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Atualização: 06/11/2021 19:11:14


Qual era o percurso utilizado pelos nativos ou europeus para chegarem a Sorocaba? Existia o caminho do Peabiru (já existente antes do descobrimento) que passava aqui pertinho, mas não me refiro a ele.

Hoje temos a Rodovia Castelo Branco e a Raposo Tavares. Antes disso, apenas a Raposo Tavares. Contrário a ordem de fundação das rodovias ou caminhos, o "primeiro homem branco" em Sorocaba, Afonso Sardinha não teria vindo pela "Raposo Tavares", teria chegado pelo bairro Aparecidinha, mais para o "lado" da atual Castelo Branco.

Ele teria saído de São Paulo navegando o Rio Anhemby (Tietê), em algum ponto teria descido e caminhado até Sorocaba.

A CACHOEIRA E O VALE URURAY

Cachoeiras, quedas d´água, o rio e o vale Ururay são citadas em muitos dos registros mais antigos referentes a região da atual Sorocaba. E era o caminho mais utilizado para se chegar a Sorocaba: a serra de São Francisco.

Um dos rios que forma o rio Sorocaba se chama Pirajubu-Mirim, o mesmo nome dado pelos primeiros autores ao local de onde Sardinha avistou a Sagrada Montanha do Araçoiaba, o bairro Aparecidinha. Talvez aí o motivo da confusão.

Os mapas que acompanham a postagem ilustram onde se "localizava" o mítico Rio Ururay, e não requer mais palavras quanto a sua localização em relação ao Trópico de Capricórnio, a segunda imagem ainda ilustra a primeira Capela de Santa Ana.


Mal haviam chegado ao Brasil, e na busca do ouro, dia 10 de outubro de 1532 Martim Afonso escreve:“(...) a qual terra subirá para serra acima até o cume e dai (...) e dai virá entestar com o rio Anhemby, adiante que está a banda do norte a entestar com a serra de Paranapiacaba que está sobre o mar e daí por uma ribeira que vem pelo pé da serra (Ponta do Ururay bem se sabe onde é; ó a quebrada da serra) e daí dentro ao pé da seria de Ururay (Ururay se chama aquele vale onde teve sitio o capitão António de Aguiar Barriga, e a ribeira que lhe corre é Ururay.)”

Segundo Geraldo Bonadio em “Sorocaba: Cidade Industrial” de 2004, a serra de Paranapiacaba é a chamada, atualmente, de São Francisco.

O nome da cidade de Itu se deu por causa dos indígenas que a chamavam de Utu-Guaçu ou Itu-Guaçu que significa Cachoeira Grande, o que se explica pelas cachoeiras e mananciais da região abrigados pela cidade. Uma das curiosidades sobre Itu é o apelido que ela recebeu e pelo qual ela é conhecida atualmente.

Em tupi, hotinga de Y-tinga, água branca. ITINGA de U-tinga, a água branca; o rio branco. Alt. Utinga, Otinga. / ITUTINGA corr. Ytú-tinga, o salto branco; a queda dágua alva, em São Paulo. [1]


Dia 10 de fevereiro de 1533 Martim Afonso escreve ao rei de Portugal, D. João III, informando a concessão das terras no vale do Ururay à Ruy Pinto, Cavaleiro da Ordem de Cristo, cujo símbolo estampava as velas das naus de Cabral, uma cruz:

“Hei por bem de lhe dar as terras do Porto de Almadias onde desembarcam quando vão para Piratininga quando vão desta Ilha de S. Vicente, que se chama Apiaçaba que agora novamente chama-se o porto de Santa Cruz (...)

E daí subirá direito para a serra por um lombo que faz, por um vale que está entre este lombo e uma água branca que cai do alto, que chamam Ytutinga e, para melhor se saber este lombo, entre a dita agua branca, por as ditas terras não se mete mais de um só vale e assim irá pelo dito lombo acima, como dito é até o cume do serro alto que vai sobre o mar e pelo dito cume irá pelos outeiros escalvados que estão no caminho que vem de Piratininga”. [2]


SILÊNCIO NA HISTÓRIA

Todos os caminhos para Sorocaba começam a se fechar em 1580 quando Afonso Sardinha adquiriu uma grande fazenda em São Paulo (o nas serras de Iguamimbaba, que agora se chama Mantaguyra, na de Jaraguá, termo de S. Paulo, na de Vuturuna (São Roque), na de Hybiraçoyaba (Sorocaba). [4]


Em 12 de outubro desse mesmo ano Domingos Grou, outro povoador de Sorocaba e sogro de Sardinha, consegue a restituição de suas terras na então chamada aldeia de Ururaí. [5]


Em 3 de abril de 1609 segundo relato do nativo André da Aldeia do Forte “muita gente que se vinha para cá, por outro caminho (...) paragem chamada Atuahy (Itú), perto de Piassaba, e perto donde vivia Baltezar”, mas que eram presos ao se aproximar da povoação portuguesa. [6]


As duas "entradas" para Sorocaba se fecha completamente em 24 de setembro de 1619 quando André Fernandes obteve para si terras onde havia encontrado ouro, em Ibituruna (Ibiúna) e Balthazar obteve sesmaria no Porto de Canoas (Apiassava, próximo a Itu). [7]


Rio Ururay (01/01/1562)


Mapa do Brasil (01/01/1578)


BIOGRAFIAS E TEMAS RELACIONADOS


Ururay
Apiassava das canoas
Diamantes, ouro e prata
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Piqueroby
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Porto "misterioso"
Cachoeiras
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Itapeva (Serra de São Francisco)
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Balthazar Fernandes
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Capela de Santa Ana
“Sorocabanos” históricos
Afonso Sardinha, o Velho
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Caiubi, senhor de Geribatiba
Santa Ana das Cruzes
Serra de Araçoiaba/Biraçoyaba
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Martim Afonso de Sousa
Fidalgos "Filhos de algo"
Pero (Pedro) de Góes
Caminho do Peabiru
Ybyrpuêra
Rio Una
Bairro de Brigadeiro Tobias
Ferreiros/Metais
Capelas/Ermidas
Rio Anhemby / Tietê
André Fernandes
Fortes/Fortalezas
Ituguasu
Baltazar Gonçalves, velho
Pedro Collaço
Fazendas
Carijós
Senzalas
João Ramalho
Antonio de Saavedra
Jerônimo Leitão
Domingos Luís Grou
Jesuítas
“Índios”
Pirapitinguí
Bairro de Aparecidinha / Aputerebi
Escravizados em Sorocaba
Escravizados no Brasil
Rio Sorocaba
Lopo de Souza


Fontes/Referências:

[1] 10/10/1532
Martim Afonso ao Rei escreve do Piratininga
"Algumas notas genealo´gicas :...
[2] 10/02/1533
Sesmaria a Ruy Pinto
"Algumas notas genealo´gicas :...
[3] 01/01/1578
*Mapa de Jan Van Deutecum para "Speculum Orbis Terrarum"
[4] 01/01/1580
*Afonso Sardinha (45 anos) adquiriu uma grande fazenda em São Paulo (o nas serras de Iguamimbaba, que agora se chama Mantaguyra, na de Jaraguá, termo de S. Paulo, na de Vuturuna (São Roque), na de “Hybiraçoyaba (Sorocaba)”
190 Washington Luís p.190;191 ...
[5] 12/10/1580
Domingos Grou consegue a restituição de suas terras: São Miguel, então chamada aldeia de Ururaí, no sítio de Carapicuíba, foi doada aos índios de Pinheiros (6 léguas em quadro)
ALMANAK da Provincia de São Pa...
[6] 03/04/1609
“muita gente que se vinha para cá, por outro caminho (...) paragem chamada Atuahy (Itú), perto de Piassaba, e perto donde vivia Baltezar”: O relato de André da Aldeia do Forte
"Revista do IHGSP" p.763
[7] 24/09/1619
André Fernandes obteve para si uma sesmaria onde havia encontrado ouro / Balthazar obteve sesmaria no Porto de Canoas
[1] "Baltazar Fernandes: Culpa...
[8] 01/01/2004
*“Sorocaba: Cidade Industrial” Geraldo Bonadio
Geraldo Bonadio (2004)
  


Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.