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Atualização: 29/09/2021 17:23:54


(...) surpreende é a falta de informações documentadas sobre os locais e datas de nascimento e morte do "fundador" de Sorocaba (...) as informações divergem de autor para autor e são sempre imprecisas. Teria nascido no Ibirapuera ou em Parnaíba (...) sua lápide, fria e muda, não fala em morte. Nem se sabe quando ele nasceu. E se nasceu... quando morreu."

(...) A nossa história, oficial e acadêmica, trabalha com probabilidades, quando se trata de Balthazar Fernandes. Aliás, nem se sabe ao certo a grafia do seu nome, se é Baltasar ou Baltasar, se é Balthazar ou Balthezar, tal é a diversidade das informações contidas nos documentos. Apesar do "fundador" de Sorocaba ter sido um cidadão ilustre, na sua época, nem se sabe quando ele nasceu, nem o dia nem o ano, como também não se sabe quando ele morreu.

Não se sabe, com certeza, quando ele se casou, nem a primeira e nem a segunda vez. Sempre as datas são acompanhadas do clássico "por volta de". Também, não se sabe se a sua primeira filha, única do primeiro casamento, Maria de Torales, era sua filha biológica ou adotiva.

(...) os historiadores divergem quanto à data da chegada do "fundador" a Sorocaba, se em 1646 ou se em 1654. Existem documentos historiando, além desses dois momentos, uma fundação em 1670.

Segundo Aluísio de Almeida, nmo livreto "História de Sorocaba", editado em 1951: Balthazar tanto podia ser um belo tipo português, loiro, como um valente mameluco, de feições indiáticas, repetindo na quarta geração o tipo indígena. [9]

PEPINO NÃO, É O PAU QUE NASCEU TORTO

Qualquer que seja o "ponto de partida", sempre que estudar a história da formação de "Sorocaba", será muito dificil entender. Parace mesmo "milagre." [9]

Suzanna Dias, por exemplo, a mãe do "fundador" de Sorocaba. A maioria esmagadora dos registros e documentos afirmam que ela era filha de Lopo Dias, este, também revela-se um "labirinto" sem saída.

Ela nunca se chamou "Suzanna"! Um leitor, apreciador ou admirador da história de Sorocaba dificilmente chegara a essa conclusão, pois aparenta ser um "caso investigativo". Como citado acima, trabalha-se com probabilidades, e no caso do "fundador" de Sorocaba isso é muito errado. O que temos que nos atentar são as certezas evidenciadas pelos registros.

O historiador Affonso de E. Taunay, no seu livro “História Antiga da Abadia de Sâo Paulo”, deixou registrado:

“Desde casal (Manuel Fernandes Ramos, português, e de Suzanna Dias, mameluca filha de João Ramalho) nasceram três tipos de singular robustes e excepcional energia: André, Domingos e Balthazar, os fundadores de Parnaíba, Itu e Sorocaba”. [9]

Espera! O grande Taunay disse "filha de João Ramalho"? Sim! Filha de João Ramalho. É o que faz muito mais sentido. Como faz mais sentido os documentos que a nominam como "Luzia" ou "Mécla-Assú". Porém, sendo João Ramalho o primeiro "homem branco", antes mesmo de Cabral, um "engima" mil vezes maior, vamos falar de um homem que é melhor documentado: Domingos Grou ou "Mestre Bartholomeu".

FERREIRO DO IBIRAPUERA

Vamos escolher um "caminho curto": uma das únicas certezas que temos quanto ao "fundador" de Sorocaba é filho de um ferreiro e nascido no Ibirapuera.

Em 19 de junho de 1578, portanto dois anos antes do, estimado, nascimento do "fundador" de Sorocaba, a Câmara intimou o único ferreiro da vila de São Paulo, para que, sob pena de dez cruzados, abstivesse de ensinar o seu ofício de ferreiro aos indígenas, “porque seria grande prejuízo da terra”. Seu nome, Domingos Luis Grou ou "Mestre Bartholomeu". [2].

Dia 14 de setembro de 1583 “Manuel Fernandes, homem branco, antigo morador de São Paulo, estava no sertão com uma forja com os gentios, devendo ser castigado. Porém, a denúncia era infundada, porque o martelo e a bigorna estavam na casas dele e os foles estavam com seu cunhado (...)” [4]. O "cunhado" citado é filho de Domingos Grou.



Em 16 de agosto de 1586 o procurador Francisco Sanches soube que Domingos Fernandes forjava no sertão. Os demais vereadores o teriam tranquilizado, alegando que “os Fernandes” eram os primeiros ferreiros de São Paulo e que este havia partido para a selva em companhia do governador Jerônimo Leitão, razão pela qual nada se poderia fazer [5]

Em 1588 houve problemas com esse mesmo ferreiro, mestre Bartolomeu Fernandes, denominado por Taunay de “Tubalcaim paulistano”. Este foi intimado para que mandasse seus aprendizes à vila, sob pena de mil réis de multa [7]DONO DO "IBIRAPUERA"

Três nomes constam na documentação registrada dia 12 de outubro de 1580: as terras em "Ibirapuera" foram concedias a Domingos Grou, João Ramalho e seu filho. [4] Em 1600 a documentação da Câmara de São Paulo registra a escritura de compra e venda dos "fornos do Ibirapuera".

Esses fornos tornaram-se famosos, porque são considerados como os primeiros, os verdadeiros precursores da siderurgia brasileira, ou ainda, a primeira fábrica de ferro do Brasil, por terem sido construídos em 1599 (em Araçoiaba) e a documentação da Câmara de São Paulo registra a escritura de compra e venda dos fornos do "Ibirapuera" como ocorrida em 1600, isto é, após os fornos de Biraçoiaba (Sorocaba).


Página 21 do livro "Baltazar Fernandes: Culpado ou Inocente?" (01/01/1580)


BIOGRAFIAS E TEMAS RELACIONADOS


Domingos Luís Grou
Ferreiros/Metais
Bartholomeu Fernandes Cabral
Mestre Bartolomeu Gonçalves
Manuel Fernandes Ramos
Gaspar Fernandes
Nossa Senhora do Rosário
Santa Ana das Cruzes
Serra de Araçoiaba/Biraçoyaba
Brás Cubas
“Índios”
Balthazar Fernandes
Antonio de Saavedra
João Ramalho
Ybyrpuêra
Gonçalo Madeira
Jerônimo Leitão
Diamantes, ouro e prata


Fontes/Referências:

[1] 18/05/1566
"(..) o qual marco é uma pedra grande que está deitada desde seu nascimento, na qual foi feita por João Vieira uma cruz (..); outra pedra talada que assim talou o mesmo João Viera e fez outra cruz em cima; (...) ao pé de uma árvore grande (...) e foi feito pelo dito João Vieia como marco uma cruz; (...) sobre uma grande pedra que ali estava deitada, uma cruz foi feita pelo dito João Vieira e saindo do mato em uma rossa do Mestre Bartholomeu está uma pedra grande com umas pancadas de machado, foi feito uma cruz pela mãos do Sr Capitão Brás Cubas (...)"
Boigy "Cadernos da Divisão do ...
[2] 19/06/1578
Intimou-se o único ferreiro da vila de São Paulo, para que, sob pena de dez cruzados, abstivesse de ensinar o seu ofício de ferreiro aos indígenas, “porque seria grande prejuízo da terra”
Eduardo Tomasevicius Filho / b...
[3] 01/01/1580
*Gaspar Fernandes, acusado de traficar gentios do Paraguai para São Vicente, e um Manuel Fernandes, casado com uma integrante da família Adorno
"SP na órbita do Império dos F...
[4] 12/10/1580
Três dadas: Em Carapicuíba começando junto das terras de Domingos Luiz Grou, em Uraí começando com as terras de João Ramalho e Antonio de Macedo, e em Jagoaporé
projetocompartilhar.org/datas....
[5] 14/09/1583
“Manuel Fernandes, homem branco, antigo morador de São Paulo, estava no sertão com uma forja com os gentios, devendo ser castigado. Porém, a denúncia era infundada, porque o martelo e a bigorna estavam na casas dele e os foles estavam com seu cunhado, Gaspar Fernandes”
Eduardo Tomasevicius Filho
[6] 16/08/1586
O procurador Francisco Sanches soube que Domingos Fernandes forjava no sertão. Os demais vereadores o teriam tranquilizado, alegando que “os Fernandes” eram os primeiros ferreiros de São Paulo e que este havia partido para a selva em companhia do governador Jerônimo Leitão, razão pela qual nada se poderia fazer
Eduardo Tomasevicius Filho
[7] 01/01/1588
*Houve problemas com esse mesmo ferreiro, mestre Bartolomeu Fernandes, denominado por Taunay de “Tubalcaim paulistano”. Este foi intimado para que mandasse seus aprendizes à vila, sob pena de mil réis de multa
Eduardo Tomasevicius Filho
[8] 01/01/1600
nulo nulo
[9] 01/01/2014
*Baltazar Fernandes: Culpado ou Inocente?
p.12; 18; 19; capa
  


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