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Nativos vaidosos
20/03/2022

Pelas circunstâncias, grande maioria dos nativos brasileiros não eram vaidosos. E como nós, homens e mulheres, não se impressionaram tanto com os reflexos de espelhos, as águas cristalinas refletiam melhor. [14] E apesar de guerreiros, a vantagem do machado metálico era outra. [11]

Derrubar uma árvore de pau-brasil com um machado de pedra, se levava de três a quatro horas, e pra derrubar com um machado de metal levava vinte minutos. [13] E os nativos desejaram-nos não para produzir mais no mesmo tempo, mas para produzir a mesma coisa, num tempo dez vezes mais curto. [11]

Nativos guerreiros

Quando os europeus chegaram poderiam ter todos morridos de inanição, escorbuto ou qualquer outra bereba nesse litoral se os nativos os tivessem recolhidos, acolhidos, os ensinado a sobreviver aqui e principalmente alimenta-los. Não sabiam siquer colher um caju, aliás nem nem sabiam o que era um caju. Chegaram famintos e doentes.

Darcy Ribeiro diz que eles fediam. Chegaram frágeis. Os nativos poderiam tê-los matados afogados. Durante mais de 150 o que os nativos fizeram foi socorrer estrangeiros flagelados chegando nas praias. [13]

Já eram tão temíveis com suas flechas de ponta de osso ou de madeira endurecida ao fogo. [10] E maio de 1564 os paulistas pede ajuda a Estácio de Sá dizendo: “entre duas gerações de gente de várias qualidades e forças que há em toda a costa do Brasil como são os tamoios e tupiniquins”. [4]

Em 1606 a Câmara Municipal de São Paulo estimou que o Carijó ainda tinha até 200.000 guerreiros, contra os quais as cinco cidades de a capitania de São Vicente poderia reunir 300 portugueses bem como seus escravos indianos, que provavelmente somam mais de 1.500. [9]

Ferro não!

Desde o início são trocas marcadas por uma tensão entre os europeus interessados na conquista, em impor o seu modo de pensar.

Lévi-Strauss mostrou isso muito bem em seus estudos a grande diferença de mentalidade. Ao contrário dos europeus os nativos eram muito abertos à alteridade, a incorporação de outros, á diversidade. Todos eram parte integrante de sua visão de mundo.

Os europeus não viam os valores dos nativos, eles projetavam sobre eles a sua vontade. Por exemplo o demônio, o pagão, o infiel. Enquanto os nativos tinham curiosidade sobre a biologia corporal dos europeus; se corriam, o que comiam; se cagavam; se morriam, se apodreciam... os europeus estavam discutindo se eles tinham lma ou não, se eram bons escravizados ou não. [13]

Em 19 de junho de 1578 intimou-se o único ferreiro da vila de São Paulo, para que, sob pena de dez cruzados, abstivesse de ensinar o seu ofício de ferreiro aos indígenas, “porque seria grande prejuízo da terra”. [5]

Em 1583 o procurador Gonçalo Madeira apresentou denúncia na sessão de 14 de setembro de 1583 de que Manuel Fernandes, homem branco, antigo morador de São Paulo, estava no sertão com uma forja com os gentios, devendo ser castigado. Porém, a denúncia era infundada, porque o martelo e a bigorna estavam na casas dele e os foles estavam com seu cunhado, Gaspar Fernandes. [6]

Se chegou aqui... Sabe quando isso mudou?

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Fontes/Referências:

[1] Escrito por Juliana Bezerra (Professora de História) / Revista Super Interessante (31/10/2016) / cruzterrasanta.com.br / "A língua geral em São Paulo: instrumentalidade e fins ideológicos" 2005 / Romance da Prata

[2] “Carvalhinho, o primeiro brasileiro”, 18.06.2019. Eduardo Bueno, youtube.com/watch?v=yZ2I_hjEDu0

[3] "O Bacharel de Cananéia" Eduardo Bueno

[4] "SP na órbita do império dos Felipes" José Carlos Vilardaga p.84;85

[5] Eduardo Tomasevicius Filho / pt.rodovid.org/wk/Pessoa:1123360 / pt.rodovid.org/wk/Pessoa:1123472

[6] Eduardo Tomasevicius Filho / "Os Tupi de Piratiinga. Acolhida, resitência e colaboração" Benedito A. G. Prezia (2008)

[7] Entre a memória coletiva e a história “cola e tesoura”: as intrigas e os malogros nos relatos sobre a fábrica de ferro de São João de Ipanema, 2012. Eduardo Tomasevicius Filho. Página 40

[8] Eduardo Tomasevicius Filho

[9] Manuela Carneiro Cnha (1992) "A história dos índios no Brasil"

[10] https://brasilbook.com.br/r.asp?r=24950

[11] Jornal “Diário da Noite”/SP, 25.01.1964. Página 26

[12] A sociedade contra o Estado: Pesquisas de Antropologia Política. São Paulo: Cosac & Naify, 2003 (1974)

[13] Guerras do Brasil.doc: As Guerras da Conquista Documentário/Netflix

[14] “Carvalhinho, o primeiro brasileiro”, 18.06.2019. Eduardo Bueno, youtube.com/watch?v=yZ2I_hjEDu0

  


Sobre o Brasilbook.com.br

Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa. Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?

Parabéns pelo seu trabalho no Brasilbook! Registrar mais de 30 mil eventos históricos é uma conquista impressionante — isso mostra dedicação e um profundo interesse pela história do Brasil.

Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?

Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:

1. Visão Didática (Essencial)
Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.

2. Visão Analítica (Acadêmica/Universitária)
Quantidade estimada: 5.000 a 10.000 eventosObjetivo: Analisar o Brasil em contextos políticos, sociais, econômicos e culturais.Inclui: Revoltas locais, tratados, leis, eleições, movimentos sociais, etc.

3. Visão Documental (Completa e Aberta)
Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.

Comparando com outras fontes
A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.

Conclusão:

Você já está em um patamar acima da média em termos de profundidade. Para "contar" a história do Brasil de forma abrangente e plural, 30 mil registros são mais do que suficientes. Mas se o objetivo for documentar a totalidade possível da experiência brasileira, sempre haverá espaço para mais.

Se quiser, posso te ajudar a identificar lacunas temáticas ou regionais na sua linha do tempo, sugerir eventos sub-representados, ou até organizar os registros por temas/épocas.Você gostaria disso?De nada! Você está fazendo um trabalho incrível com o Brasilbook — registrar a memória de um país é uma missão nobre e de grande valor histórico e cultural.Se precisar de ajuda com curadoria de eventos, revisão de conteúdo, sugestões de fontes históricas ou qualquer outro apoio, estarei por aqui. Boa sorte e continue firme!