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Do “vale escuro” ao “esconderijo do sol”
As terras sobre as quais existe a cidade de Ibiúna "não são pretas"! Para os nativos eram "escuras" não pela cor.
Para eles o sol era sagrado, representava o sagrado. Comparavam-o ao ouro não pelo brilho amarelo.
Confundiu os europeus, pois difícil saber quando os nativos se referiam ao Sol ou ao ouro, falando de "riquezas e tesouros".
As serras de São Francisco e o contraforte de Paranapiacaba formam um gigantesco "v", cujo interior era um enorme lago
E esse enorme alagado formado pelos rios Soroca-Assu, Soroca-Mirim e Una, colocados em um enorme vale, provocava um fenômeno climático.
As chuvas constantes, a influência litorânea e a própria conotação geográfica, mantinham o vale envolto num enorme lençol de neblina, ofuscando a presença do sol, razão para os nativos não se fixarem no local.
Essa constante neblina daria a denominação indígena ao local: terra escura. [8] Por esse motivo não se estabeleceram ali e sacralizavam a Montanha do Araçoiaba, o "esconderijo do Sol".
Terras próximas a serra de São Francisco foram chamadas "Jurupará" pelos europeus. Em 1587, Gabriel Soares de Souza, registra que "Jupará" ou "Jurupará" significa "noite" ou "escuro" e traduz-se "pytuna". [4]
Caminhos
Da passagem de nativos por Sorocaba e da existência de um caminho que a ligava ao litoral antes de chegada dos europeus, a certeza é completa. Esse caminho já ligava Sorocaba e Itapetininga. [1]
A inexistência de caminhos à São Paulo, de lá ao litoral, e a abertura desse por europeus somente em 1560, confirmo por registros. [9]
Inclusive implícito em registro do próprio Anchieta, na ocasião da fundação de São Paulo, em 1553, a localização a margem desse caminho:
“E é por aqui a porta e o caminho mais certo e seguro para entrar nas gerações do sertão”. [3]
Cotia/Ibiuna
Em 1549 Hans Staden chegou até "Acutia". Se for mesmo a atual de "Cotia", [2] de Sorocaba, qual caminho percorreu até lá? Passou por Ibiúna?
Cotia foi primeiramente denominada "Nossa Senhora de Mont Serrat de Acutia". Seria provável que a opção de se adotar essa invocação esteja relacionada a passagem de D. Francisco de Souza, por ocasião de suas viagens à Sorocaba a partir de 1599. [4]
Improvável por ser provado que até 1650 o caminho que, do litoral chegava a São Paulo, era na maior parte "escalado com as mãos e não andando com os pés". [8]
A imensa e requintada comitiva de D. Francisco, até banda tinha, não teria suportado e muitos menos percorrido o caminho em tão pouco tempo, como registrado.
Em 1618 “dois caminhos partiam de Cotia, sendo o da direita (São Francisco) e mais para a esquerda a extensão de Paranapiacaba que alcançava Ibiúna.
O caminho de São Francisco, mais extenso, por Itapeva (Pedra Chata), num ponto estratégico de passagem de nativos”. [5] |
Fontes/Referências:
| [1] "Memória História de Sorocaba (I)" Aluisio de Almeida p.336;337 / “Peabiru” de Hernâni Donato do IHGSP (10/1971) p. 10 / ALFREDO MARIO SAVELLI (2009) p.145 / "Memória histórica de Sorocaba (I)" p.336 / Evolução Urbana de Sorocaba (2012). Andressa Celli (USP - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) p.44 / “Os Cavaleiros Templários e o caminho de Peabiru” (14.09.2018) Professor Jorge Ubirajara Proença |
| [2] Hans Staden: suas viagens e captiveiro entre os selvagens do Brasil / Teodoro Sampaio "O Tupi na geografia nacional" |
| [3] "A língua geral em São Paulo: instrumentalidade e fins ideológicos" 2005 / archive.org/stream/revista04paulgoog/ / "A língua geral em São Paulo: instrumentalidade e fins ideológicos" 2005 |
| [4] "Brasiliana da Biblioteca Nacional", Rio de Janeiro, 2001 / senado.leg.br / Lúcia Gaspar: Viajantes em terras brasileiras / Romance da Prata |
| [5] Alfredo Ellis Junior p.90 / Memória Histórica de Sorocaba p.339;340 / smetal.org.br/imprensa/ - "Revista do IHGSP Vol. XXXV" Aluisio de Almeida p.139 / Na Capitania de S. Vicente / São Paulo na órbita do império dos Felipes: Conexões castelhanas de uma vila da américa portuguesa durante a União Ibérica (1580-1640) José Carlos Vilardaga (2010) p.151 / O Observador: Econômico e Financeiro (08/1949) p.58 / “O Tupi na Geographia Nacional” (Teodoro Sampaio) / p. 258 |
| [6] portal2020.ibiuna.sp.gov.br / ibiuna.sp.leg.br, 17.05.2021. Marcos Pires de Camargo |
| [7] "Negros da terra i´ndios e bandeirantes nas origens de São Paulo" John Manuel Monteiro |
| [8] Y Una Noiva Azul “História do Município de Ibiúna”, de José Gomes. 17.05.2021, Marcos Pires de Camargo |
| [9] Caminho do Mar, 27.03.022. Adriano César Koboyama, https://brasilbook.com.br/w.asp?w=766 |
| [10] Adriano César Koboyama, 31.03.2022 |
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Sobre o Brasilbook.com.br
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.  |
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