| | registros | 09/04/2025 16:27:59 |
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| Atualização: 11/11/2021 23:19:19 |
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A primeira publicação sobre o personagem “Sete Orelhas” surgiu em uma obra escrita em Inglês, publicada em Londres em 1836, o livro “The History of Brazil, de John Armitage.
Segundo essa versão para o caso das sete orelhas, um moço de Sorocaba teria seduzido uma sua patrícia de Itu, sendo por isso morto por sete primos da moça. Por vingança, o irmão do falecido teria levado à morte os sete assassinos, dos quais extirpou sete orelhas, fazendo com elas um colar, daí resultando o apelido com que ficou conhecido, “o Sete Orelhas”. [4]
Transcorridos sete anos, em 1843, houve a primeira publicação da estória do personagem Sete Orelhasem Português. Naquele ano, o escritorcarioca Joaquim Norberto de Sousa Silva publicou no Rio de Janeiro a obra “Januário Garcia ou As Sete Orelhas”.
Foi naquele ano que, pela primeira vez, o nome de família Garcia foi associado ao personagem Sete Orelhas. Na versão de Joaquim Norberto de Sousa Silva é a morte de um filho de Januário Garcia, esfolado vivo por sete capangas, que provoca a cruel vingança perpetrada por “Sete Orelhas”. [5]
Passados dois anos, em 1845, Martim Francisco Ribeiro de Andrada, um estudante da Academia de Direito de São Paulo, publicou a peça de teatro:
“Januário Garcia, o Sete Orelhas”. Apenas dois anos da inserção do nome de família Garcia no caso das sete orelhas, Martim Francisco Ribeiro de Andrada inovou no caso das sete orelhas ao chamar o cruel assassino pelo nome de Januário Garcia Leal.
Além disso, pela primeira vez este autor inseriu no caso das sete orelhas o nome de família “da Silva”, o nome de família atribuído aos sete assassinos que acabaram mortos na cruel vingança de “Sete Orelhas”. Em outra inovação, a causa das desavenças passa a ser uma disputa de terras envolvendo as famílias “Garcia Lea” e “da Silva”. [6]
A primeira encenação da peça de teatro “Januário Garcia, o Sete Orelhas” foi no teatro da Casa da Ópera, em São Paulo, no ano de 1846, em meio ao já tradicional concurso de alunos da Academia de Direito de São Paulo, quando da primeira visita de S.M. Imperial d. Pedro Il aquela cidade. [7]
As obras que reagiram às perseguições desdenhavam de autores de publicações que sustentavam a existência do personagem “Sete Orelhas”. Este é o caso do folhetim publicado na edição de 26 de maio de 1867 do jornal Correio Mercantil, do Rio de Janeiro. Então, sob o pseudônimo de “Osiris”, no folhetim o jornalista Joaquim José de França Júnior contesta o escritor da peça de teatro “Januário Garcia, o Sete Orelhas”, o então ministro da Justiça, Martim Francisco Ribeiro de Andrada.
“Osiris” alude que Martim Francisco teria sido o criador do personagem “Sete Orelhas”. Entre ataques com frases como “folhinha de ano findo”, “sapucaia sem cocos”, Joaquim José de França Junior sugere que Martim Francisco Ribeiro de Andrada teria tido a seguinte inspiração ao compor sua peça de teatro: “resolvi esboçar, não o quadro da miséria de uma família, mas o croquis da desgraça de um povo”. [8]
Das muitas obras que sustentaram a existência do personagem “Sete Orelhas” tem-se como exemplo o livro “A Província de São Paulo”, de Manoel Eufrásio de Azevedo Marques, de 1876. Esta foi a primeira obra publicada após o surgimento do folhetim de França Júnior, em 1867.
Com M. E. de Azevedo Marques pela primeira vez surgiu a “notícia” da descoberta de uma fonte primária contendo o nome de Januário Garcia Leal, uma ordem régia datada de 1803, que tratava de crimes envolvendo o nome Januário Garcia Leal “na paragem de Santo Antônio do Amparo”, em Minas Gerais. [9]
Outras supostas fontes primárias para o caso das sete orelhas surgiram apenas mais de cem anos depois, em 2003. Naquele ano foi publicado o livro “Jurisdição dos Capitães, a história de Januário Garcia Leal, o Sete Orelhas, e seu bando”, obra que se ampara em diversas supostas fontes primárias. [11]
Passados três anos, em 2006, uma nova suposta fonte primária para o caso das sete orelhas veio a lume. Foi quando houve a localização do suposto inventário de Januário Garcia Leal em Lages, Santa Catarina.
A notícia foi tornada pública no artigo “Januário Garcia Leal em Santa Catarina —- O Temido “Sete Orelhas" — Reviravolta na história”. Essas duas publicações são de autoria do escritor mineiro Marcos Paulo de Souza Miranda.
A falsificação de documentos manuscritos no caso das sete orelhas é evidenciada contrapondo-se as supostas fontes primárias com as obras compiladas. Por exemplo, na peça de teatro escrita em 1845 e encenada em 1846, Martim Francisco Ribeiro de Andrada inseriu no caso das sete orelhas os nomes de família “Garcia Leal” e “da Silva”, dois nomes de família que fazem parte da genealogia desenvolvida a partir dos colonos Garcia originários da ilha do Faial. [12] |
| BIOGRAFIAS E TEMAS RELACIONADOS |
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Fontes/Referências:
| | [1] 11/07/1302 | | Batalha das Esporas de Ouro | | Revista do Patrimônio Cultural... | | | [2] 01/01/1761 | | *O colono Januário Garcia Leal nasceu na povoação do Jacuí, em Minas Gerais | | Revista do Patrimônio Cultural... | | | [3] 01/01/1803 | | *“notícia” da descoberta de uma fonte primária contendo o nome de Januário Garcia Leal | | Revista do Patrimônio Cultural... | | | [4] 01/01/1836 | | *A primeira publicação sobre o personagem “Sete Orelhas” surgiu em uma obra escrita em Inglês, publicada em Londres em 1836, o livro “The History of Brazil, de John Armitage | | Revista do Patrimônio Cultural... | | | [5] 01/01/1843 | | *Transcorridos sete anos, em 1843, houve a primeira publicação da estória do personagem Sete Orelhas em Português | | Revista do Patrimônio Cultural... | | | [6] 01/01/1845 | | *Passados dois anos, em 1845, Martim Francisco Ribeiro de Andrada, um estudante da Academia de Direito de São Paulo, publicou a peça de teatro | | Revista do Patrimônio Cultural... | | | [7] 01/01/1846 | | *A primeira encenação da peça de teatro “Januário Garcia, o Sete Orelhas” foi no teatro da Casa da Ópera, em São Paulo | | Revista do Patrimônio Cultural... | | | [8] 26/05/1867 | | Joaquim José de França Júnior contesta o escritor da peça de teatro “Januário Garcia, o Sete Orelhas”, o então ministro da Justiça, Martim Francisco Ribeiro de Andrada | | Revista do Patrimônio Cultural... | | | [9] 01/01/1876 | | *Das muitas obras que sustentaram a existência do personagem “Sete Orelhas” tem-se como exemplo o livro “A Província de São Paulo”, de Manoel Eufrásio de Azevedo Marques | | Revista do Patrimônio Cultural... | | | [10] 01/01/1936 | | *“Os Andradas na História do Brasil” | | Revista do Patrimônio Cultural... | | | [11] 01/01/2003 | | *Foi publicado o livro “Jurisdição dos Capitães, a história de Januário Garcia Leal, o Sete Orelhas, e seu bando”, obra que se ampara em diversas supostas fontes primárias | | Revista do Patrimônio Cultural... | | | [12] 01/01/2006 | | *Nova suposta fonte primária para o caso das sete orelhas veio a lume | | Revista do Patrimônio Cultural... | |
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Sobre o Brasilbook.com.br
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.  |
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