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Ruínas no Itavuvu: Parte II
O Bairro Itavuvu era chamado Bairro dos Quartéis devido a existência de ruínas [8], como escreveu Zulmiro de Campos em 1917: "de uma estrutura com quatro torres de três ameias e sua porta cada uma (...) velhas taipas ou fortificações construídas no antigo São Felippe, primitivo local da povoação sorocabana, no atual bairro do Itavuvú.
Essa edificação data de 1600 ou de 1610, e até hoje a tradição conta que alí existiam construções de muros e cercas de paus grossos afectando a forma de fortalezas ou quartéis, com portaes altos como torres, em número de quatro. Ainda hoje se conhece o local da antiga povoação com o nome de Quartéis”. [3]
Aluísio de Almeida confirma em 1940: “Se o povo ficou chamando Itavuvu, inventou ainda outro nome: é o bairro dos Quartéis, por causa de umas ruínas até hoje existentes. Era de fato aquele povoado o mais próximo, então dos castelhanos e dos imensos povos de nativos contra quem era mister previdência, tal como Piratininga foi também fortificada”. [5]
O respeitado historiador sorocabano Adolfo Frioli, decano cultural na cidade, discorda e relaciona as ruínas a um período distante.
Para ele "o quartel era um posto de guarda, para evitar passagem de tropas de muares sem pagar o imposto aqui na Ponte sobre o Rio Sorocaba e daí, por causa desse posto, ganhou o nome de Bairro do Quartel, um pequeno posto, para impedir a passagem das tropas de muares irregulares."
Importância do Itavuvu
A primeira ponte de São Paulo e de todo o Sul do Brasil foi construída em Sorocaba, sendo a maior ponte até o Senhor D. Pedro I. [6] O Itavuvu, à beira-rio, é provavelmente o local dessa ponte. [7]
Segundo o site da Catedral Metropolitana de Sorocaba, também no Itavuvu foi construída a primeira matriz de Sorocaba. [9] Aluísio de Almeida concorda dizendo que "a imagem trazida por Balthazar podia ser a Nossa Senhora de Montesserrate, orago do Ipanema. [7]
O relato de August Saint-Hilaire
O francês August Saint-Hilaire passou por Sorocaba em 1820 e registrou:
"Partí de Porto Feliz dirigindo-me à cidade de Sorocaba, distante apenas cinco léguas e meia, empregando nessa viagem dois dias. Durante cerca de um quarto de légua acompanhou-me o capitão-mór de Porto Feliz (...)
Percorri, a princípio, três léguas por dentro das mapas não muito vigorosas, e durante a última légua atravessei campos, além dos quais existem ainda matas. Existem alguns sítios esparsos pelos campos (...) Fiz alto na localidade denominada Guarda de Sorocaba, onde existia uma pequena casa com uma varanda, e onde eram pagos os impostos devidos, como direito mais adiante, sobre os muares procedentes do Sul". [4]
Ruínas bandeirantes ou tropeiros?
Seria o local descrito por Hilaire as tais ruínas? Seria no Itavuvu? Importante apontar que quando Hilaire aqui esteve o tropeirismo estava em auge, assim não faz sentido que essa estrutura tivesse associado ao tropeirismo.
Um mapa de 1870 registra o possível percurso feito por Hilaire. [2] |
Fontes/Referências:
[1] Correio Paulistano/SP, 03.09.1864 |
[2] [3] Brazões e Bandeiras do Brasil, 1933. Clóvis Ribeiro. Páginas 250, 251 e 252 |
[4] “Viagem à provincia de São Paulo e Resumo das viagens ao Brasil, provincia Cisplatina e missões do Paraguai”. Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853) |
[5] Diário de Notícias, 01.09.1940. Página 13. Aluísio de Almeida |
[6] Revista do Arquivo Municipal, Volumes 85-87, 1942. Página 204 |
[7] *Revista do Instituto Histórico e Geográfico de S. Paulo: “Nossos Bandeirantes - Baltazar Fernandes” (1967) Luiz Castanho de Almeida |
[8] Informativo Eletrônico do IHGGS e da AHIMTB/SP, 12.2014. Página 3 |
[9] Site da Catedral Metropolitana de Sorocaba. Consultaod em 16.03.2022. catedraldesorocaba.org.br/catedral |
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