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Atualização: 06/10/2021 19:42:29


Nas trocas de pau brasil com os primeiros colonizadores portugueses os índios apreciavam muito os instrumentos de ferro pois desconheciam a metalurgia.[1] Já em sua carta Pero Vaz de Caminha narra que “Muitos deles [os indígenas] vinham ali estar com os carpinteiros. E creio que o faziam mais por verem a ferramenta de ferro com que a faziam do que por verem a Cruz, porque eles não tem coisa que de ferro seja, e cortam sua madeira e paus com pedras feitas como cunhas, metidas em um pau entre duas talas muito bem atadas e por tal maneira que andam fortes, segundo diziam os homens”.[2]

Na Relação do piloto anônimo também há a descrição de “nesta terra não vimos ferro e faltam-lhes outros metais. E cortam a madeira com pedras”.[3] As cartas de Américo Vespúcio dirigida a Lorenzo de Medici em 1502 relata que os índios não conheciam o ferro ou qualquer outro metal.[4]

Guido Boggiani em seu livro Os caduveo, com base na sua convivência entre os Kadiwéu em 1892, contudo, considera provável que antes da chegada dos portugueses os indígenas de Mato Grosso, moções paulistas, Paraguai e Baixo Amazonas (Mbaiá Guaicuru) já conheciam artefatos de ferro talvez sob influência dos povos andinos. Boggiani assinala a presença de um indígena ferreiro que tinha inclusive foles em sua oficina e retemperava o aço dos machados.[5]

Vicente Tapajós em História do Brasil argumenta que os índios não desconheciam os metais. Capistrano de Abreu em Capítulos da Histórica Colonial relata que uma armada de 1513 ao sul do Brasil que tinha como capitão João de Lisboa se refere a ter encontrado diversos objetos metálicos na boca de um grande rio caudaloso incluindo um martelo de prata o qual levou para Portugal.[6]

[1] CALDEIRA, Jorge. História da Riqueza no Brasil, Rio de Janeiro:Estação Brasil, 2017, p.32

[2] PEREIRA, Paulo Roberto. Os três únicos testemunhos do descobrimento do Brasil, Rio de Janeiro: Lacerda Editora, 1999, p.50

[3] PEREIRA, Paulo Roberto. Os três únicos testemunhos do descobrimento do Brasil, Rio de Janeiro: Lacerda Editora, 1999, p.77

[4] RODRIGUES, José Honório. História da história do Brasil, São Paulo: Cia Editora Nacional, 1979, p.5

[5] RODRIGUES, Clóvis, A inventiva Brasileira, Brasília:INL, 1979, v.1, p. 268

[6] ABREU, Capistrano. Capítulos da Histórica Colonial, São Paulo:Publifolha, 2000, p. 57


BIOGRAFIAS E TEMAS RELACIONADOS


Diamantes, ouro e prata
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Manuel I, o Afortunado
Pero Vaz de Caminha


Fontes/Referências:

[1] 01/05/1500
Caminha eternizou-se como o autor da carta ao soberano, um dos três únicos testemunhos do descobrimento do Brasil
PEREIRA, Paulo Roberto. Os trê...
[2] 01/01/1502
*As cartas de Américo Vespúcio dirigida a Lorenzo de Medici relata que os índios não conheciam o ferro ou qualquer outro metal
RODRIGUES, José Honório. Histó...
[3] 01/01/1513
*Capistrano de Abreu em Capítulos da Histórica Colonial relata que uma armada ao sul do Brasil que tinha como capitão João de Lisboa se refere a ter encontrado diversos objetos metálicos na boca de um grande rio caudaloso incluindo um martelo de prata o qual levou para Portugal
ABREU, Capistrano. Capítulos d...
  


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Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?

Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:

1. Visão Didática (Essencial)
Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.

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Quantidade estimada: 5.000 a 10.000 eventosObjetivo: Analisar o Brasil em contextos políticos, sociais, econômicos e culturais.Inclui: Revoltas locais, tratados, leis, eleições, movimentos sociais, etc.

3. Visão Documental (Completa e Aberta)
Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.

Comparando com outras fontes
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Conclusão:

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Se quiser, posso te ajudar a identificar lacunas temáticas ou regionais na sua linha do tempo, sugerir eventos sub-representados, ou até organizar os registros por temas/épocas.Você gostaria disso?De nada! Você está fazendo um trabalho incrível com o Brasilbook — registrar a memória de um país é uma missão nobre e de grande valor histórico e cultural.Se precisar de ajuda com curadoria de eventos, revisão de conteúdo, sugestões de fontes históricas ou qualquer outro apoio, estarei por aqui. Boa sorte e continue firme!