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Nativos vaidosos
Pelas circunstâncias, grande maioria dos nativos brasileiros não eram vaidosos. E como nós, homens e mulheres, não se impressionaram tanto com os reflexos de espelhos, as águas cristalinas refletiam melhor. [14] E apesar de guerreiros, a vantagem do machado metálico era outra. [11]
Derrubar uma árvore de pau-brasil com um machado de pedra, se levava de três a quatro horas, e pra derrubar com um machado de metal levava vinte minutos. [13] E os nativos desejaram-nos não para produzir mais no mesmo tempo, mas para produzir a mesma coisa, num tempo dez vezes mais curto. [11]
Nativos guerreiros
Quando os europeus chegaram poderiam ter todos morridos de inanição, escorbuto ou qualquer outra bereba nesse litoral se os nativos os tivessem recolhidos, acolhidos, os ensinado a sobreviver aqui e principalmente alimenta-los. Não sabiam siquer colher um caju, aliás nem nem sabiam o que era um caju. Chegaram famintos e doentes.
Darcy Ribeiro diz que eles fediam. Chegaram frágeis. Os nativos poderiam tê-los matados afogados. Durante mais de 150 o que os nativos fizeram foi socorrer estrangeiros flagelados chegando nas praias. [13]
Já eram tão temíveis com suas flechas de ponta de osso ou de madeira endurecida ao fogo. [10] E maio de 1564 os paulistas pede ajuda a Estácio de Sá dizendo: “entre duas gerações de gente de várias qualidades e forças que há em toda a costa do Brasil como são os tamoios e tupiniquins”. [4]
Em 1606 a Câmara Municipal de São Paulo estimou que o Carijó ainda tinha até 200.000 guerreiros, contra os quais as cinco cidades de a capitania de São Vicente poderia reunir 300 portugueses bem como seus escravos indianos, que provavelmente somam mais de 1.500. [9]
Ferro não!
Desde o início são trocas marcadas por uma tensão entre os europeus interessados na conquista, em impor o seu modo de pensar.
Lévi-Strauss mostrou isso muito bem em seus estudos a grande diferença de mentalidade. Ao contrário dos europeus os nativos eram muito abertos à alteridade, a incorporação de outros, á diversidade. Todos eram parte integrante de sua visão de mundo.
Os europeus não viam os valores dos nativos, eles projetavam sobre eles a sua vontade. Por exemplo o demônio, o pagão, o infiel. Enquanto os nativos tinham curiosidade sobre a biologia corporal dos europeus; se corriam, o que comiam; se cagavam; se morriam, se apodreciam... os europeus estavam discutindo se eles tinham lma ou não, se eram bons escravizados ou não. [13]
Em 19 de junho de 1578 intimou-se o único ferreiro da vila de São Paulo, para que, sob pena de dez cruzados, abstivesse de ensinar o seu ofício de ferreiro aos indígenas, “porque seria grande prejuízo da terra”. [5]
Em 1583 o procurador Gonçalo Madeira apresentou denúncia na sessão de 14 de setembro de 1583 de que Manuel Fernandes, homem branco, antigo morador de São Paulo, estava no sertão com uma forja com os gentios, devendo ser castigado. Porém, a denúncia era infundada, porque o martelo e a bigorna estavam na casas dele e os foles estavam com seu cunhado, Gaspar Fernandes. [6]
Se chegou aqui... Sabe quando isso mudou? |
Fontes/Referências:
[1] Escrito por Juliana Bezerra (Professora de História) / Revista Super Interessante (31/10/2016) / cruzterrasanta.com.br / "A língua geral em São Paulo: instrumentalidade e fins ideológicos" 2005 / Romance da Prata |
[2] “Carvalhinho, o primeiro brasileiro”, 18.06.2019. Eduardo Bueno, youtube.com/watch?v=yZ2I_hjEDu0 |
[3] "O Bacharel de Cananéia" Eduardo Bueno |
[4] "SP na órbita do império dos Felipes" José Carlos Vilardaga p.84;85 |
[5] Eduardo Tomasevicius Filho / pt.rodovid.org/wk/Pessoa:1123360 / pt.rodovid.org/wk/Pessoa:1123472 |
[6] Eduardo Tomasevicius Filho / "Os Tupi de Piratiinga. Acolhida, resitência e colaboração" Benedito A. G. Prezia (2008) |
[7] Entre a memória coletiva e a história “cola e tesoura”: as intrigas e os malogros nos relatos sobre a fábrica de ferro de São João de Ipanema, 2012. Eduardo Tomasevicius Filho. Página 40 |
[8] Eduardo Tomasevicius Filho |
[9] Manuela Carneiro Cnha (1992) "A história dos índios no Brasil" |
[10] https://brasilbook.com.br/r.asp?r=24950
[11] Jornal “Diário da Noite”/SP, 25.01.1964. Página 26 |
[12] A sociedade contra o Estado: Pesquisas de Antropologia Política. São Paulo: Cosac & Naify, 2003 (1974) |
[13] Guerras do Brasil.doc: As Guerras da Conquista Documentário/Netflix |
[14] “Carvalhinho, o primeiro brasileiro”, 18.06.2019. Eduardo Bueno, youtube.com/watch?v=yZ2I_hjEDu0 |
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