Os paulistas, dirigidos por Antônio Raposo Tavares, apoderam-se, depois de seis horas de combate, da missão jesuítica de Jesus-Maria, no Jequé, hoje rio Pardo 0 03/12/1636
Os paulistas, dirigidos por Antônio Raposo Tavares, apoderam-se, depois de seis horas de combate, da missão jesuítica de Jesus-Maria, no Jequé, hoje rio Pardo
Atualizado em 25/02/2025 04:42:30
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“Antônio Raposo Tavares, largou de S. Paulo com sua Bandeira (set. 1636) e a 3 de dezembro depois de combate de seis horas, foi tomada Jesus Maria de Jequi (Rio Pardo). As reduções S. Cristovão, S. Joaquim e Santa Ana foram evacuadas, mas os atacantes fizeram grande número de prisioneiros, e repetiram um ataque dos indios dirigido pelo Padre Romero.
A redução de Natividade de Araricá foi abandonada e só ficou aos jesuitas, no território dos Tapes, a colonia de Santa Tereza de Ibituruna, que lhes foi tomada no ano seguinte em 1637.
Em 1638 as bandeiras paulistas completaram a destruição dos estabelecimentos espanhoes a oriente do Uruguay. Vencedores em Caaro e em Caazapaguassú, onde o combate durou dois dias, e em S. Nicolau, elas forçaram os jesuitas a emigrar com os indios, que puderam escapar a essa catástrofe, e se foram incorporar às reduções entre o Uruguay e o Paraná, ou formar novas nessas paragens, que mais umavez tomaram os nomes das que foram destruidas[3]
A 3 de dezembro de 1636 ocorreu o assalto à Redução de Jesus Maria, em Tape - às margens do Rio Pardo - no Rio Grande do Sul dos dias presentes. Realizou-se a bandeira de Antonio Raposo Tavares.
Narra o padre Ruiz de Montoya o que foi esse desapiedado ataque. A frente de 1.000 tupis, 120 paulistas avançaram em formação militar - pavilhões desfraldados e tambores rufando - protegidos pelos escupis (casacos forrados de algodão), escopetas ao ombro.
Durante seis horas - das oito, quando a missa era celebrada, até as quatorze - durou o combate. Houve uma resistência encarniçada, mas - após quatro tentativas - conseguiram os assaltantes incendiar a igreja. E, então, a "espadas, manchetes e alfanges" sacrificavam que saíam do templo em fogo. Nessa faina cruel "derribavam cabeças, truncavam braços, desjarretavam pernas, atravessavam corpos. Provavam o aço de seus aliagens em rachar meninos em duas partes, abrir-lhes as cabeças e despedaçarem-lhes os membros".
Assim batidos, os inacianos e seus guaranis estabeleceram-se à margem direita do Uruguai.
[2661] Revista da Semana, página 49 - Tragédia Guarani, por Eduardo Tourinho 01/12/1956