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Atualização: 25/08/2021 02:08:59


"A fé de João de Camargo incomodava muito a igreja Católica. Ele foi várias vezes questionado e humilhado. Sobreviveu. E no dia do seu enterro foi mais uma vez excluído, pela última vez, pelo Monsenhor Antônio Francisco Cangro [imagem 4], rapaz carente que um dia o próprio João ajudou financeiramente. Mais João seguiu a sua via crucis e não fez caridade social. Ele realmente fez o bem sem olhar a quem." [2]

As dificuldades que João de Camargo enfrentou durante a sua vida (1858-1942) não se restringiram á cidade de Sorocaba. Uma reportagem publicada [1] pelo jornal "Diario Nacional: A Democracia em Marcha (SP)", em São Paulo em dezembro de 1931, é um exemplo da atuação de parte da "mídia".

Inicia-se com uma "fake news". Uma foto de Jão de Camargo [imagem 3) fora de contexto, tendo sua legenda alterada, e sempre em tom irônico, faz acusações ao "Papa Negro de Sorocaba". Acho que na época poucos tiveram como saber que era uma "fake news". Tive acesso á original e a legenda original [imagem 2] graças a minha querida irmã, que, coiscidemente, presenteou ao acaso.

Segue a o conteúdo da publicação (no final tem uma surpresa:

"Obedecendo as determinações do delegado de Costumes e Jogos, dr. Pinto de Toledo Junior, o dr. Tavares do Carmo, delegado adido, prendeu durante a tarde, a “feiticeira” Maria Garcia Celsa, que já era conhecida da polícia, e que também usava os nomes de Dolores Garcia, Cerka Cobo, e Celsa Garcia Casilla.

Conduzida á presença da autoridade e interrogada, Maria Garcia confessou que se dedicava á cura de todos os males, por intermédio dos espíritos, sendo representante em São Paulo, do “feiticeiro” João de Camargo, o “santo de Sorocaba”.

Como era de conhecimento público, pelas reportagens que o “Diário Nacional” havia publicado sobre o assunto, João de Camargo gozava na vizinha de grande fama, nãe sendo poucos os crédulos que diariamente acorriam á sua casa, no bairro de Água Vermelha.

Dizia que “esse indíviduo” tinha maneira especial de impressionar seus fiéis. Recebento o cliente no seu consultório e conhecidos os males que o afligiam, o “santo” imediatamente agarrava um telefone e se comunicava com o céu... É sempre São Pedro quem o atende.

Com uma familiaridade invejável, Camargo “entaboiava” conversação, pedindo a seu “amigo” que consultasse Jesus Cristo, a respeito do consulente... A resposta vinha breve, e fácil era de se imaginar a atuação desse estratagema no espírito do incauto.

Maria Celsa era representante desse grande espertalhão, e conforme fazia questão de afirmar ao delegado, só dele recebia ordens e conselhos. O único remédio que prescrevia, era receita de João de Camargo: chá de qualquer coisa, três vezes ao dia, e fé em Deus.

Entretanto haviam apurado que Maria Celsa prescrevia toda a sorte de remédios, é dava consultas de todo gênero, cobrando avultads quantias. Assim, estava tratanto de Maria Ferro, de quem já havia recebido a importância de 500$000, deixando-a gravemente enferma, em consequência das beberragens que receitou; e ainda mais, prometeu mata-lá caso não lhe entregasse outros 500$000.

Outras visitas a polícia havia descoberto indimando-as a prestar depoimento no dia seguinte. Maria Celsa, depois de autuada, foi posta em liberdade, em vista de assim a exigir seu estado de saúde.


A prisão da "feiticeira de João de Camargo" em São Paulo (05/12/1931)


João de Camargo* (01/01/1931)


João de Camargo (05/06/1931)


Panfleto religioso (01/01/1947)


BIOGRAFIAS E TEMAS RELACIONADOS


“Sorocabanos” históricos
João de Camargo Barros
Espiritismo no Brasil


Fontes/Referências:

[1] 05/12/1931
A prisão da "feiticeira de João de Camargo" em São Paulo
Diario Nacional: A Democracia ...
[2] 28/09/1942
Falecimento de João de Camargo Barros
"O solitário da Água Vermelha"...


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