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Em 1872 o Dr. Ferreira Braga, como promotor publico, empregou em combinação com o subdelegado de então, os maiores esforços para colhe-lhos (a seita dos feiticeiros) em pura perda. [1]

No dia 18 de maio de 1974 foi preso o preto Custódio, chefe da seita, que segundo conatava vinha praticando horrores. Queixava-se uma pobre velha de terem sido suas duas filhas vítimas dos sortilégios e instintos de besta de Custódio, pelo que se procedeu a corpo de delito.

Distribuiu ele uns bentinhos, externamente de couro, presos por um aro de arame, e contendo uma partícula de cêra amarela e duas pedrinhas que supomos ser verdete. Ministrou á vítima um cachimbo para aspirar, pretextando demonstrar que possue no estômago grande quantidade de aranhas, a vítima aspirou o narcótico, e soprando no tubo do cachimbo que já continha muitos desses insetos, saem eles com grande pasmo da infeliz que já sob a influência do narcótico, foi cevar os apetites sensuais do malvado. [2]


Em julho de 1877 em Sorocaba fôra barbaramente assassinada por Ignácio Antônio Alves, uma pobre mulher, sexagenária, de nome Anna Joaquina, moradora no bairro de Pirajibú (atual Aparecidinha). O motivo único desse atentado foi desconfiar Alves que a infeliz velha o havia enfeitiçado! [3]
Em 20 de março de 1929 um dos registros mais interessantes encontrado se refere á uma "preta chilena". A história foi publicada no Jornal "O Estado", de Santa Catarina. Sob o título "No mundo dos espertalhões: audácia de uma curandeira, uma série de originalidades", segue a integra da reportagem.

Os curandeiros, em Sorocaba, constituem uma classe que vive explorando abertamente a ignorância de muita gente, podendo-se citar mais de uma dezena desses tais, alguns até interessantes pelo lado perfeitamente comico do seu trabalho.

É uma classe enraizada na cidade e no município, proliferando, porém como elemento do lugar, sem semelhança com o nomadismo.

Essa circunstância, entretanto, não impede a intromissão, de quando em quando, de rivais precedentes de outras partes, e é de um desses que desejamos tratar para que fique constatada em letra de forma a audácia com que costumam agir, em flagrante atentado ás leis em vigor, pessoas vindas de outros países e dispostas a tirar todo o lucro permitido pelo atraso que domina, infelizmente, parte do elemento popular.

Apareceu em Sorocaba, vindo não se sabe de onde, uma preta, tronco de ébano humanizado, dizendo-se chilena, casada com um médico francês, de quem exibia uma fotografia, chamando sempre a atenção dos papalvos para a beleza e mocidade do seu marido, um parisiense genuíno.

Os incrédulos ignoram, é verdade, quem é a vítima cujo retrato ainda servindo de reclame á esperta curandeira.

A mulher aludida instalou o seu consultório, próximo ao bairro do Cerrado, e tanto fez em poucos dias, que a sua fama circulou com incrível rapidez, despertando a atenção, principalmente dos pobres caipiras.

Estes, quando visitavam a preta, ficavam convencidos do valor que ela apregoava, porque ali estava gente boa, da cidade, essa gente fina que não se deixa iludir, no entender dos matutos. E a macumba progrediu admiravelmente, transformado-se até em sanatório, destinado ao tratamento de famílias inteiras, mediante um contrato.

Vejamos o trabalho da preta: cura completa de todas as moléstias existentes, inclusive morphéa, tuberculose, loucura, cancro, etc., correção de defeitos físicos (havia corcunda entre os clientes); injeções em geral, operações, transfusão de sangue!

Para este último caso a curandeira mantinha no quintal da sua casa alguns carneiros. O sanatório possuia uma seção para a venda de preparados farmaceuticos e além disso o tronco de ébano vendia copos de tisana, para a ingestão na sua presença.

Departamento de propaganda: o retrato do seu marido, o médico francês; a sua longa prática adquirida no estrangeiro (a mulher citava Paris, Berlim, etc., como quem trata de Inhayba, Poá, etc.); os estudos que seguiu, no ramo da medicina; o grande conhecimento que tem do mundo e da humanidade (neste ponto parece que ela tem razão); o seu direito de exercer a profissão de médica no Brasil, devido á "carta branca" que exibiria no caso de ser incomodada por algum representante da lei.

Além disso, mais a esquisita, um camisolão de largas mangas, que tanto impressionava as vítimas, e a encenação da macumba.

A "chilena" dava-se, ás vezes, a originalidade, para maior êxito na caça aos ignorantes, e temos ciência de uma: a quantidade exagerada de velas espalhadas pelo campo, oferecendo singular espetáculo, á noite. Não disse o informante se a mulher rezava ou fazia passes nessa ocasião.

Poucos meses esteve a preta no Cerrado,mas nesse curto de tempo conseguiu ela muitos contos de réis e levou vida invejável, pois o bom prato, a fina bebida, a etiqueta fazem parte da sua existência, segundo afirmava.Pelo menos, frangos, perus, leitões, frutas, etc., não faltaram, graças é generosidade dos aspirantes ao milagre da exploradora.

O remate de tudo isso é que estragou a fama da curandeira: fugiu ela da vila Romano, caloteando meio mundo e deixando enfermos da mesma maneira os tolos que se deixaram seduzir pelas suas lábias. [4]


Uma reportagem publicada em São Paulo em dezembro de 1931 já no início exibe uma foto de Jão de Camargo fora de contexto, tendo sua legenda alterada. Acho que na época poucos tiveram como saber que era uma "fake news". Tive acesso á foto original graças a minha querida irmã, que, coiscidemente, presenteou ao acaso.

Segue a o conteúdo da publicação (no final tem uma surpresa:

"Obedecendo as determinações do delegado de Costumes e Jogos, dr. Pinto de Toledo Junior, o dr. Tavares do Carmo, delegado adido, prendeu durante a tarde, a “feiticeira” Maria Garcia Celsa, que já era conhecida da polícia, e que também usava os nomes de Dolores Garcia, Cerka Cobo, e Celsa Garcia Casilla.

Conduzida á presença da autoridade e interrogada, Maria Garcia confessou que se dedicava á cura de todos os males, por intermédio dos espíritos, sendo representante em São Paulo, do “feiticeiro” João de Camargo, o “santo de Sorocaba”.

Como era de conhecimento público, pelas reportagens que o “Diário Nacional” havia publicado sobre o assunto, João de Camargo gozava na vizinha de grande fama, nãe sendo poucos os crédulos que diariamente acorriam á sua casa, no bairro de Água Vermelha.

Dizia que “esse indíviduo” tinha maneira especial de impressionar seus fiéis. Recebento o cliente no seu consultório e conhecidos os males que o afligiam, o “santo” imediatamente agarrava um telefone e se comunicava com o céu... É sempre São Pedro quem o atende.

Com uma familiaridade invejável, Camargo “entaboiava” conversação, pedindo a seu “amigo” que consultasse Jesus Cristo, a respeito do consulente... A resposta vinha breve, e fácil era de se imaginar a atuação desse estratagema no espírito do incauto.

Maria Celsa era representante desse grande espertalhão, e conforme fazia questão de afirmar ao delegado, só dele recebia ordens e conselhos. O único remédio que prescrevia, era receita de João de Camargo: chá de qualquer coisa, três vezes ao dia, e fé em Deus.

Entretanto haviam apurado que Maria Celsa prescrevia toda a sorte de remédios, é dava consultas de todo gênero, cobrando avultads quantias. Assim, estava tratanto de Maria Ferro, de quem já havia recebido a importância de 500$000, deixando-a gravemente enferma, em consequência das beberragens que receitou; e ainda mais, prometeu mata-lá caso não lhe entregasse outros 500$000.

Outras vítimas a polícia havia descoberto indimando-as a prestar depoimento no dia seguinte. Maria Celsa, depois de autuada, foi posta em liberdade, em vista de assim a exigir seu estado de saúde. [5]


BIOGRAFIAS E TEMAS RELACIONADOS


Inacreditáveis e curiosas
“Sorocabanos” históricos
João de Camargo Barros
Assassinatos
Eventos que marcaram Sorocaba
Casos chocantes
Antônio José Ferreira Braga


Fontes/Referências:

[1] 01/01/1872
*O Dr. Ferreira Braga, como promotor publico, empregou de combinação com o subdelegado de então, os maiores esforços para colhe-lhos (a seita dos feiticeiros) em pura perda
Jornal O Cearense
[2] 18/05/1874
Preso o feiticeiro Custódio
Jornal O Cearense
[3] 01/07/1877
“Feiticeira” sexagenária assassinada no bairro de Aparecidinha
Correio da Bahia
[4] 30/03/1929
A curandeira chilena casada com um médico francês atraiu multidões em Sorocaba
Jornal O Estado/SC
[5] 05/12/1931
A prisão da "feiticeira de João de Camargo" em São Paulo
Diario Nacional: A Democracia ...
  


Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.