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SABARABUSSÚ, BORBA GATO E SOROCABA
18/01/2022 03:57:20

Após 200 anos a busca pela “Sabarabussú” acabou quando Borba Gato "empurra" Rodrigo de Castelo Branco num "sumidouro" (buraco de mina) e estabeleceu a localização das minas de ouro no atual estado de Minas Gerais.


De todas as denominações apontadas, porem, parece que só a da Bahia de Todos os Santos foi dada em sua segunda viagem” [1]

A notícia da Serra Resplandecente surge em 1550, em uma carta escrita por Felipe de Guillen ao Rei D. João III. [2]“01/09/1560 - Fundação e abertura de um caminho para um povoado, que viria a se chamar, também, “Santa Ana das Três Cruzes”” [3]

Em 25 de abril de 1562 Brás Cubas, avô da segunda esposa do "fundador" de Sorocaba, escreve ao rei de Portugal anunciando a descoberta de ouro e metais preciosos perto de São Paulo, “30 léguas de Santos, em Bacaetava, Birácoyaba, Caativa e Ivuturuna”. [4]

Documentalmente quem funda a primeira vila em Sorocaba é Francisco de Sousa. Ele participou da Batalha de Kasr-el-Kebir (Alcacer-Kibir) em 4 de agosto de 1578. [5] Foi ele que, em 24 de agosto desse mesmo ano, retornou a Lisboa portando cartas de Belchior de Amaral, que afirmava ter participado do sepultamento do corpo do rei português D. Sebastião na África. O que daria início a União Ibérica. [6]

Em 1580, ano em que as Coroas portuguesas e espanholas são unificadas, a primeira Casa de Fundição foi estabelecida em São Paulo, para fundir o ouro extraído por Afonso Sardinha, considerado "o primeiro homem branco" na região de Sorocaba. [7]

Em 1589 Sardinha funda uma “nova” Usina de Ferro do Vale das Furnas” nesse mesmo local. [8]

Em abril de 1591 D. Francisco de Souza parte para o Brasil. [9] Dia 9 de junho tomou posse na cidade de Salvador se tornando o 7° Governador-Geral do Brasil. Alí um nativo aprisionado teria falado de uma certa paragem, onde havia mina de muito ouro limpo, extraído dos montes “Sabaroason”.

A composição da sua comitiva deixava claro a busca por metais preciosos. Entre os integrantes estavam os mineiros Geraldo Betim e Jacques Oalte. [10]

Em 1599 o primeiro mineiro alemão, que viera com Geraldo Betting, provavelmente Jacques Oalte, morreu em São Paulo. [11]

Finalmente em 23 de maio desse ano D. Francisco parte de São Paulo para as minas de Bacaetava, Vuturuna e Jaraguá, na Serra de Biraçoiaba onde passa 6 meses. Alí levanta um pelourinho, que seria o mesmo utilizado pelo cunhado de Betim, Balthazar Fernandes, para fundar Sorocaba em 1661. [12]

Em 14 de julho de 1601 D. Francisco mudou o pelourinho para um local próximo, o atual bairro de Itavuvu, e enviou moradores mas somente os mineiros "Sardinha" tinham autorização de entrar nas minas de "Obiracoyava”. [13]

Em D. Francisco voltou ao reino com dois mineiros espanhóis e um nativo, testemunhas do muito que fizera em São Paulo. [14]

Em agosto de 1602 a expedição comandada por Nicolau Barreto e financiada por D. Francisco partiu já sabendo a localização da serra de Sabarabussú. [15]

Em 1603 um Regimento surgiu depois das notícias da morte do tal mineiro alemão que andava com Francisco de Souza e dos boatos de que se fundia ouro do tamanho da “cabeça de um cavalo”. [16]

Em 9 de agosto desse ano, a cigana Francisca Rodrigues foi responsável pela aposentadoria do mesmo D. Francisco de Sousa. [17]

Ainda tentando “revelar” o tesouro oculto, em 13 de janeiro de 1606, D. Francisco de Souza refere-se apenas ao ouro de Montesserrate e não ao ferro: “serra de Biraçoiaba, 25 léguas (120km) daqui para o sertão” [18]

O ASSASSINATO EM SOROCABA

No tocante às filhas desta “família fundadora”, em que Metkalf (1990, 283-304) menciona que elas ficavam com a maior parte da riqueza como dote para os genros, Custódia Dias casou-se com Geraldo Beting, o mineralogista alemão de Geldres que vem a São Paulo na equipe solicitada por D. Francisco de Sousa. Mas foi assassinado pelos paulistas quando retornava de uma de suas pesquisas com muitos metais da região de Sabarabussu do Rio das Velhas, entre 1610-1611. Isto mesmo!

“(...) o sucesso que teve D. Francisco de Souza, quando foi aquela Capitania, pois acompanhando os Paulistas ao mineiro que mandou á serra de Sabarabussú, para saberem a parte donde ela ocultava as minas, depois de achadas, de que se fez aviso ao dito D. Francisco, e tiradas muitas cargas de pedra, que o mineiro trazia com grande contentamento, ponderando eles a mesma escravidão, que agora temem seus netos, mataram no caminho ao mineiro, e esconderam a pedra, disseram a D. Francisco que morrera no caminho, e se enganava no que havia escrito a S. Senhoria, de que resultou morrer o dito D. Francisco em breves dias e se perpetuar a suspensão daquelas minas, a tradição de haver muito ricas (...)” [20]

Em 1610 D. Francisco querendo encontrar “metais nobres em Sabarabuçu e em Araçoiaba (...) expedição de Simão Álvares” [21]

Dia 8 de fevereiro de 1610 o Testamento de Custódio de Paiva, registrado na Fazenda de Custódio de Paiva, termo da vila de São Paulo, feito por Geraldo Beting a pedido do testador. [22]

Em 1611, Balthazar Gonçalves declara que pretende ir às minas de Caativa com “o mineiro alemão Oalte ou Bettimk””

“vila de Sorocaba as minas da Serra de Birasojaba, distante 3 léguas (14,48km) da dita villa, e as minas da serra de Caatiba, que fica 2 léguas (9,65km) da mesma villa

Um parecer do Conselho Ultramarino, datado de 18 de março de 1682, especifica que minas eram estas: “Luiz Lopes de Carvalho fes prezente neste Conselho, que servindo de capitão da Capitania de Itanhaem, descobrira no termo da villa de Sorocaba as minas da Serra de Birasojaba, que dista 3 léguas da dita villa, e as minas da serra de Caatiba, que fica 2 legoas da mesma villa.” [23]

Em 11 de junho D. Francisco morre de "tristeza" com a promessa do título de Marques de Minas; genro de Suzanna” [24]

“01/09/1611 - Começa o silêncio: Moradores da Vila de Nossa Senhora de Monte Serrat sem mudam para o Itavuvu e fundam a vila de São Felipe e "Aparecidinha" começa a ser povoada” [25]

PÓS-MORTO

Na Holanda, dia 14 de dezembro de 1614, perante os vereadores Johan Stendering Henrice e Adriaen Buickenvoert comparaceram os excelentíssimos senhores Johan Stendering Lamberss, Johan Dunsberch e Wolter Schaep, como procuradores de Gerhart Bettinck, vivo nas Índias Ocidentais, perto de São Vicente, numa pequena cidade chamada São Paulo, em conseqüência de uma procuração de São Paulo, escrita em português, datada de 29/12/1613, apresentada nesta secção, e têm (os procuradores) o poder – em conseqüência da procuração acima mencionada e entregue e transportada – para entregar e transportar, através dessa, às mãos de Johan van Ackeren, Udo Avincx e Frerick Besselinck e Hermen Bettinck e os seus herdeiros, toda herança materna e paterna do principal Gerrit Bettinck, mencionado acima, depois de ter sido determinado um certo inventário que, em outubro do ano de 1611, foi vendido por Peter van Belheeim, em nome do mencionado Gerrit Bettinck, por uma certa soma de moedas entregues nas mãos de Art Baerken e Evert van Middachten; depois de ter sido lida em voz alta a procuração mencionada como feita nesta secção, deram os procuradores acima mencionados toda herança paterna e materna de Gerrit Bettinck, acima mencionado, em favor de Johan van Ackeren, Udo Avincx, Frerick Besselinck e Hermen Bettinck e seus herdeiros, com a palavra, mão e pena, como acontece num tribunal.

Em seguida, Wolter Schaep explicou, diante dos vereadores acima mencionados, que, caso os compradores acima mencionados possam provar que a assinatura de Gerrit Bettinck aqui mostrada é falsa, ele lhes restituirá as moedas pagas pela compra acima mencionada e, por meio desta, dá, como garantia, sua casa e terreno que possui aqui.” [28]

DINASTIA

Dia 13 de novembro de 1665 surge o apelo de D Afonso VI para que o genro de Geraldo Betim, Fernão Dias, partisse em busca do Sabarabussu. Manuel de Borba Gato, genro de Fernão Dias faz parte da expedição. [29]“13/04/1671 - Falecimento de Garcia” [30]

“04/06/1681 - Carta de D. Rodrigo felicitando Fernão Dias pelos seus serviços no descobrimento das esmeraldas”. [31]“26/06/1681 - D. Rodrigo se encontrou com Garcia Rodrigies Paes em "Paraupeba" e fez a entrega ao superintendente régio, não só das roças que a expedição de 1674-1681 plantára sertão afóra, como também dos seixos reputados preciosos, que o administrador enviou imediatamente ao soberano” [32]“18/03/1682 - “vila de Sorocaba as minas da Serra de Birasojaba, distante 3 léguas (14,48km) da dita villa, e as minas da serra de Caatiba, que fica 2 léguas (9,65km) da mesma villa” [33]“01/01/1913 - *Inventario dos documentos relativos ao Brasil existentes no Archivo de Marinha e Ultramar de Lisboa” [35]“01/01/1934 - *"O Romance do Prata" de Paulo Setúbal (Sabarabuçu, serra Sabarabussú)” [36]


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[1] "Historia De Santos" Francisco Martins dos Santos (12/1936) / cidades.ibge.gov.br / Paraupava e Sabarabuçu: estudo dos nomes (12/2011) Revista de Linguística e Teoria Literaria p.306

[2] Paraupava e Sabarabuçu: estudo dos nomes (12/2011) Revista de Linguística e Teoria Literaria p.306

[3] "Mogi das Cruzes". CIET. (25/08/2021) - GRINBERG, Isaac - Gaspar Vaz, fundador de Moji das Cruzes. São Paulo: [s.n.], 1980. 142 p. / "Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes" / 5-Eduardo Tomasevicius Filho

[4] MAFFEI, Lucy; NOGUEIRA, Arlinda Rocha. “O ouro...”op.cit. / "Bandeiras e Bandeirantes de SP" de Carvalho Franco (1940) p.35 / História geral, I, 290 / Histórico do Conhecimento Geológico sobre o Pré-Cambriano p.59 / Memória Histórica de Sorocaba I p.344

[5] Vilardaga, José Carlos, São Paulo na órbita do Império dos Felipes: conexões castelhanas de uma vila da América portuguesa durante a União Ibérica (1580-1640), São Paulo, Tesis doctoral, USP, 2010 p.26

[6] "SP na órbita do império dos Felipes" José Carlos Vilardaga p.129

[7] receita.fazenda.gov.br / Vilardaga, José Carlos, São Paulo na órbita do Império dos Felipes: conexões castelhanas de uma vila da América portuguesa durante a União Ibérica (1580-1640), São Paulo, Tesis doctoral, USP, 2010

[8] Memória Histórica de Sorocaba p.337 / p. 344 / Washington Luís p. 290;291;292 / Revista do Instituto Histórico Tomo XX (1861) / História Geral Da Civilização Brasileira (1997) V. 11 Economia E Cultura: 1930-1964. Página 318

[9] AGS, Archivo General de Simancas, Secretarías Provinciales, Libro 1466, fol. 288, 1 de abril de 1591 / "SP na órbita do império dos Felipes" José Carlos Vilardaga p.136;137;138 / Eduardo Tomasevicius Filho

[10] “História do Brasil” Livro 1º, Cap. V. Frei Vicente do Salvador / Marcgrave – História Natural do Brasil, Edição do Museu Paulista, pág. 263 / https://brasilbook.com.br/w.asp?b=2669 / GARCIA, 1929, p. 7

[11] "SP na órbita do Império dos Felipes: Conexões Castelhanas de uma vila da américa" p.181

[12] Alfredo Ellis Junior p.90 - Memória Histórica de Sorocaba p.339;340 - smetal.org.br/imprensa/ - "Revista do IHGSP Vol. XXXV" Aluisio de Almeida p.139 / Na Capitania de S. Vicente

[13] Memória Histórica de Sorocaba p.340 / Anais do III Simpósio dos Professores Universitários de História / Brandão, Um neerlandês em São Paulo, 765-776

[14] Washington Luís p.286 - Explorações do ouro, leis e cotidiano das Minas do Século XVIII p.46 / Eduardo Tomasevicius Filho / "História Da Civilização Brasileira COLEÇÃO" / "Revista do IHGSP" p. 613

[15] Meio século de bandeirismo p.53 / Na Capitania de São Vicente p. 287 / História dos índios no Brasil (1992) / Inventários e Testamentos como documentos linguísticos p.113 / Metkalf (1990, 283-304)

[16] "SP na órbita do Império dos Felipes: Conexões Castelhanas de uma vila da américa" p.179

[17] Na Capitania de São Vicente p.287

[18] Anais do III Simpósio dos Professores Universitários de História / "As Minas Imaginárias" Marcelo Motta Delvaux p.151

[19] Sesmarias: 1602-1642 (1921) Departamento do Arquivo do Estado de São Paulo p. 33, 34, 35

[20] Metkalf (1990, 283-304) / Inventario dos documentos relativos ao Brasil existentes no Archivo de Marinha e Ultramar de Lisboa (1913) Eduardo de Castro de Almeida e Biblioteca Nacional de Lisboa. Archivo de Marina; Biblioteca Nacional p. 198; 199

[21] História Geral Da Civilização Brasileira V. 11 Economia E Cultura: 1930-1964 (1997) Página 318

[22] projetocompartilhar.org/SAESPp/custodiodepaiva1610.htm

[23] Taunay, História geral das bandeiras paulistas, v. 1, p. 263 / "As Minas Imaginárias" Marcelo Motta Delvaux p.151

[24] Metkalf (1990, 283-304) - Memória Histórica de Sorocaba p.341

[25] Reg. Geral, vol.1º, pág. 125 / Memória Histórica de Sorocaba p.341 / Revistado do IHGSP p.212 / Vilardaga p.153

[26] Brandão, Um neerlandês em São Paulo, 765-776

[27] Brandão, Um neerlandês em São Paulo, 765-776

[28] Brandão, Um neerlandês em São Paulo, 765-776

[29] sousabara.com.br/historia/ História Geral das banderas paulistas (1930) Affonso de E. Taunay p.63 / p.87

[30] https://brasilbook.com.br/r.asp?r=24290

[31] Inventario dos documentos relativos ao Brasil existentes no Archivo de Marinha e Ultramar de Lisboa (1913) Eduardo de Castro Almeida e Biblioteca Nacional de Lisboa p. 266 / História Geral das banderas paulistas (1930) Affonso de E. Taunay p.113

[32] Primeiro Congresso de História Nacional: Explorações Geográficas, Arqueológicas e Etnográficas (1915) p. 91 / História Geral das banderas paulistas (1930) Affonso de E. Taunay p.113 / p.197

[33] "As Minas Imaginárias" Marcelo Motta Delvaux p.151

[34] Wikipedia / "O Romance da Prata" Paulo Setúbal

[35] Inventario dos documentos relativos ao Brasil existentes no Archivo de Marinha e Ultramar de Lisboa (1913) Eduardo de Castro de Almeida e Biblioteca Nacional de Lisboa. Archivo de Marina; Biblioteca Nacional p. 198 / 199

[36] https://brasilbook.com.br/r.asp?r=20766

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