| registros | 09/04/2025 16:27:59 |
|
O "fundador" de Paranaguá, Sorocaba e São Sebastião
Em época tão remota, é possível um homem povoar três locais separados por mais de 100 quilômetros de distância entre elas no mesmo ano?
“em especial Diogo de Unhate que tem 11 filhos, sendo 7 filhas, 5 solteiras para casar, e que não tem terras para fazer seus mantimentos, e por esta causa padece grandes trabalhos e necessidades, e que eles haviam ajudado a defender os inimigos que a eles vinham, franceses, ingleses e holandeses, e contra os nativos rebelados nas guerras muitos trabalhos e necessidades, recebendo em seu corpo muitas flechadas e feridas de que o dito Diogo de Unhate ficára manco e aleijado do braço e mão direita, e derramara o seu sangue muitas vezes sem ter tido remuneração alguma.”
SÃO SEBASTIÃO
Um estudioso de Vila Bela publicou em "O Estado de São Paulo", edição do dia 5 de agosto de 1930, uma contestação á síntese histórica de Villa Bella (Ilha de São Sebastião). São Sebastião não teria sido fundada em 16 de março de 1636. Entre suas alegações, duas ligam-se à História de Sorocaba:
- Diogo de Unhate e João de Abreu, moradores de Santos, requereram terras desabitadas defronte e na ilha de São Sebastião e as obtiveram por despacho do capitão-mór de São Vicente Gaspar Conqueiro, do 20 de janeiro de 1608.
- Quando a ilha já estava povoada pelas gentes de Unhate e de João de Abreu, é que foi fundado São Sebastião por Francisco Escobar Ortiz e sua mulher, d. Ignez de Oliveira Cotrim, segundo Pedro Taques. [19]
Pesquisas arqueológicas identificaram nas ilhas que integram o arquipélago de Ilhabela 14 sítios arqueológicos pré-coloniais, 13 dos quais, acredita-se, habitados desde o ano 500 antes de Cristo. Américo Vespúcio (1454-1512) fez parte da expedição, comandada por Gonçalo Coelho, que, em 20 de janeiro de 1502, chegou a Maembipe, depois rebatizada ilha de São Sebastião.
Segundo a "História", tanto o território da ilha, como o fronteiriço, continuaram despovoados até 1608, quando Diogo de Unhate e João de Abreu requereram terras ali e lhes foram concedidas pelo capitão-mór de São Vicente, Gaspar Conqueiro, por despacho de 20 de janeiro de 1608.
Alegando "estarem na Capitania há muitas décadas, serem casados, terem filhos e terem ajudado às suas custas, nas guerras contra franceses, ingleses e índios inimigos" obtiveram sesmaria em São Sebastião sendo eles os sesmeiros que iniciaram a povoação com agricultura, pesca e alguns engenhos de madeira de cana-de-açúcar sendo, pois, os responsáveis pelo desenvolvimento econômico e a caracterização como núcleo habitacional e político.
Senhor capitão-mór - Dizem Diogo de Unhate e João de Abreu, moradores na vila de Santos, moradores na vila de Santos, que eles são moradores de 40 anos nesta capitania, casados e muitos filhos e netos, ; e porque a 15 léguas desta vila de Santos, na Ilha de São Sebastião, na terra firme defronte dela e toda a costa até o Rio de Janeiro eram todas as terras desabitadas e devolutas, e ainda que era tão longe pediam para ambos dois pedaços de terras de matos bravos que começavam defronte da Ilha de São Sebastião nos arrecifes que estão juntos de uma praia que chamam Piraqui-mirim, que estão da banda da terra dos Iguaramimis para o Nordeste e que dai vão cortando pela terra adiante ao longo do mar salgado, passando outros arrecifes que estão defronte da ilha ao longo da costa, e dai iria pela mesma praia a dar na praia que se chama Saranambitú e por ela ao diante irá cortando até chegar ao porto de canoas que chamam Ibapitandiba, e deste porto correria direito á serra e pelo cume dela iria cortando até onde começou a partir, e toda terra que houver dentro desta demarcação, águas vertentes para o mar, entraram nesta data.
E outrossim mais uma légua de terra de matos, maninhos e capoeiras antigas dos gentios, que estavam devolutas, para plantações de canaviais, algodões e mantimentos, porque esta terra firme a queriam para criações, a qual terra partiria do capinzal que estava na ilha de São Sebastião que era ... de eyriba e juá a dar em outro Piraiquê que chama mirim até a enseada a que chama dos ingleses, e que a dita légua fosse em quadra. Despacho: - Concedo. Santos, 20 de janeiro de 1608. Gaspar Conqueiro. Capitão-mór". [2]
SOROCABA
Conforme os historiadores, o documento oficial mais antigo de Sorocaba é o testamento de Isabel de Proença, segunda esposa do fundador de Sorocaba, Baltasar Fernandes.
“A data de fundação da cidade é de 1654 justamente pela data de registro desse testamento” [14], explica a diretora dos museus históricos municipais, Sonia Nancy Paes [20].
Eis que, poucos dias após "fundar" São Sebastião, consta a Carta de dada de terras de Diogo de Onhate que lhe deu o capitão Gaspar Conqueiro no caminho de aldeia de Tabaobi. É inegável a semelhança do texto:
(...) para fazer seus mantimentos portanto me pedia em nome do dito senhor Lopo de Sousa e por virtude de seus poderes que para ello tenho bastantes e como seu procurador lhe desse para os ditos seus filhos e filhas uma légua de terra em quadra tanto em comprimento como de largo de matos maninhos no sertão desta capitania junto do rio que se chama Perayb... começando de uma tapera que foi de .... Corrêa por o dito rio Perayb... abaixo de uma banda e da outra banda pelo mesmo mato ao longo do caminho que ia ao rio Nharbobon Sorocaba e sendo caso que do rio Pirayibig para a banda do campo não houver a legua de matos se encherá a dita légua ....... em quadra tanto de comprido como de largo da outra banda do dito rio Pirayibig que fique a dita légua de terra em quadra tanto de comprido como de largo e receberia merce que na dita petição é mais légua de terra em quadra por virtude dos poderes governador Lopo de Sousa.
1. Trata-se do ÚNICO registro de Nharybobõ (ponte), e "(...) é de notar que em época tão remota já o fundador de Sorocaba tivesse construído a maior ponte que existiu em todo o sul do Brasil até o Senhor D. Pedro I." [4]
2. Neste mesmo ano, familiares do fundador de Sorocaba estão num "porto de canoas" [7], que, acredito ser o mencionado no documento concede terras em São Sebastião, acima citado [19].
PARANAGUÁ
Mas segundo os documentos históricos, o seu fundador não foi Gabriel de Lara, parente do fundador de Sorocaba, em 26 de julho de 1648 [13], mas sim Diogo de Unhate, morador em Santos, que obteve de Pedro Cubas, delegado de Salvador Correia de Sá, então capitão-mór de Santo Amaro, uma carta de sesmaria a 1 de junho de 1614 compreendendo o terreno entre Ararapira e Superaguy "na parte que se chama Parnaguá". [9]
É incontestável que este bandeirante chegou até Paranaguá em 1585. Autores, quase acordemente, afirmam que foram indivíduos da mencionada bandeira de Jerônimo Leitão os primeiros que ali obtiveram sesmarias a partir de 1609 ou 1610. |
Fontes/Referências:
|
|
|
Sobre o Brasilbook.com.br
Desde 17 de agosto de 2017, o site BrasilBook dedicado-se em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
A base de dados inclui ci
Oferece um histórico com 30.439 registros, atualizados frequentemente. Agrega mais de 660 cidades, aproximadamente 4.600–5.200 pessoas mencionadas, e cerca de mil temas diversos .
Ideal para quem busnum formato leve, dinâmico e baseado em fontes públicas variadas.
Agradecemos as duvidas, criticas e sugestoesContato: (15) 99706.2000 Sorocaba/SP
Como sempre, excelente!!! Já inseri no site. Porém, a resposta anterior, de uns dias atrás foi mas romântica. Vamos tentar de novo?
Ah, entendi! Vamos então dar um tom mais romântico e poético ao descritivo do BrasilBook, como se fosse uma homenagem ao tempo, à memória e ao nosso país. Aqui vai:
BrasilBook – Onde a História do Brasil Respira
Em algum ponto da rede, mora um relicário digital chamado BrasilBook. Não é apenas um site, mas um diário de memórias nacionais, onde cada data carrega consigo um suspiro do passado.
Ali, o tempo se desenrola como um tapete de saudade — cada dia guarda um episódio, cada cidade revela uma lembrança, cada nome sussurra o eco de quem já foi e ajudou a tecer o Brasil que conhecemos hoje.
Mais de 29 mil registros formam um grande mosaico, que pulsa com histórias de mais de 660 cidades, mil temas e milhares de personagens reais — de anônimos a imortais.
É possível passear por séculos com um clique. Buscar um ano e ver tudo o que aconteceu. Descobrir a data em que nasceu uma cidade, o momento em que um povoado virou município, o dia em que uma vida importante começou - ou terminou.
BrasilBook é feito com cuidado, pesquisa e amor à história. Atualizado desde 2017, é um projeto que celebra a memória brasileira como quem acende velas num altar de afetos. E faz isso com simplicidade: sem ruído, sem propaganda, sem pressa. Só história, alma e tempo.
 |
|