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OS CANHÕES DA REVOLUÇÃO LIBERAL
Em 1834 João Bloem, depois de trabalhar como militar de engenharia para o governo de Pernambuco, entre 1829 e 1834, foi designado para participar da direção de Ipanema. [1]
Em fevereiro de 1840 a Marinha do Brasil divulgou um aviso de que pretendia estabelecer uma oficina de construção de máquinas para barcas de vapor no Arsenal de Marinha, no Rio de Janeiro. [2]
Bloem escreveu uma carta ao ministro da Marinha, em 27 de abril de 1840, propondo que fosse criada uma oficina de construção de barcas de vapor e fundição de objetos bélicos, e o melhor lugar seria num porto no rio Juquiá, na província de São Paulo.
Naquele mesmo dia 27 de abril de 1840, Bloem escreveu uma outra carta para o Ministério da Guerra, informando que enviara a proposta acima ao Ministério da Marinha, e que tinha um plano para fundir canhões:
“Eu mandei fazer, há tempos, um modelo de uma peça de calibre 6 pela forma ordinária para uso da Armada. Vou experimentar a bloquear no mesmo modelo e quero adaptar para calibre, pois julgo que o nosso ferro é tão bom, que resistirá a toda prova; examinados e experimentados, os farei conduzir para a Corte; julgo que se deva adaptar a artilharia ao sistema do general Blomefield, que ele inventou quando diretor da fundição de artilharia no arsenal de Woolwich, pois dão melhor resultado, são mais cômodos no manejo, por que são de menos peso de metal, e curtas, por este motivo preferível por fazer menos peso sobre os lados externos dos navios que, por consequência, não joga tanto”. [3]
Os três e únicos canhões de ferro fundidos no Brasil sobrevivem até hoje, têm gravada a data da Maioridade, “23 de julho de 1840”, o nome de “Pedro II” e, pelo menos em um deles, o nome do autor, “BLOEM”.
As dimensões dos três canhões, os dois de Sorocaba e o terceiro que está no acervo do Museu Paulista, são muito próximas das previstas nesse desenho, cujas unidades estão em palmos e polegadas portuguesas: têm cerca de 1,8 metro de comprimento. 200 moendas de cana de açúcar foram fundidas para a produzi-los. [4]
Dia 1 de agosto Bloem manda outra correspondência, perguntando a quem ele deveria enviar, no Rio de Janeiro, os três canhões que tinha fundido, usinado e testado, com carga de pólvora três vezes superior à carga padrão. Bloem incluiu na carta um desenho com as dimensões dos três canhões.
Quanto aos canhões, o ministro julga importante a fundição de artilharia no Brasil, mas “persuado-me ser do meu dever observar que não convém fundir peças de ferro de menor calibre que o de 12.”
A afirmação de que à Marinha só interessavam canhões de calibre maior do que 12 libras inviabilizava a possibilidade de Ipanema atendê-la pois, mesmo que os dois altos-fornos fossem operados juntos, não seriam capazes de produzir a quantidade de metal líquido necessária para produzir canhões daquele tamanho. Um canhão inglês de 12 libras e 8 pés de comprimento, que era usado em fragatas, pesava três toneladas e meia.
A proposta de Bloem morre ali, naquele parecer. Não foram liberados recursos para a proposta da oficina de Juquiá, nem os canhões foram enviados à Corte. Os canhões, entretanto, viveriam outras peripécias. [5]
Em 1841 foi iniciada a construção da nova ponte sobre o rio Sorocaba, sendo o projeto realizado por João Bloem. [6]teste [7]
Em 17 de março Rafael Tobias de Aguiar foi aclamado Presidente da Província de São Paulo. [8] Em 17 de maio Sorocaba declara guerra contra o Imperador. Os canhões foram trazidos de Ipanema e posicionados para disparar no local mais provável que o exército imperial adentraria Sorocaba: na praça Arthur Fajardo, apontados para a ponte da rua XV de Novembro. [9]
Em 23 de maio Caxias chega em São Paulo, e no mesmo dia, Tobias mandou buscar material bélico na Fábrica. Na relação dos objetos retirados constam “quatro peças de artilharia de ferro, a saber: uma de calibre 6 reforçado em calibre 9, uma de calibre 6, uma de calibre 4 reforçada, todas de bateria, e uma de calibre 3 para salvas, além de 40 balas de calibre 4”. [10]
Em 26 de maio o General Caxias acampa em Sorocaba. [11] Em 7 de junho o exército sorocabano é derrotado na “Batalha de Venda Grande”, em Campinas. [12] Em 20 de junho o General Caxias entra em Sorocaba. Os canhões não foram disparados, afinal, a revolução, em Sorocaba, já estava derrotada. Caxias teria mandado enterrar os canhões junto a ponte do rio Sorocaba. [13]
Em 1913 os canhões foram levados e novamente enterrados numa das esquinas do Jardim Público da cidade, a Praça Frei Baraúna. [14]
Em 25 de fevereiro de 1927 o jornal “A cidade de Sorocaba” publica: “Os canhões históricos enterrados de boca para baixo na praça Frei Baraúna, são um símbolo altiloquente do espírito nacional: amordaçado pela ignorância e pelo desprezo das tradições pátrias”. [15]
Em 23 de setembro de 1930 o jornal “Cruzeiro do Sul noticia” que os canhões seriam colocados na praça Dr. Fajardo. [16]
Em 1947 o jornalista que acompanhou Sérgio Buarque de Holanda na visita ao Museu Paulista, em 1947, não gostou da história daquele canhão. [17] |
[12] https://brasilbook.com.br/r.asp?r=5002
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Sobre o Brasilbook.com.br
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.  |
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