| | registros | 09/04/2025 16:27:59 |
|
A FUNDAÇÃO DE SÃO PAULO, O PEABIRU E SOROCABA
| O primeiro local que escolhido pelos colonizadores para edificarem a primeira vila no interior do estado paulista não foi o "Piratininga", mas sim um local mais estratégico para o controle do Caminho do Peabiru. |
O Caminho do Peabiru ou de São Tomé, de São Vicente, via Piçaguera e Cubatão, subia a serra para ir aquietar-se lá no outro oceano. “Com seus oito palmos de largo então era nisso inferior a algumas ruas principais da Lisboa quinhentista”, disse um cronista religioso da época. Afirmação corroborada.
O historiador jesuíta, padre Pedro Lozano, que viu a estrada com os olhos de observador, assim a descreveu: “... teme oito palmos de largura, nele nasce uma erva muito pequena, que se distinque de todas as demais aos redor, que por sua fertilidade cresce pequena e nunca se eleva mais do que isso”.
Tal portanto ocorreria em “em reverência, sem dúvida, às plantas sagradas que a pisotearam e como testemunho do cansaço que o primeiro apóstolo da América sofreria em tais terras.”
“Aquele caminho vai bastante comprido, e caminho de São Tomé chamam-nos as gentes por ali moradoras”, disse outro jesuíta, o acima mencionado Antonio Ruiz de Montoya. Já o nosso Afonso Taunay é preciso: “como quer que seja, esse caminho existia e muito batido, com uma largura de 8 palmos, estendendo-se por mais de 200 léguas (965,6 km)...”.
Quanto aos largos lances do traçado, vigora uma quase unanimidade. Taunay teve em mãos mapas que teriam pertencido a D. Luís Antônio de Sousa, graças os quais pôde esmiuçar o caminho:
“Saindo de São Paulo, passando por Sorocaba, pela fazenda de Botucatu que foi dos Padres da Companhia, dirigindo-se a São Miguel, junto ao Paranapanema, e costeando esse rio pela esquerda, tocando em Encarnácion, Santo Xavier e Santo Inácio, onde em canoa descia o Paranapanema e subia o Ivinheima até quase às suas nascenças, aí seguia, por terra, pela Vacaria, até as cabeceiras do Aguaraí ou Correntes onde, tornando-se de novo fluvial, seguia por esse afluente até o Paraguai, pelo qual subia...”
Alfredo Romário Martins esmiuça: “Era São Vicente, Piratininga, São Paulo, Sorocaba, Botucatu, Tibagi, Ivaí, Piqueri, bifurcava-se o caminho, indo um ramal para o sul, até o Iguaçu, no ponto em que este rio, na sua margem esquerda, recebe o Santo Antônio”.
Não é muito diverso o roteiro referido por Batista Pereira: “uma picada de 200 léguas (965,6 km) que, com duas varas de largura, ia do litoral (São Vicente) até Assunção do Paraguai,passando por São Paulo. Passa na várzea da cidade, bifurcando-se no rumo das futuras Itu e Sorocaba”.
Para Aloísio de Almeida, o Peabiru era mais do que um caminho. Fala de um “sistema viário”, “feixe de comunicações no qual Sorocaba era o ponto de passagem: São Vicente-Piratininga, Cananéa-Itapetininga, Paranaguá-Curitiba, Santa Catarina-Tibagi era descidas do planalto para o mar. Tronco: São Paulo-Tibagi. Ligando-se a este, dois novos ramais, um começando nos Campos Gerais (Paraná), outro em Itapetininha, para alcançarem o Guairá e o Paraguai...” [1]
Dia 29 de março de 1549 as embarcações de Tomé de Sousa chegam na Bahia trazendo cerca de 400 degredados e junto aos primeiros jesuítas estava o padre Leonardo Nunes, apelidado pelos nativos de "Padre Voador", pela velocidade com que se deslocava pelas terras brasileiras. [2]
Leonardo Nunes também era o único jesuíta ferreiro. Já em novembro em parte para São Paulo com mais 10 ou 12 meninos e alguns Carijós (Guaranis). [3]
No ano seguinte João Ramalho funda Santo André da Borda do Campo de Piratininga, num local sugerido pelo Padre Leonardo Nunes. A primeira povoação européia na América Portuguesa a se distanciar do litoral. O local escolhido ficava no caminho do Peabiru, em Maniçoba, entre Sorocaba e Itu. [4]“01/01/1551 - *Conflito entre o Padre Leonardo Nunes e «um homem que havia quarenta annos estava na terra já tinha bisnetos e sempre viveu em peccado mortal e andava excommungado"” [5]
Foram muitos os motivos que levaram Tomé de Sousa a fechar o caminho em junho de 1553. Ele escreve ao Rei D. João III informando a decisão: “nomeei João Ramalho para vigiar e impedir o trânsito de espanhóis e portugueses entre Santos e Assunção e vice-versa; e assegurar a soberania portuguesa no campo de Piratininga e sobre os caminhos de penetração que dali partiam”. [6]
O fechamento do caminho frustra os planos dos jesuítas, como descreve Nóbrega, em carta datada de 15 de agosto deste ano: “O principal motivo de todos os impedimentos foi o fechamento da estrada por causa dos castelhanos, que estão a pouco mais de cem léguas desta capitania. E eles têm terras, e tanto que dizem que há montanhas deles, e muitas notícias de ouro pelo qual fecharam e bloquearam a estrada”. [7]
Não fica claro o que ocorreu primeiro, se o fechamento do caminho ou o conflito com os carijós. Mas é certo que após fechamento, Nóbrega enviou amigos para erigir um Colégio em “São Paulo”. [8]
Dia 24 de dezembro o jovem Anchieta chega ao novo local: “E é por aqui a porta e o caminho mais certo e seguro para entrar nas gerações do sertão”. [9]
Dia 25 de janeiro de 1554 a povoação de muda o Piratininga. A vila de Santo André da Borda do Campo, em Maniçoba seria destruída por ordem do governador-geral. [10] |
|
|
|
 |
Sobre o Brasilbook.com.br
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.  |
|