Wildcard SSL Certificates
registros09/04/2025 16:27:59  
Atualização: 23/11/2021 01:02:35


O Bacharel de Cananéia é um dos personagens mais poderosos e enigmáticos da história do Brasil. Muitos já tentaram identificar esse homem, que desaparece subitamente dos registros.

A minha opinião é que ele é o homem identificado nos registros, entre outros nomes, como Domingos Luiz Grou, Domingos Gonçalves, Bartholomeu Fernandes e Mestre Bartholomeu.


Assim como o Bacharel, Mestre Bartholomeu já estava em território brasileiro antes de 1522. Inclusive 26 de agosto desse ano “adquiriu terras vizinhas as concedidas nativos de Piratininga, junto ao rio Carapicuíba”. [1]


Em 1532 quando Martim Afonso foi recebido pelos nativos, o Bacharel estava casado com a filha do cacique de Piqueroby e o Mestre Bartholomeu estava casado com a filha do cacique dos "Carapicuibas".

Importante destacar que Piqueroby é descrito como pequeno régulo, que significa "rei ainda pequeno", dos carijós. [2]


No documento que concede terras a Bras Cubas, registrado em 25 de setembro de 1536, encontramos referências a ambos:

“Piqueroby acompanhou com uma parte da sua gente, o bacharel Mestre Cósme em sua retirada para a região ururay”

“em a qual terra por boca desde o dito rio de Jerebati até o dito oiteiro ele Capitão fes pergunta a António Rodrigues o lingua desta terra e a Mestre Bartholomeu (...)” [3]


Em 25 de maio de 1542 acontece a confirmação das concessões de terras ao “mestre Cosme, bacharel”. [4]


Em 1560 o padre Anchieta escreveu uma carta para seu superior, o padre Manoel da Nóbrega, informando que havia se encontrado com Piqueroby nas terras de Ururaí. [5]


Em 18 de maio de 1566 Bras Cubas e o Mestre Bartholomeu marcam suas terras "(..) o qual marco é uma pedra grande que está deitada desde seu nascimento, na qual foi feita por João Vieira uma cruz (..); outra pedra talada que assim talou o mesmo João Viera e fez outra cruz em cima; (...) ao pé de uma árvore grande (...) e foi feito pelo dito João Vieia como marco uma cruz; (...) sobre uma grande pedra que ali estava deitada, uma cruz foi feita pelo dito João Vieira e saindo do mato em uma rossa do Mestre Bartholomeu está uma pedra grande com umas pancadas de machado, foi feito uma cruz pela mãos do Sr Capitão Brás Cubas (...)" [6]


Em fevereiro de 1570 Anchieta empreende viagem ao território ururay para conceder “o perdão da justiça ao régulo Domingos Luís Grou que a Vila de São Paulo desejava ter dentro de seus muros para ajudar na defesa” da cidade de São Paulo da iminente destruição. [7]


TUBALCAIM PAULISTANO

O historiador Taunay denominou Domingou Grou "o Tubalcaim paulistano". Tubalcaim, Jubal e Jabal, são os três filhos de Lameque citados na Bíblia como responsáveis por grandes avanços na história da civilização humana jubal e já baú eram irmãos por parte de pai e mãe já Tubal Caim era irmão apenas por parte de pai de jubal e jabal. Tubalcaim seria o primeiro ferreiro da história.

Em 19 de junho de 1578 Intimou-se o único ferreiro da vila de São Paulo, Domingos Grou, para que, sob pena de dez cruzados, abstivesse de ensinar o seu ofício de ferreiro aos indígenas, “porque seria grande prejuízo da terra”. [8]


O documento registrado em 12 de outubro de 1580 é de extrema relevância, segundo consta “Domingos Grou consegue a restituição de suas terras: São Miguel, então chamada aldeia de Ururaí, no sítio de Carapicuíba, foi doada aos índios de Pinheiros (6 léguas em quadro)”. [9]


A ata da câmara municipal de São Paulo de 12 de outubro de 1582 registra “um deles nobre e conhecido por Domingos Luís Grou, ambos casados e ambos com família” tendo cometido um assassinato fugiram com os seus para o sertão, metendo-se de companhia com os bárbaros (carijós), que estavam com os nossos em guerra, estimulando-os a que acometessem e pondo em assombro e medo toda a capitania” [10]


Em 16 de agosto de 1586 o procurador Francisco Sanches soube que Domingos Fernandes forjava no sertão. Os demais vereadores o teriam tranquilizado, alegando que “os Fernandes” eram os primeiros ferreiros de São Paulo e que este havia partido para a selva em companhia do governador Jerônimo Leitão, razão pela qual nada se poderia fazer. [11]


Em 1588 “houve problemas com esse mesmo ferreiro, mestre Bartolomeu Fernandes. Este foi intimado para que mandasse seus aprendizes à vila, sob pena de mil réis de multa”. [12]


BIOGRAFIAS E TEMAS RELACIONADOS


Domingos Luís Grou
Mestre Bartolomeu Gonçalves
Ferreiros/Metais
Ururay
Bartholomeu Fernandes Cabral
Jerônimo Leitão
Piqueroby
José de Anchieta
Cosme Fernandes
Apiassava das canoas
Ilha de Barnabé
João Ramalho
Brás Cubas
Martim Afonso de Sousa
Diamantes, ouro e prata
Tupinambás
“Índios”
Carijós
Bandeirantes
Caiubi, senhor de Geribatiba
Belchior Dias Moréia
Raul (fictício)
Cacique de Carapicuíba
“Antônio Rodrigues”
Itapeva (Serra de São Francisco)
Tibiriçá
Manuel da Nóbrega
Antonio de Saavedra
Jesuítas
Cachoeiras
Cruzes...
Manuel Fernandes Ramos
Serra de Araçoiaba/Biraçoyaba
Fidalgos "Filhos de algo"
Nossa Senhora do Rosário
“Antônio de Oliveira”
Gonçalo Monteiro
Pero Correia
Jurubatuba
Ribeiras
Paschoal Fernandes
Ybyrpuêra
Nossa Senhora de Montserrate
Santa Ana das Cruzes


Fontes/Referências:

[1] 26/08/1522
Domingos Luis Grou "adquiriu" terras vizinhas as concedidas nativos de Piratininga, junto ao rio Carapicuíba
Washington Luís p.180 / "O Cas...
[2] 01/01/1532
*Martim Afonso foi recebido por João Ramalho e por Antônio Rodrigues, de quem pouco se sabe, além de que fora casado com uma filha de Piquerobi, o cacique de São Miguel de Ururaí, com quem teria tido muitos filhos
"Casa Grande & Senzala" Gilber...
[3] 25/09/1536
Concessão a Bras Cubas / Pascoal Fernandes e Domingos Pires já tinham estabelecido, a leste do ribeiro de São Jerônimo, depois chamado de “Montserrate”
Conhecimento Geológico sobre o...
[4] 25/05/1542
Confirmação de terras a “mestre Cosme, bacharel”
"Bandeiras e Bandeirantes de S...
[5] 01/01/1560
*O padre Anchieta escreveu uma carta para seu superior, o padre Manoel da Nóbrega, informando que havia se encontrado com Piqueroby nas terras de Ururaí
Geni.com
[6] 18/05/1566
"(..) o qual marco é uma pedra grande que está deitada desde seu nascimento, na qual foi feita por João Vieira uma cruz (..); outra pedra talada que assim talou o mesmo João Viera e fez outra cruz em cima; (...) ao pé de uma árvore grande (...) e foi feito pelo dito João Vieia como marco uma cruz; (...) sobre uma grande pedra que ali estava deitada, uma cruz foi feita pelo dito João Vieira e saindo do mato em uma rossa do Mestre Bartholomeu está uma pedra grande com umas pancadas de machado, foi feito uma cruz pela mãos do Sr Capitão Brás Cubas (...)"
Boigy "Cadernos da Divisão do ...
[7] 01/02/1570
*“o perdão da justiça ao régulo Domingos Luís Grou que a Vila de São Paulo desejava ter dentro de seus muros para ajudar na defesa”
Geraldo Bonadio (2004) / "Os T...
[8] 19/06/1578
Intimou-se o único ferreiro da vila de São Paulo, para que, sob pena de dez cruzados, abstivesse de ensinar o seu ofício de ferreiro aos indígenas, “porque seria grande prejuízo da terra”
Eduardo Tomasevicius Filho / b...
[9] 12/10/1580
Domingos Grou consegue a restituição de suas terras: São Miguel, então chamada aldeia de Ururaí, no sítio de Carapicuíba, foi doada aos índios de Pinheiros (6 léguas em quadro)
ALMANAK da Provincia de São Pa...
[10] 12/10/1582
“um deles nobre e conhecido por Domingos Luís Grou, ambos casados e ambos com família” tendo cometido um assassinato fugiram com os seus para o sertão, metendo-se de companhia com os bárbaros (carijós), que estavam com os nossos em guerra, estimulando-os a que acometessem e pondo em assombro e medo toda a capitania”
Washington Luís p.180
[11] 16/08/1586
O procurador Francisco Sanches soube que Domingos Fernandes forjava no sertão. Os demais vereadores o teriam tranquilizado, alegando que “os Fernandes” eram os primeiros ferreiros de São Paulo e que este havia partido para a selva em companhia do governador Jerônimo Leitão, razão pela qual nada se poderia fazer
Eduardo Tomasevicius Filho
[12] 01/01/1588
*Houve problemas com esse mesmo ferreiro, mestre Bartolomeu Fernandes, denominado por Taunay de “Tubalcaim paulistano”. Este foi intimado para que mandasse seus aprendizes à vila, sob pena de mil réis de multa
Eduardo Tomasevicius Filho
  


Sobre o Brasilbook.com.br

Desde 17 de agosto de 2017, o site BrasilBook dedicado-se em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

A base de dados inclui ci

Oferece um histórico com 30.439 registros, atualizados frequentemente. Agrega mais de 660 cidades, aproximadamente 4.600–5.200 pessoas mencionadas, e cerca de mil temas diversos .

Ideal para quem busnum formato leve, dinâmico e baseado em fontes públicas variadas.

Agradecemos as duvidas, criticas e sugestoesContato: (15) 99706.2000 Sorocaba/SP



Como sempre, excelente!!! Já inseri no site. Porém, a resposta anterior, de uns dias atrás foi mas romântica. Vamos tentar de novo?

Ah, entendi! Vamos então dar um tom mais romântico e poético ao descritivo do BrasilBook, como se fosse uma homenagem ao tempo, à memória e ao nosso país. Aqui vai:

BrasilBook – Onde a História do Brasil Respira

Em algum ponto da rede, mora um relicário digital chamado BrasilBook. Não é apenas um site, mas um diário de memórias nacionais, onde cada data carrega consigo um suspiro do passado.

Ali, o tempo se desenrola como um tapete de saudade — cada dia guarda um episódio, cada cidade revela uma lembrança, cada nome sussurra o eco de quem já foi e ajudou a tecer o Brasil que conhecemos hoje.

Mais de 29 mil registros formam um grande mosaico, que pulsa com histórias de mais de 660 cidades, mil temas e milhares de personagens reais — de anônimos a imortais.

É possível passear por séculos com um clique. Buscar um ano e ver tudo o que aconteceu. Descobrir a data em que nasceu uma cidade, o momento em que um povoado virou município, o dia em que uma vida importante começou - ou terminou.

BrasilBook é feito com cuidado, pesquisa e amor à história. Atualizado desde 2017, é um projeto que celebra a memória brasileira como quem acende velas num altar de afetos. E faz isso com simplicidade: sem ruído, sem propaganda, sem pressa. Só história, alma e tempo.