor.

Apesar de tudo e por mais absurdo que pareça, começou a tomar gosto pela guerra. Pela primeira vez sentiu-se integrado, completo em meio ao caos e percebeu de que material ele era feito. Que estar ali era de fato o seu destino. Jamais tinha visto a fuça de um paraguaio na sua vida, tinha ouvido narrações e delas havia formado apenas uma imaginação, uma ideia do que ele seria. Era um exercício mental importante naquela guerra, pois é preciso ter um inimigo para odiar, ainda que por enquanto ele exista só em pensamento. Ao mesmo tempo, sentia orgulho por participar de uma ação tão importante coma a invasão do Paraguai, através da ocupação da Ilha de Redenção e o ataque ao Forte de Itapiru. Ele não fazia ideia de que esse plano era apenas uma estratégia militar para enganar Solano López acerca do correto lugar de desembarque das tropas aliadas, duas léguas abaixo. Em outras palavras, Francisco e seus companheiros serviriam de “bucha de canhão” no tabuleiro da guerra.

A ilha não era ocupada pelos paraguaios e o desembarque se deu à noite para que, protegidos pela escuridão, os novecentos combatentes sob o comando do Coronel Vilagran Cabrita pudessem cavar as trincheiras e montar todas as peças de artilharia e postos de tiro. Foi uma noite intensa com o trabalho sendo feito com muito cuidado e silêncio. Francisco não teve tempo de pensar; cavava, carregava, transportava e apenas olhava por cima do mato alto os pontos de fogueira do inimigo e chegava a escutar suas conversas na quietude da madrugada, sem entender palavra. Fazia um esforço para que aquelas vozes fizessem alguma composição com o paraguaio que ele há tempos havia formando em sua imaginação, tentando compor uma espécie de corporeidade maligna que deveria combater.

Na alvorecer, quando o lado inimigo se deu conta do erro de não proteger a ilha, a bandeira brasileira já estava hasteada e começou a chover tiros de artilharia de lado a lado. Ora caíam no rio e ora chegavam a provocar algum estrago no lado brasileiro, num ritmo monótono e sem contudo ameaçar a segurança do local conquistado. Francisco foi se enchendo de coragem e valentia, por acreditar que o inimigo de carne e osso não representava tanto perigo. Sua opinião iria mudar logo, pois os inimigos eram inteligentes e também tinham suas estratégias.

O comando paraguaio planejou a execução de um arriscado assalto à ilha, utilizando da noite como esconderijo, protegidos pela vegetação alta de macega que dificultava a observação dos sentinelas brasileiros e de suas chatas flutuantes, que deixavam pouco à mostra acima da água. Nesse dia, cerca de mil e quinhentos combatentes partiram rumo à ilha em trinta dessas embarcações.

Eram três e meia da madrugada do dia 10 de abril de 1866 e apesar da lua cheia e do tempo claro, nada revelou a chegada do inimigo, sendo a vanguarda brasileira surpreendida pela gritaria geral e tiros que partiram da margem. Francisco dormia exausto pelas manobras de noites anteriores, sonhando profundamente numa batalha em que se batiam todos, misturados a rostos familiares e feições desfocadas de um inimigo imaginário. Quando ele fincava a baioneta no oponente ele se dissipava no éter e Francisco sentia-se cada vez mais cansado em sonho por combater o nada.

De repente, o alarido e gritaria geral fizeram com que semicerrasse os olhos. Meio acordado e meio dormindo, levou algum tempo para entender o que estava acontecendo. De tão esperado esse momento de luta, chegou num átimo e explodiu dos seus sonhos como um rastilho de pólvora, acordando no exato momento em que viu um amigo tombando ao seu lado por um tiro que partia do meio do mato. Com a vista ainda embaçada, teve dificuldade em encontrar sua companheira fiel e pronta para cuspir fogo. Era chegada a hora de enfrentar um inimigo real. Os estalidos, o cheiro forte de enxofre e a fumaça impregnavam o ar enquanto o sangue encharcava a vegetação alta das terras de Redenção, por horas a fio, até o amanhecer. A muito custo e graças à destreza dos comandantes da infantaria brasileira, a tropa conseguiu se organizar e fazer frente ao inimigo, que teve que retroceder até a margem da ilha, após terem quase conseguido transpor as trincheiras.

Já pela manhã e com a munição a rarear, foi dada a ordem de avançar em meio às macegas onde se protegiam os paraguaios e dar combate, agora à custa de baionetas e espadas. Francisco avançou trôpego e como pôde, tendo como energia apenas a adrenalina do momento e a coragem do ineditismo do seu batismo de fogo, num combate que não divisava muito do seu sonho noturno. Enquanto atirava contra o mato tentando acertar o inimigo, este continuava sem rosto e à noite, quando tombavam já próximos às trincheiras, não tinha clareza de suas feições. Agora, avançando contra o matagal, sua baioneta cortava a relva alta e às vezes encontrava um corpo que se esvaía em sangue e gritos de dor, numa algazarra infernal em que o inimigo desaparecia não no éter, mas no pântano.

As tropas brasileiras do outro lado, na praia, assistiam com apreensão, impotência e medo pelo destino dos amigos na ilha. Essa batalha foi uma das mais sangrentas e importantes da guerra, com o inimigo sendo dominado, aprisionado ou tendo de fugir às pressas de volta a Itapiru. Após a calma e a certeza dessa primeira vitória, seiscentos e quarenta paraguaios haviam sido mortos, com a baixa de cinquenta e cinco do lado brasileiro. Pela primeira vez Francisco encarou o inimigo e ficou impressionado com sua seminudez, desnutrição e fome, que faziam com que se atirassem avidamente para comer qualquer porção de farinha ou carne que lhes fossem atiradas. Sentiu mais pena do que ódio, agora de um oponente em carne e osso, ou mais osso do que carne. Após o sucesso da operação na ilha, ela seria rebatizada de Ilha Cabrita, em homenagem ao Coronel Vilagran Cabrita, morto por um tiro de canhão disparado do Forte Itapiru. Francisco recebeu o comando de uma divisão inteira após essa luta, devido à ausência de oficiais, e continuou sua marcha, integrando a companhia paulista com outras durante a invasão do Paraguai. Sentia-se agora um autêntico militar e capaz de enfrentar as mais duras lutas até a derrubada final do ditador Solano López; porém, a desproporção de sua inocência pueril da partida em nada se comparava à experiência desse homem transformado pela guerra. Nutria agora respeito pela valentia paraguaia e tinha certeza que sua missão seria longa.

Em solo paraguaio participaria ainda da maior batalha da história da América do Sul, a de Tuiuti, como resultado de um enorme cerco dos exércitos paraguaios para tentar conter a invasão do país. Nessa região, o exército aliado ficaria acampado por cerca de dois anos, tateando por caminhos e tentando encontrar um ponto de passagem seguro para seguir a missão de derrubar López. A batalha de Tuiuti partiu por iniciativa do Paraguai com vinte e quatro mil soldados que enfrentariam os trinta e dois mil aliados que estavam estacionados na região. O cenário era composto por tiros de canhão, cavalaria e infantaria e o confronto duraria cinco horas e meia, tempo suficiente para provocar a morte de seis mil paraguaios e cerca de mil aliados.

O campo ficou coalhado de cadáveres e, após quarenta e oito horas enterrando os mortos, era visível que esse trabalho seria impossível. Os corpos começaram a ser empilhados em montes de cinquenta a cem para serem queimados debaixo para cima, com a gordura corporal a alimentar às labaredas. Corpos se retorciam dobrando-se sobre o ventre e unindo a cabeça aos pés ou, ao contrário, quebrando-se sobre as costas. Era uma imagem realmente tétrica, um cheiro nauseante e um sentimento geral de estafa, tentando descobrir alguma razão em meio ao horror.

Francisco doaria cinco anos de sua vida à causa pátria, participando de inúmeras lutas e auguras do desconhecido, tendo contraído uma doença que iria acompanhá-lo até a terra natal e que tiraria sua vida muitos anos após a guerra. Envelhecido, sofrido e marcado pelo pior do que o ser humano é capaz de produzir, o homem que voltou sem dúvida não era o mesmo que havia partido. Perdeu muitos amigos e ganhou outros tantos que encontrou pelo caminho, inclusive um escravo que lutou na guerra e que se tornaria, muitos anos depois, santo em Sorocaba e seu vizinho no cemitério da Saudade, o negro João de Camargo.

Quando chegou em Sorocaba em maio de 1870, o que restou dos voluntários da cidade foi recebido com festa, muitos fogos de artifício e músicas para homenagear seus heróis. Sentia o milagre por estar vivo e não se reconhecia mais na terra que havia deixado para trás e que agora reencontrava. A sociedade da qual participava lhe parecia uma marionete de gestos e atitudes ensaiadas e falsas. Os fogos, quando explodiam, iluminavam os rostos de quem não sofreu de fato as lutas pela vitória e realçavam expressões que ele foi aprendendo a desprezar. O homem agora experimentado na dor, sabia que aquele seria um momento fugaz, que ao apagar das luzes desse mesmo dia não seriam mais lembrados na proporção do que doaram ao país. Com os dias, a vida voltou ao normal e esses homens caíram no ostracismo de uma vida feita apenas para durar os monótonos dias sem glória e sem grandes gestos de grandeza, só a mesquinharia do comércio, do negócio perspicaz e do ganho a qualquer custo.

Não conseguiu mais se sentir integrado. Não se acostumaria novamente a essa vida, se sentiria até o final da vida como uma pessoa desconfortável na própria roupa. Ressentia a falta do cheiro da pólvora, a emoção da batalha e da camaradagem de gente simples e honesta, sem poses ou encenações. Cada vez mais calado, sucumbia ano a ano à doença que trouxera consigo, esquecido da sociedade que nunca mais se importou com ele, até que morreu, magoado e ressentido.

A ilha Cabrita onde foi o seu batismo na guerra, e que exigiu tantas vidas, não existe mais. Foi tragada pelas águas do rio aprisionado em vários pontos. Como também não existe mais a bravura e o reconhecimento de tanto sangue derramado. Este conto pretende fazer justiça ao senhor Francisco, e aos cerca de 139 mil homens que lutaram nessa Maldita Guerra, dos quais 50 mil nunca mais voltaram.

Sem representação ou falsidade, nosso sincero muito obrigado, Capitão Francisco. Seremos eternamente gratos por seu gesto de bravura e doação a esta terra. Provavelmente, nós não teríamos sido capazes de fazer nem a metade.

Descanse em paz!

"Um rancor para a eternidade" é o sexto de uma série de nove textos que compõem o livro "Contos de uma cidade morta", de Luciano Leite, produzido com apoio do Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo (ProAc) e publicado com exclusividade pelo portal do jornal Cruzeiro do Sul. Todos os direitos reservados ao autor. Reprodução proibida sem permissão expressa do autor e do jornal.
Um rancor para a eternidade. Por Luciana Leite, jornalcruzeiro.com.br


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