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Ruínas no Itavuvu: Parte II
24/03/2022

O Bairro Itavuvu era chamado Bairro dos Quartéis devido a existência de ruínas [8], como escreveu Zulmiro de Campos em 1917: "de uma estrutura com quatro torres de três ameias e sua porta cada uma (...) velhas taipas ou fortificações construídas no antigo São Felippe, primitivo local da povoação sorocabana, no atual bairro do Itavuvú.

Essa edificação data de 1600 ou de 1610, e até hoje a tradição conta que alí existiam construções de muros e cercas de paus grossos afectando a forma de fortalezas ou quartéis, com portaes altos como torres, em número de quatro. Ainda hoje se conhece o local da antiga povoação com o nome de Quartéis”. [3]

Aluísio de Almeida confirma em 1940: “Se o povo ficou chamando Itavuvu, inventou ainda outro nome: é o bairro dos Quartéis, por causa de umas ruínas até hoje existentes. Era de fato aquele povoado o mais próximo, então dos castelhanos e dos imensos povos de nativos contra quem era mister previdência, tal como Piratininga foi também fortificada”. [5]

O respeitado historiador sorocabano Adolfo Frioli, decano cultural na cidade, discorda e relaciona as ruínas a um período distante.

Para ele "o quartel era um posto de guarda, para evitar passagem de tropas de muares sem pagar o imposto aqui na Ponte sobre o Rio Sorocaba e daí, por causa desse posto, ganhou o nome de Bairro do Quartel, um pequeno posto, para impedir a passagem das tropas de muares irregulares."

Importância do Itavuvu

A primeira ponte de São Paulo e de todo o Sul do Brasil foi construída em Sorocaba, sendo a maior ponte até o Senhor D. Pedro I. [6] O Itavuvu, à beira-rio, é provavelmente o local dessa ponte. [7]

Segundo o site da Catedral Metropolitana de Sorocaba, também no Itavuvu foi construída a primeira matriz de Sorocaba. [9] Aluísio de Almeida concorda dizendo que "a imagem trazida por Balthazar podia ser a Nossa Senhora de Montesserrate, orago do Ipanema. [7]

O relato de August Saint-Hilaire

O francês August Saint-Hilaire passou por Sorocaba em 1820 e registrou:

"Partí de Porto Feliz dirigindo-me à cidade de Sorocaba, distante apenas cinco léguas e meia, empregando nessa viagem dois dias. Durante cerca de um quarto de légua acompanhou-me o capitão-mór de Porto Feliz (...)

Percorri, a princípio, três léguas por dentro das mapas não muito vigorosas, e durante a última légua atravessei campos, além dos quais existem ainda matas. Existem alguns sítios esparsos pelos campos (...) Fiz alto na localidade denominada Guarda de Sorocaba, onde existia uma pequena casa com uma varanda, e onde eram pagos os impostos devidos, como direito mais adiante, sobre os muares procedentes do Sul". [4]

Ruínas bandeirantes ou tropeiros?

Seria o local descrito por Hilaire as tais ruínas? Seria no Itavuvu? Importante apontar que quando Hilaire aqui esteve o tropeirismo estava em auge, assim não faz sentido que essa estrutura tivesse associado ao tropeirismo.

Um mapa de 1870 registra o possível percurso feito por Hilaire. [2]

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Fontes/Referências:

[1] Correio Paulistano/SP, 03.09.1864

[2]
[3] Brazões e Bandeiras do Brasil, 1933. Clóvis Ribeiro. Páginas 250, 251 e 252

[4] “Viagem à provincia de São Paulo e Resumo das viagens ao Brasil, provincia Cisplatina e missões do Paraguai”. Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853)

[5] Diário de Notícias, 01.09.1940. Página 13. Aluísio de Almeida

[6] Revista do Arquivo Municipal, Volumes 85-87, 1942. Página 204

[7] *Revista do Instituto Histórico e Geográfico de S. Paulo: “Nossos Bandeirantes - Baltazar Fernandes” (1967) Luiz Castanho de Almeida

[8] Informativo Eletrônico do IHGGS e da AHIMTB/SP, 12.2014. Página 3

[9] Site da Catedral Metropolitana de Sorocaba. Consultaod em 16.03.2022. catedraldesorocaba.org.br/catedral

  


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A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

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Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

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Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.