No site do Colégio Notarial do Brasil, Seção São Paulo, sob o título “Para historiadores, textos que definem heranças ou inventários podem ser uma fonte preciosa para a reconstituição da memória de uma cidade”, texto publicado em 10 de janeiro de 2011 encontramos:
O documento que funda Sorocaba
Os testamentos antigos não são fáceis de serem encontrados o de Balthasar Fernandes, por exemplo, até hoje, ninguém o localizou. “Já procuramos em São Paulo, em Santana de Paraíba (origem da família do bandeirante), mas não foi encontrado”, avisa a diretora dos museus públicos de Sorocaba, Sonia Nanci Paes.
Ela ressalta que se esse documento fosse encontrado poderia mudar a história da cidade. Já que Sorocaba surgiu de uma forma diferente, com um fundador e não como as cidades criadas a partir de uma fazenda de café com a imigração de um povo, ou ainda, a partir de uma ferrovia, por exemplo.
Não se sabe o ano da chegada de Baltasar Fernandes por aqui. Historiadores trabalham com a hipótese de que ele passava por Sorocaba muito antes de 1654, “mas como a história trabalha com documentos o ano da fundação é esse, por causa do testamento de Isabel de Proença”, explica Sônia. [7]
Na página 346 da obra “Memória Histórica de Sorocaba: Parte I”, publicado em 21 de dezembro de 1964 por Aluísio de Almeida encontramos:
(...) A terceira hipótese (quanto ao título Nossa Senhora da Ponte) é que se deveu à própria ponte de Sorocaba, existente no lugar. Tem contra sí que a capela foi ficar a um quilômetro da ponte e em 1660 o topônimo era somente “paragem de Sorocaba”: em 1654, quando esse nome sonoro surge escrito no primeiro documento existente, era fazenda, sítio de Sorocaba. Teriam escrito “da ponte de Sorocaba”. [6]
Na página 12 do livro “Baltazar Fernandes: Culpado ou Inocente?”, publicado em 2014 pelo jornalista Sérgio Coelho de Oliveira registra-se:
“(...) os historiadores divergem quanto à data da chegada do fundador a Sorocaba, se em 1646 ou se em 1654. Existem documentos historiando, além desses dois momentos, uma fundação em 1670.” [8]
“SOROCAVA” E “SOROCABUA”
O testamento de Isabel de Proença, assinado em Santana de Parnaíba dia 28 de novembro de 1654 [2] e encontrado na década de 1960 [5] registra a o topônimo “Sorocava”. [2] Em no ano seguinte, 12 de abril de 1655, no cumprimento do testamento, registrado no verso do documento está “Sorocabua”. [3]
“NHARBOBON” SOROCABA
Um documento registrado em 7 de março de 1608, publicado em 1921 pelo Departamento do Arquivo do Estado de São Paulo, sob o título “Sesmarias de 1602 a 1642”, nas páginas 33, 34 e 35, as quais reproduzem a “Carta de dada de terras de Diogo de Onhate que lhe deu o capitão Gaspar Conqueiro no campo caminho da aldeia de Tabaobi (imagem 1)”:
“(...) rio Nharbobon Sorocaba e sendo caso que do rio Pirayibig para a banda do campo não houver a légua de matos (...)”. [1]
Qual seria o significado do incomum termo “Nharbobon”? Seria a explicação encontrada na página 336 da mesma obra acima citada, em que Aluísio de Almeida explica (imagem 2):
De passagem de índios dos grupos tupi por Sorocaba, em seu nomadismo, a certeza é completa. Dêles restaram os topônimos como “Nhonhom” e “Nhu-nhu”, campo ou campina. [6] |