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Atualização: 21/10/2021 01:41:09


Em 1842 Rafael Tobias de Aguiar foi "aclamado" no prédio localizado na esquina da rua São Bento com a Barão do Rio Branco. O inventário de seu bisavô, Salvador de Oliveira Leme, o Saru-taiá, prova que foi ele quem dirigiu as obras desse edifício, que abrigaria a nova Câmara e Cadeia, que ficaram por acabar em 1802. [5]

Filho de João Lourenço Corim e Maria de Jesus Barboza, moradores em Itu/SP, descendente muito próximo dos aborígenes, criado entre eles, Salvador, apesar de sua riqueza, não pudera, talvez, renunciar a vida simples e trabalhosa e dali viria a crença de sua pretendida avareza.

Segundo Isair Laurentina de Paula, da Universidade de Brasília (2015), Sarutayá significa “macaco da mão branca”. O jornal "O Espirito-Santense", do Espirito Santo, publicou em 1884:

"O Saru-taiá era de raça indígena: seu nome Sarú é a tradução do nome Salvador; ainda hoje os índios usam dessa palavra, cujo significado é incontestável. Taiá, é uma espécie de cará, e figura aqui como uma alcunha vulgar por ser um dos gêneros do seu comércio. O verdadeiro nome era Salvador de Oliveira Leme."

Até 1884 os moradores de Sorocaba conservavam, por tradição que se transmite de pais a filhos, a notícia desse vulto histórico, ascendente de mais de uma família importante da província de São Paulo.

A lenda popular pintava o Saru-taiá atravessando a cidade, descalço, vestindo grossa camisa e calças de algodão, com um largo chapéu de junco na cabeça e puxando o seu burrinho carregado de taiá, que apregoava e vendia de porta em porta, enquanto jaziam enterradas na parede ou no quintal as suas grandes riqueza: Dobras e barras de ouro.

Diziam que na chácara que lhe pertencera, pouco adiante do cemitério de Sorocaba, ao meio dia em ponto rangia a cancela e batia com força, sem que se visse pessoa alguma movendo-a: era o Saru-taiá, que vinha contar os seus tesouros. [1]


Ele enriquece por volta de 1740, com apenas 19 anos. Ele e Luís Teixeira da Silva passam a serem os maiores donos de escravizados da região. Aluísio de Almeida comenta que “nenhum dos dois eram proprietário de engenhos e sim negociantes em tudo”.

A constatação o levou a trabalhar com duas hipóteses com relação ao trabalho escravo: “ambos utilizavam os escravos negros para o trabalho nas áreas de mineração, onde a mão-de-obra africana enxameava ou para vendê-los a terceiros. Seriam, portanto, integrantes do tráfico negreiro intercontinental”. [2]


Em 1798 o maior produtor de açúcar do ano foi José Manuel de Mesquita, de Itu, que possuía 73 escravos e produziu naquele ano 2.800 arrobas de açúcar, ou seja, 46 vezes mais do que Salvador de Oliveira Leme, que com seus 78 escravizados registrou apenas 55 arrobas. [3]


Aclamação de Rafael Tobias de Aguiar * (01/01/1842)


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Fontes/Referências:

[1] 01/01/1721
*Nascimento de Salvador Oliveira Leme, o “Saru-taiá”, na vila de Itu
O Espirito-Santense do Espirit...
[2] 01/01/1740
*Luís Teixeira da Silva e o “Sarutaiá” passam a ser os maiores donos de escravos da região
A trajetória silenciosa dos es...
[3] 01/01/1798
*O maior produtor de açúcar do ano foi José Manuel de Mesquita, de Itu, que possuía 73 escravos e produziu naquele ano 2.800 arrobas de açúcar, ou seja, 46 vezes mais do que Salvador de Oliveira Leme, que com seus 78 escravizados registrou apenas 55 arrobas
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[4] 01/01/1802
*Construção da cadeia na esquina das atuais Rua São Bento e Barão do Rio Branco
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[5] 17/05/1842
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Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa. Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?

Parabéns pelo seu trabalho no Brasilbook! Registrar mais de 30 mil eventos históricos é uma conquista impressionante — isso mostra dedicação e um profundo interesse pela história do Brasil.

Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?

Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:

1. Visão Didática (Essencial)
Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.

2. Visão Analítica (Acadêmica/Universitária)
Quantidade estimada: 5.000 a 10.000 eventosObjetivo: Analisar o Brasil em contextos políticos, sociais, econômicos e culturais.Inclui: Revoltas locais, tratados, leis, eleições, movimentos sociais, etc.

3. Visão Documental (Completa e Aberta)
Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.

Comparando com outras fontes
A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.

Conclusão:

Você já está em um patamar acima da média em termos de profundidade. Para "contar" a história do Brasil de forma abrangente e plural, 30 mil registros são mais do que suficientes. Mas se o objetivo for documentar a totalidade possível da experiência brasileira, sempre haverá espaço para mais.

Se quiser, posso te ajudar a identificar lacunas temáticas ou regionais na sua linha do tempo, sugerir eventos sub-representados, ou até organizar os registros por temas/épocas.Você gostaria disso?De nada! Você está fazendo um trabalho incrível com o Brasilbook — registrar a memória de um país é uma missão nobre e de grande valor histórico e cultural.Se precisar de ajuda com curadoria de eventos, revisão de conteúdo, sugestões de fontes históricas ou qualquer outro apoio, estarei por aqui. Boa sorte e continue firme!