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As Primeiras Fazendas da Região de Botucatu. Autores: Trajano Carlos de Figueiredo Pupo e Paulo Pinheiro Machado Ciaccia
200508/04/2024 13:36:17

Antonio Antunes Maciel, um dos bandeirantes que partiram deSorocaba nos fins de seiscentos e início de setecentos, em busca deíndios e ouro no Cuiabá, obteve sesmaria no governo de Antonio deAlbuquerque Coelho de Carvalho (1709-1713), referente a terras quedepois foram definidas como da região do rio Santo Inácio. Em10 de dezembro de 1719, ele e sua esposa fizeram doação dessa gleba ao Colégiode São Paulo, dos jesuítas: “...derão hua cismaria de legoa e meia deterras de testada e três legoas de fundo que posshuião nos Campos deIbutucatu ao Collegio de S.Paulo...” (HD,42). A testada correspondia ao acompanhamento do fluxo do rio, e ofundo se referia ao afastamento com relação a esse rio. A légua nessaépoca, valia 6,6 Km. Assim, teríamos um quadro de 9,9 Kmacompanhando o rio, por 19,8 Km de fundo, afastando-se do rio. Manoel de Campos Bicudo, que obtivera sesmaria na mesma época deMaciel, também faz doação ao Colégio, em 23.12.1719 :“...tem trez léguas de cumprido com a largura que se achar desde ascarranquas domando caminho athé o mato do Anhemby...”, e este erao nome do rio Tietê, na época. Assim, essa espantosa “largura’alcançaria quase 50 km... A doação de Maciel alcançaria 196 Km² (19,8 x 9,9) e a de Bicudo990 Km² (19,8 x 50), totalizando 1.186 Km², ou 118.600 hectares, Em 1723 “José de Campos Bicudo pedira sesmaria entre o rio Tatuí eo Sorocaba. Era ituano. Já possuía fazenda no Paiol. As de Guareí eBotucatu havia doado aos jesuítas, que também obtiveram mais terraslimítrofes. Mas o Bicudo morava em Itu e nesses campos só haviacurrais de gado” (AA,5O). No Repertório das Sesmarias (1721-l821) sóhá pedidos de sesmarias para as regiões de Tatuí e Guajaré, ouGuajari, por parte de José. Mesmo que entendamos Guajaré ouGuajari como Guareí, os campos do Ibutucatu ficam de fora. Assim,não podemos aqui acrescentar essa possível doação de José deCampos Bicudo, mas apenas a de Manoel. Com a expulsão dos jesuítas, por obra do Marquês de Pombal, em1760, a fazenda , então chamada de Boa Vista, decai totalmente,sendo em parte arrematada, em 23.12.1766, por Paulino Aires deAguirre e por Manoel Joaquim da Silva e Castro, sargento - mor emSorocaba (HD,42). Abaixo, um mapa atual da região, em escala 1:500.000 (1 cm = 5Km), com a coordenada vertical de 48º de longitude oeste, e com ahorizontal de 23º de latitude sul. A nordeste, o rio Tietê, represado, eao sul o Santo Inácio, região onde se localizou a Fazenda Boa Vista. [Página 12]

Antes de 1816 teria havido um pedido de sesmaria de ManoelFabiano de Madureira, último capitão- mor de Sorocaba (1807-1828),filho de Cláudio de Madureira Calheiros, mas nada encontramosno Repertório. Aproximadamente em 1816, L.39, Fls.46, consta :“Antonio de Almeida Leite Penteado, Capitão, morador na Villa deSorocaba. Tres leguas de terras de testada e uma de sertão, no rumode Itapetininga, na paragem chamada Boqueirão, principiando atestada da sesmaria do Capitão mor Manuel Fabiano de Madureira, rioClaro acima, até prehenchel-a e o sertão da legua da parte de cimapara o ribeiro Turvo e da parte de baixo para o rio Tietê”.Assim, teríamos terras entre o Claro e o Turvo, talvez na região dorio Turvinho, afluente de margem direita do Claro, e daí em direção dorio Tietê. Essas últimas sesmarias parece que se referem mais aespigões que a margens de rios, pois estas já estavam ocupadas porsesmarias anteriores. Acompanhando o mapa referente às terras de C1áudio de Madureira,notamos que elas corríam do Turvinho abaixo, enquanto as de Antoniode Almeida Leite Penteado correm do Turvinho acima, acompanhandoo Claro em direção de suas nascentes. Vide Mapa A7. [Página 28]

D. Vicente Zioni não toca no assunto. Mas não gostou do milagre e,quanto ao cumprimento das promessas fala apenas em “...obtida a graçado Céu...”AVARÉ ANTES DE SUA PRÓPRIA HISTÓRIA A História de Avaré, tendo sempre como informante o Capitão Tito Corrêade Mello, diz que ele próprio – Tito - que era “rábula” e fazendeiro na então“Freguesia de Sant’Anna (Botucatu) foi quem, por volta de 1861, teve aidéia de desbravar o imenso Sertão que ia desde aquela Freguesia até asbarrancas do Rio Paraná. Essa versão não tem apoio histórico. Na verdade,o adentramento desse Sertão já vinha sendo feito desde há mais de doisséculos, até mesmo, por ordenação do próprio governo colonial. Eis que... A história da colonização e povoamento da Capitania de São Paulo paroupor longos anos lá no Planalto, onde os jesuítas Anchieta e Nóbregaergueram o Colégio de São Paulo dos Campos de Piratininga E foi muitolentamente que o povoamento caminhou, avançando nos passos arrojadosdo “Bandeirante”, que foi fincando vilas pelo interior por onde caminhavamos “paulistas”, procurando minas e apresando índios que davam bons lucrosnos mercados escravistas; um deles na Vila de Sorocaba, aqui bempróximo. Por essa época, um pouco antes da euforicamente celebradadescoberta das minas de Cuiabá e da Guarapuava, a Capitania de SãoPaulo havia sido anexada à do Rio de Janeiro e Rio Grande, somente apartir de 1765 é que ganhou novamente a autonomia, sob o auspiciosogoverno do Morgado de Mateus, Capitão-General D. Luiz Antônio de SouzaBotelho Mourão, e que vai de 22 de Junho de 1765 a 13 de Junho de 1775. D. Luiz vinha (de Portugal) encarregado de restabelecer a autonomia daCapitania de São Paulo. A História ( Varnhagen, Pedro Taques, JoséMonteiro Salazar e outros historiadores) conta do dinamismo dessegovernador “... homem de ação” que em seu discurso de posse enaltecia osfeitos dos paulistas e o quanto a Capitania merecia que se lhesrestabelecessem o “antigo esplendor”. Para tal fim, D. Luiz estavaencarregado de “acrescentar novas povoações, estender aos confins o seudomínio, fertilizar os campos para a agricultura, estabelecer fabricas nasdiferentes terras, idear novos caminhos e penetrar o incógnito Sertão”. Efoi dentro desse escopo que, por sua ordem, o Caminho do Iguatemi foiaberto; empreitada levada à efeito pelo Capitão-Mor de Sorocaba, D. Joséde Almeida Leme. Avaré (a documentação que se segue comprova estaafirmação), surgiu em conseqüência desse caminho. Esta verdade vemcontada nos volumes V, VI, VII, VIII, lX, X, XI e XII da Coleção“Documentos Interessantes”, publicados em 1896 pela Imprensa Official doEstado de São Paulo. Este importante documentário existente no MuseuHistórico e Pedagógico “Anita De Maria”, de Avaré, narra essa epopéia,reproduzindo um espaço histórico que se tornou conhecido como “OsCaminhos do IGUATEMY”. E é no começo desse caminho que também,começa a História do Avaré.

EM BUSCA DO OURO

O Século XVII começa com a descoberta das decantadas “Minas de Cuiabá”. É o período tristemente celebrizado com a estúpida “Guerra dos Emboabas”, que fixa na história a proeza fantástica dos bandeirantes; paulistas, que as descobriram e as exploravam juntamente com os portugueses, e sob os protestos do Paraguai, que reivindicava para a “América Espanhola” o direito de posse daquele território. Conclusão aceitável plenamente, é que foi para proteger esse sitio da desabusada ganância que o governo pretendeu abrir o caminho que levasse àquela região e de lá trouxesse diretamente para Casa de Fundição de “Ypanema” (Sorocaba) o ouro, que assim, se asseguravam da cobrança do “quinto” devido à Coroa.

Desse assunto trata o “bando” expedido aos 21 de Mayo de 1772 pelo governador D. Luiz Antônio de Souza, dirigido ao Tenente-Coronel João Miz Barros e ao Sargento-Mor D. José de Macedo, de Sorocaba. Nesse documento, pela primeira vez na história a região é oficialmente citada, como mostra o excerto a seguir em sua grafia original:

“Como se tem descuberto a direção do Cam. Para esse continente de Sorocaba te a barra do Rio Pardo cortando o Sertão do Paranapanema; os moradores e fazendeiros dos campos de Botucatu (a grafia anterior era Wutu-Catu) e do Guarey, approntarão e venderão pelos seus preços competentes ao Capitão-Mor de Sorocaba D. José de Almeida Leme os mantimentos q’ carecer p’ a diligencia em que vay de se abrir o cam. p’ praça de Guatemy cujos mantimentos lhes farão logo conduzir nos seos cavallos para o payol q’ tem na entrada do mesmo Sertão bem como entendido fica q’o q’ faltar a esta ordem se fara responsavel do devido castigo...”

Em torno daquele payol, que por mais de um século foi o marco identificador da “boca do sertão”, algumas casinhas foram se agrupando e roças foram surgindo para garantir alimento àqueles que demandavam além, em busca da fantasiosa fortuna da Guarapuava e do Cuiabá. Ali no payol às margens do Rio Novo (ao qual os caiuás chamavam de Abaré-y)nasceu um primeiro povoado que teria se chamado “Rio Novo”. Hoje, ali a cidade de Itatinga, que assim precede àquela que mais tarde, e seis léguas adiante, se fez Vila do Rio Novo, dando então origem A Cidade do Avaré” (Vide item 21).

76 - Botucatu: História de Uma cidade, 47 anos da “A Gazeta deBotucatu”, Igral - Gráfica e Editora, 2004, Adolpho Dinucci Venditto. 77 - "A Gazeta de Botucatu" - 14/04/2005, Suplemento Especial,Registro Biográfico dos Prefeitos de Botucatu, Olavo Pinheiro Godoy.78 - Diário da Serra - de 10/04/2005 à 24/04/2005, Retrospectiva 150anos, João Carlos Figueiroa. 79 - Reproduzimos a seguir, as consultas publicadas na ÁrvoreGenealógica da Família Pinheiro Machado, que apresentam importantesobras para o estudo da História de Botucatu. ÁRVORE GENEALÓGICA FAMÍLIA PINHEIRO MACHADOCONSULTAS1- Contactos com diversos membros da Família Pinheiro Machado.2- Artigos coletados e guardados por Paulo Ciaccia e Profa. JosephinaPinheiro Machado Ciaccia.3- Anotações coletadas por Mauro Pinheiro Machado Nogueira e Profa.Maria Lúcia Vilas Boas Novelli.4- Informações Genealógicas dos Pinheiro Machado do Rio Grande do Sul,coletadas por Gilda Pinheiro Machado Vieira e Hemetério Vieira, membrosda Diretoria do Museu Municipal “Senador Pinheiro Machado” em São LuizGonzaga - RS e Profa. Dóra Pinheiro Machado Prates, de Alegrete - RS.5- Artigos publicados nos jornais Folha de Botucatu, Botucatu Jornal eCorreio de Botucatu.6- Cúrias Diocesanas e Arquidiocesanas - Botucatu, Jundiaí, Sorocaba,Itapetininga, São Paulo, Santos, Rio de Janeiro, Cruz Alta (RS), São LuizGonzaga (RS).7- Instituto Genealógico Brasileiro.8- Instituto Genealógico do Rio Grande do Sul.9- Arquivo do Estado e Arquivo Municipal de São Paulo.10 - Academia Botucatuense de Letras, acrescentando dados eincentivando-me a continuar a pesquisa, após apresentação do Esbôço daÁrvore Genealógica a seus Acadêmicos, no Convivium (Espaço Cultural [Páginas 374 e 375]
*As Primeiras Fazendas da Região de Botucatu. Autores: Trajano Carlos de Figueiredo Pupo e Paulo Pinheiro Machado Ciaccia


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