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A lenda do Sarú-taiá
29/04/2022

O bisavô de Rafael Tobias de Aguiar, Salvador de Oliveira Leme, o Saru-taiá, é um dos personagens mais importantes na História de Sorocaba.

Nasceu em 1721, filho de João Lourenço Corim e Maria de Jesus Barboza, em Itu. Casou com Rita Pires de Godoy, filha de Luiz Nogueira e Maria Pires. Rita nasceu em 1725. [1]

Em 3 de setembro de 1750, quando foi instalado o importante Registro de Animais, ele foi nomeado o primeiro Administrador [2]. Em 1767 ele começa a edificação do Recolhimento de Santa Clara [3]. Ele constrói o edifício da cadeia e câmara municipal, na esquina das atuais Rua São Bento e Barão do Rio Branco [5].

Um dos últimos...

No mesmo século 17 (1600-1700) as alcunhas de pura origem portuguesa é que constituem raridade. Um dos poucos exemplos que se podem mencionar é a de "Perna-de-Pau" atribuída a Jerônimo Ribeiro, que morreu em 1693. Não faltam, ao contrário, casos em que nomes ou apelidos de genuína procedência lusa recebem o sufixo aumentativo do tupi, como a espelhar-se, num consórcio às vezes pitoresco, de línguas tão dessemelhantes, a mistura assídua de duas raças e duas culturas.

Sinal, talvez, de que ainda em pleno Setecentos persistiria, ao menos em determinadas camadas do povo, o uso da chamada língua da terra (...) Salvador de Oliveira Leme, natural de Itu e alcunhado o "Sarutaiá", só vem a morrer em 1802. Trata-se, porém, já agora de casos isolados, que escapam à regra geral e podem ocorrer a qualquer tempo. [7]

Sobre o apelido de Salvador de Oliveira Leme, Luiz Castanho de Almeida diz:

"Só a sua alcunha é motivo para uma lenda. Nativos lhe deram? Ou talvez fosse apenas apelido familiar? Em casa dos paulistas do século 18 (1700-1800) falava-se guarani. Era, por certo, uma das muitas palavras dos nativos da terra que passaram ao uso e depois morreram, ao contrário de tantas outras que então em pleno vigor e até mesmo nos dicionários." [8]

Sarú-taiá

Até 1884 os moradores de Sorocaba conservavam, por tradição que se transmite de pais a filhos, a notícia desse vulto histórico, ascendente de mais de uma família importante da província de São Paulo.

Uma lenda popular, que ainda perdura, pinta-nos o Saru-taiá atravessando a cidade, descalço, vestindo grossa camisa e calças de algodão, com um largo chapéu de junco na cabeça e puxando o seu burrinho carregado de taiá, que apregoava e vendia de porta em porta, enquanto jaziam enterradas na parede ou no quintal as suas grandes riqueza: dobras e barras de ouro.

Apareceu depois o elemento maravilhoso (o ouro) e até bem poucos anos dizia-se que na chácara que lhe pertencera, pouco adiante do cemitério de Sorocaba, ao meio dia em ponto rangia a cancela e batia com força, sem que se visse pessoa alguma movendo-a: era o Saru-taiá, que vinha contar os seus tesouros.

O Saru-taiá era de raça indígena: seu nome Sarú é a tradução do nome Salvador; ainda hoje os índios usam dessa palavra, cujo significado é incontestável. Taiá, é uma espécie de cará, e figura aqui como uma alcunha vulgar por ser um dos gêneros do seu comércio. O verdadeiro nome era Salvador de Oliveira Leme.

Descendente muito próximo dos aborígenes, criado entre eles, Salvador, apesar de sua riqueza, não pudera, talvez, renunciar a vida simples e trabalhosa e dali viria a crença de sua pretendida avareza.

O que é certo é que gozou de grande influencia e chegou a ser Capitão-Mór de Sorocaba. Vivendo por meados do século passado, apossou-se de seu espirito o entusiasmo que levava os bandeirantes a internarem-se pelas matas, e uma grande bandeira por ele organizada e dirigida , tomou o caminho do Oeste e foi até as missões paraguaias, onde atacou diversas aldeias dirigidas por Jesuítas, capturando muitos índios. O resto de sua vida, passada em Sorocaba, foi simples e só a lenda popular. [6]

CIDADES RELACIONADAS

Sorocaba/SP
Itapetininga/SP
Guarapuava/PR
Curitiba/PR
Itu/SP


RELACIONAMENTOS

Salvador de Oliveira Leme51 registros
“Sorocabanos” históricos1179 registros
Bandeirantes734 registros
Martim Lopes Lobo de Saldanha2 registros
Prisões e presídios75 registros
João Lourenço Corim3 registros
Maria de Jesus Barboza1 registros
Registro de Animais20 registros
Tropeiros88 registros
Convento/Galeria Santa Clara31 registros
Mudanças geográficas67 registros
Pela primeira vez412 registros
Inacreditáveis e curiosas85 registros
Diamantes, ouro e prata835 registros
Cemitérios124 registros
“Índios”362 registros
Jesuítas279 registros
Guaranis12 registros
Luís António de Sousa Botelho Mourão112 registros
Luís Castanho de Almeida24 registros
Câmara Municipal de Sorocaba245 registros
Fontes/Referências:

[1] O Espirito-Santense do Espirito Santo (1884) / Isair Laurentina de Paula (Universidade de Brasília - BDM UnB) 2015

[2] https://brasilbook.com.br/r.asp?r=6573

[3] Diario de S. Paulo, 06.10.1865. Página 2

[4] Lendas Sul-Paulistas, Jornal A Manhã/RJ, 10.09.1946. Página 4.

[5] MEMÓRIA HISTÓRICA SOBRE SOROCABA; CAPITULO III; TROPEIRISMO. la. FASE 1733-1822 de Aluísio de Almeida

[6] O Espirito-Santense do Espirito Santo

[7] Raízes do Brasil, 1936. Sérgio Buarque de Holanda. Páginas 128 e 129.

[8] Lendas sul-paulistas, Jornal A Manhã/RJ, 10.09.1946

  


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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


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Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.