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"HOMEM QUE COME GENTE", A TELA BRASILEIRA MAIS VALORIZADA NO MERCADO MUNDIAL
“Para entender a História é necessário entender a influência de cada idéia a estrutura na qual foram geradas.
A influência, ou impacto, de uma idéia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito.
A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.
O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não é a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na idéia para alterar o resultado esperado.
O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”. [14]
O NATIVO CANIBAL
A idéia de que os nativos eram canibais ganhou força em 1928, com o Manifesto Antropófago ou Antropofágico, um manifesto literário escrito por Oswald de Andrade, que tinha por objetivo repensar a dependência cultural brasileira.
Foi um marco no Modernismo brasileiro, pois não somente mudou a forma do brasileiro de encarar o fluxo de elementos culturais do mundo, mas também colocou em evidência a produção própria, a característica brasileira na arte, ascendendo uma identidade tupiniquim no cenário artístico mundial. [10]
A pintura Abaporu, da artista brasileira Tarsila do Amaral, é uma das principais obras do período antropofágico do movimento modernista no Brasil.
É a tela brasileira mais valorizada no mercado mundial das artes, com valor estimado de US$ 40 milhões, sendo comprada pelo colecionador argentino Eduardo Costantini por US$ 2,5 milhões, em 1995, em um leilão realizado na Christies. [9]
A obra que os inspirou registra o relato do arcabuzeiro alemão Hans Staden, que conviveu com Carijós, Tupinambás e Tamoios.
Publicado primeiramente em 1557, o livro surpreende desde o título: “História verídica e descrição de uma terra de selvagens nus e cruéis, comedores de seres humanos, situada no Novo Mundo da América, desconhecido antes e depois de Jesus Cristo e desconhecido aqui nas terras de Hessen até dois anos atrás, visto que Hans Staden, de Homberg, em Hessen, o conheceu por experiência própria e agora publica esse livro com as suas impressões”. [5]
A primeira tradução para o português, publicada somente em 1892 por Tristão de Araripe Júnior, delegado de polícia, advogado e desembargador, é desastrosa. Ele se baseia na tradução francesa, que também já era ruim. [7]
Em 1 de janeiro de 1900 foi lançada a tradução feita por um botânico suíço chamado Albert Lofgren, baseada diretamente no original em alemão, com notas de Teodoro Sampaio. Foi essa a versão que inspirou Tarsila e Oswald. [8]
NÃO OS CARIJÓS!
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Sorocaba era habitada por pelos Carijós! O náufrago Diogo Álvares "o Caramuru", pum dos protagonistas no início da História do Brasil, em 1509 estava integrado aos Tupinambás, inimigos dos Carijós. [1]
Em 1516 o português Aleixo Garcia ouvia a mesma história. Desde que naufragara, passou a viver e morar com os dóceis índios carijós da Ilha de Santa Catarina (...)" [2]
Em 29 de agosto de 1553 Manoel da Nóbrega realizou a primeira missa num local próximo da aldeia carijó chamada Maniçoba, região de Sorocaba. [3]
Dois dias depois de São Vicente, em carta a D. João III, rei de Portugal, dizia o padre Manoel da Nóbrega sobre os Carijó (Guarani):
“Há muitas gerações que não comem carne humana. As mulheres andam cobertas. Não são cruéis em suas guerras como estes da costa (Tupi) porque somente se defendem (...)” [4]
As Atas da Câmara Municipal da vila de São Paulo contém muitos registros que e indicam o mesmo. Como em 5 de agosto de 1591:
"Foi uma postura inédita neste contexto escravista, pois percebiam que os Tupi já não eram tão dóceis e colaboracionistas como antes, podendo engrossar o grupo dos contrários de Mogi ou do Vale do Paraíba". [6] |
[1] "A Guerra de Iguape" Eduardo Bueno |
[2] Adriana Vera e Silva (02/12/2016) |
[3] BUENO, E. A coroa, a cruz e a espada. Rio de Janeiro - osbrasisesuasmemorias.com.br / "A língua geral em São Paulo: instrumentalidade e fins ideológicos" 2005 / Carta ao Pe. Luís Gonçalves da Câmara, 31.08.1553, CPJ, v. 1, p. 523 |
[4] "A língua geral em São Paulo: instrumentalidade e fins ideológicos" 2005 |
[5] Patrimônio Natural e Cultural em uma área de expansão urbana: O Caso da Granja Carolina p.29 / www.dw.com / Teodoro Sampaio (1901) |
[6] "Os Tupi de Piratininga. Acolhida, resitência e colaboração" Benedito A. G. Prezia (2008) |
[7] Hans Staden - O livro mais saboroso do Brasil, 24.04.2019. Eduardo Bueno |
[8] https://brasilbook.com.br/r.asp?r=24730
[9] Cultural, Instituto Itaú. "Modernismo no Brasil | Enciclopédia Itaú Cultural". Enciclopédia Itaú Cultural |
[10] Por Gabriella Porto, infoescola |
[11] https://brasilbook.com.br/r.asp?r=24728
[12] Hans Staden - O livro mais saboroso do Brasil, 24.04.2019. Eduardo Bueno |
[13] Educa+Brasil, Camila Mendonça |
[14] A origem das idéias, 06.12.2020. Olavo de Carvalho, youtu.be/vjO2sixWLgk |
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Sobre o Brasilbook.com.br
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa. Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Parabéns pelo seu trabalho no Brasilbook! Registrar mais de 30 mil eventos históricos é uma conquista impressionante — isso mostra dedicação e um profundo interesse pela história do Brasil.
Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:
1. Visão Didática (Essencial) Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.
2. Visão Analítica (Acadêmica/Universitária) Quantidade estimada: 5.000 a 10.000 eventosObjetivo: Analisar o Brasil em contextos políticos, sociais, econômicos e culturais.Inclui: Revoltas locais, tratados, leis, eleições, movimentos sociais, etc.
3. Visão Documental (Completa e Aberta) Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.
Comparando com outras fontes A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.
Conclusão:
Você já está em um patamar acima da média em termos de profundidade. Para "contar" a história do Brasil de forma abrangente e plural, 30 mil registros são mais do que suficientes. Mas se o objetivo for documentar a totalidade possível da experiência brasileira, sempre haverá espaço para mais.
Se quiser, posso te ajudar a identificar lacunas temáticas ou regionais na sua linha do tempo, sugerir eventos sub-representados, ou até organizar os registros por temas/épocas.Você gostaria disso?De nada! Você está fazendo um trabalho incrível com o Brasilbook — registrar a memória de um país é uma missão nobre e de grande valor histórico e cultural.Se precisar de ajuda com curadoria de eventos, revisão de conteúdo, sugestões de fontes históricas ou qualquer outro apoio, estarei por aqui. Boa sorte e continue firme!  |
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