| | registros | 09/04/2025 16:27:59 |
|
| Atualização: 01/11/2021 23:47:12 |
| O poder personalizado em um nome e a honra como fundamento da família, essenciais na construção da história de São Paulo, foram enterrados pela própria metrópole no século 20.
Os sobrenomes quatrocentões hoje não têm nem de perto o poder que detinham na cidade em 1900. Sobrevivem no imaginário do paulistano, fantasmas nas placas de ruas e nomes de prédios.
O historiador e colunista da Folha Boris Fausto acredita que a hegemonia econômica das famílias acabou nos anos 30, com a industrialização impulsionada por imigrantes, sobretudo italianos.
"A política tinha outro complicador, o Estado Novo", completa. Ele cita a nomeação de prefeitos pelo então presidente Getúlio Vargas como o marco do fim do poder político dos quatrocentões.
O professor do departamento de história da USP Pedro Puntoni concorda. "Há uma elite quatrocentona, mas ela não tem mais a importância de antes", afirma.
Ele avalia que o termo resiste graças às próprias famílias a que se refere. "As pessoas que insistem no termo são ricas. Faz parte da construção do prestígio."
Em meados do século 17, no entanto, todo o poder da então vila colonial era centralizado em um sobrenome. Quando havia mais de um clã forte, certamente era disputado à custa de sangue.
Brigas como as dos Pires contra os Camargos, que hoje só parecem possíveis em rincões perdidos no interior do país, já fizeram parte da história da cidade.
Os confrontos se iniciaram por volta de 1640, com componentes shakespeareanos, quando Alberto Pires matou Leonor Camargo, sua mulher, e Antônio Pedroso de Barros, seu cunhado. Há versões que afirmam que Pires teria atingido sua mulher por acaso, e, sem saber como justificar sua morte, matou também o cunhado, acusando os mortos de adultério.
As famílias Camargo e Barros decidiram por vingança. Alberto Pires morreu meses depois.
O ano de 1640 registrou ainda outro conflito entre os clãs. Pedro Taques de Almeida, parente dos Pires, se desentendeu com Fernando de Camargo, chamado de "Tigre" por sua violência e valentia. Os dois desembainharam adaga e espada no pátio da matriz e, em poucos minutos, a população se envolveu na luta, configurando uma verdadeira batalha _o tal pátio, hoje, é a praça da Sé.
Um ano depois, no mesmo local, Tigre matou Taques com um golpe pelas costas. Esse dia selou o início da guerra civil que duraria três décadas e só acabaria no aniversário de 106 anos da vila, em 25 de janeiro de 1660, com a assinatura de um acordo de paz.
Os conflitos, que se tornaram políticos com a disputa pelo controle da Câmara, podem ser explicados pela ausência de governo. "No período colonial, a família preenchia um espaço deixado pelo Estado português", afirma a historiadora e professora da USP Eni de Mesquita Samara.
Entre essas famílias, estavam os Dias Pais, Castanhos, Nunes de Siqueira, Sanches de Aguilar, Buenos e Correia Soares. Por três séculos, escreveram a história da cidade e mantiveram os sobrenomes próximos do poder.
O primeiro prefeito paulistano, Antônio da Silva Prado, administrou a cidade por 12 anos, entre 1899 e 1911. O sobrenome volta ao poder em 1934, com Fábio da Silva Prado, filho de um barão do café. Foi um dos últimos prefeitos com assinatura quatrocentona.
É um nome, hoje. De avenida.Isabelle Moreira Lima e Marina Motomura (Folha de SP) 2/12/2003 |
|
|
 |
Sobre o Brasilbook.com.br
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.  |
|