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O que houve com os nomes nativos?
O que houve com os nomes "nativos"? Balthazar Fernandes, estabelecido em Sorocaba a partir de 1654, renomeou (escrevem "batizou"), um a um, seus quase 400 escravizados, com nomes de origem portuguesa ou espanhola.
Quanto a isso, a criatividade dos brasileiros foi restringida a partir de 1973, a lei Federal de Registros Públicos passou a proibir os oficiais de cartório de registrar crianças com nomes que exponham ao ridículo ou a situações humilhantes. Alguns nomes registrados no Brasil:
Abc Lopes Açafrão Fagundes Asfilófio de Oliveira Filho Bandeirante Brasileiro Paulistano Bemvindo o Dia do meu Nascimento Cardoso Bestilde Mota Medeiros Bizarro Assada Brilhantina Muratori Cafiaspirina Cruz Céu Azul do Céu Poente Dezêncio Feverêncio de Oitenta e Cinco Dignatário da Ordem Imperial do Cruzeiro Domingão Sabatino Gomes Durango Kid Paiva Errata de Campos Esparadrapo Clemente de Sá Evangivaldo Figueiredo Fologênio Lopes Utiguaçú Garoto Levado Cruz Grande Felicidade Virgínia dos Reis Heliogábalo Pinto Coelho Himalaia Virgulino Janeiro Fevereiro de Março Abril Japodeis da Pátria Torres Lança Perfume de Andrade Marcos dá Ré Maria Eugênia Longo Cabelo Campos Maria Privada de Jesus Mereveu Dois de Agosto de Oliveira Naida Navinda Navolta Pereira Nascente Nascido Puro Nunes Restos Mortais de Catarina Oceano Atlântico Linhares Ocidentina de Fontoura Rolando Caio da Rocha [12]
Em 1554, Padre Nóbrega batizara a "princesa" Bartira com o nome cristão de Isabel, em homenagem a Santa Isabel, Rainha de Portugal, mulher de El-Rei D. Dinis. Batizara o "rei" Tibiriçá com o nome de Martim Afonso, em homenagem a Martim Afonso de Sousa, donatário da Capitania de São Vicente. Assim o cacique de Piratininga entra para a História Luso-brasileira com o nome de Martim Afonso Tibiriçá. [11]
A insistência com que Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777) chama Sardinha de paulista leva a crer ter nascido o "sorocabano" no Brasil. Traz, porém, esse modo de encarar o problema uma dificuldade suplementar, o saber de quem Sardinha teria obtido os conhecimentos precisos para se tornar perito em distinguir os minérios de ferro e sua metalurgia rudimentar.
Teria feito sua educação profissional com recursos puramente locais? Outra acerca de seu nome de batismo. Seria ele o primeiro nativo com nome europeu? [1]
Já a neta de Tibiriçá, Suzana Dias, batizou seus filhos:
1 - André Fernandes 2 - Balthazar Fernandes 3 - Domingos Fernandes 4 - Pedro Fernandes 5 - Custódia Dias (talvez sobrinha) 6 - Angela Fernandes 7 - Benta Dias 8 - Maria Machado 9 - Margarida Dias 10 - Catarina Dias 11 - Francisco Dias 12 - Paula Fernandes 13 - Agostinha Dias [6]
Antigamente os sobrenomes Fernandes, Gonçalves, Rodrigues e Dias era dado a qualquer pessoa sem precisar de parentesco. Índios batizados, caboclos, escravos por serem sobrenomes de certa nobreza e importância. [3]
São raros os nomes ou mesmo apelidos nativos registrados. Chega ser anormal! Nascido em 1721, o Sarutaiá, por exemplo, apenas sua alcunha já é motivo para uma lenda. Nativos lhe deram? Ou talvez fosse apenas apelido familiar? Em casa dos paulistas do século 18 falava-se guarani. [10]
Ele era de raça indígena: seu nome Sarú é a tradução do nome Salvador; ainda hoje os índios usam dessa palavra, cujo significado é incontestável. Taiá, é uma espécie de cará, e figura aqui como uma alcunha vulgar por ser um dos gêneros do seu comércio.
O verdadeiro nome era Salvador de Oliveira Leme. Descendente muito próximo dos aborígenes, criado entre eles, Salvador, apesar de sua riqueza, não pudera, talvez, renunciar a vida simples e trabalhosa e dali viria a crença de sua pretendida avareza. [8]
Nativos, pais e mães, resistiram por mais de 100 anos aos novos "R.G.s"! Registrado em 1638, o inventário de Cornélio de Arzão, intimamente ligado a História e a genealogia dos povoadores de Sorocaba, temos uma rara amostra na "Gente forra que se lançou":
- Martinho casado com uma tapanhuna. - Ubaia com sua mulher Domingas e um filho de peito. - Irabe; Faustina; Sabina com uma filha por nome Christina; Potencia com um filho por nome Ventara; Manuel solteiro; José rapaz solteiro; Silvestre; Jorge; Paulo; Francisca negra velha; Catharina rapariga; Martha negra velha. - Paire e sua mulher Thereza e uma criança de peito e outra rapariga. - Abaguere e sua mulher Maria. -- Irija e um filho rapaz por nome Ignácio. - Jassa e sua mulher Aramary com suas crianças a saber um rapaz por nome Manuel e outro de peito e uma velha por nome Jassi. - Cunhambo e sua mulher Paula. - Alonso e sua mulher Thereza com duas filhas, uma por nome Juliana e outra por Uraia. - Jaques e sua mulher Curba com uma filha de peito. - Morerequa e sua mulher Nhoeru com duas filhas, uma por nome Iria e outra de peito. - Clara moça com uma criança de peito. - Baero negro solteiro; Rodrigo solteiro. - Francisco e sua mulher Luzia com uma criança. - Irairu com um filho moço por nome Bapeary. - Francisco rapaz; Maruiry rapaz. - Culumytey com sua mulher pagãos. [7] |
jjjjFontes/Referências:
| [1] Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. IX, 1904. Páginas 25 e 26 |
| [2] "A História de Santos" Francisco Martins |
| [3] Genealogia da Família Leme, genealogiadoslemes. wordpress.com consultado em 24.09.2022 / pt.rodovid.org/wk/ Pessoa:666421 consultado em 24.09.2022 |
| [4] Conhecimento Geológico sobre o Pré-Cambriano p.59 / almanarkitapema.blogspot.com (2011) / "Santos. Francisco Martins Dos. Historia De Santos V. I" / "Historia De Santos" Francisco Martins dos Santos / revista do IHGSP |
| [5] Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volume XXXII, 1937. Diretor: Paulo Duarte. Textos: Afonso d´Escragnolle Taunay (1876-1958). Página 21 / 27 / Os Campos Bicudos da “Casa” de Suzana Dias, Revista da ASBRAP n.º 22 281. Página 281 |
| [6] Novos elementos para a história de - Portal de Revistas da USP / Culpado ou Inocente? p. 28 / Frei Agostinho de Jesus e as tradições da imaginária Colonial p.187 |
| [7] Inventários e testamentos, Volumes 11-12. Secretaria da Cultura, Ciência e Tecnologia, Departamento de Artes e Ciências Humanas, Divisão de Arquivo do Estado, 1921. Páginas 562, 563 e 564 do pdf |
| [8] O Espirito-Santense do Espirito Santo |
| [9] Raízes do Brasil, 1936. Sérgio Buarque de Holanda. Páginas 128 e 129. |
| [10] Lendas sul-paulistas, Jornal A Manhã/RJ, 10.09.1946 |
| [11] De Piratininga a São Paulo de Piratininga, Jornal Diário da Noite, 25.01.1964. Tito Lívio Ferreira |
| [12] Cássia Nunes, fiocruz.br Consultado em 20.10.2022 |
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Sobre o Brasilbook.com.br
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.  |
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