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8 de fevereiro de 1749ver ano
  
  1 fontes


1749 — Despacho do secretário de Estado Marcos Antôniode Azeredo Coutinho, remetendo para Madri o mapa manuscrito,em duplicata, que havia de servir aos plenipotenciários espanhol eportugueses na discussão e na redação do Tratado de Madri (13 dejaneiro de 1750). São os chamados Mapas das Cortes, porque um deviaficar na corte em Lisboa, outro na de Madri. • 1° fonte: 01/01/1894
Questão de limites entre o Brasil e a República Argentina, submetida á decisão de Stephen Grover Cleveland, 22º e o 24º presidente dos EUA. Exposição que os Estados Unidos do Brazil apresentam ao Presidente dos EUA como árbitro, vol. II

Entrar agora em tais demonstrações seria interromper o exame do Tratato de 1750 e da demarcação subsequente. Basta dizer neste lugar que já em 1636 era nos Campos de Ibituruna, ou Terra dos Biturunas, hoje Campos de Palmas, a Leste do Pepiry, que os Paulistas se concentravam quando iam ao ataque das Missões do Uruguay; que ali, junto ao Pepiry; tiveram um forte ou acampamento entrincheirado; que ainda em meados do século XVIII os Jesuítas das Missões mantinham ao Ocidente do mesmo Pepiry, no Yaboty ou Pepiry-Miní, um posto de observações chamado Espia, para dar aviso dos movimentos dos Paulistas; que de 1636 a 638 estes brasileiros destruíram todos os estabelecimentos que os Jesuítas do Paraguay acabavam de criar ao Sul e ao Oriente do Uruguay; e que só em 1687, aqueles missionários, que haviam concentrado os seus nativos Guaranys na mesopotâmia formada pela aproximação do curso do Paraná e Uruguay, se animaram a voltar para a margem esquerda deste último rio, assentando os fundamentos de sete aldeias, todas muito distantes do Salto Grande do Uruguay e do Pepiry. [Página 37]

É preciso deixar bem estabelecido este ponto para evitar confusões. O nome - Mberuy, aplicado ao Uruguay-Pitã das Demarcadores de 1759, e o de Uruguay-Pitã, transferido para um rio mais oriental, que tinha o nome de Trigoty e a que os Portugueses chamavam Rio da Picada (hoje rio da Varzea), são criações dos Comissários Espanhóis muito posteriores ao segundo Tratado, de 1777.

O Governo brasileiro e argentino, nas Instruções de 1885, encarregaram a Comissão Mixta de levantar a planta do território em litígio, mas não lhe deram a incumbência de atribuir aos rios nomes antigos ou históricos. [Página 79]

"Dia Siete" (7 de março de 1759) - "Continuamos para adelante siguiendo el rumbo del E.N.E en que á la caida de la loma entra por la parte septentrional un arroyo, volviendo el rio al S.E.1/4 E., recibe por la opuesta otro. Sigue al S.1/4 S.E., y en esta direccion á poco mas de 1/2 légua se encuentra una isla pequeña y alta de piedras, pasada la qual se viô un gran Salto, que hicimos jucio tuviese una Toesa de altura, formando escalones por donde se despeñaba impetuosamente el agua y embarazaba pasar adelante.

Paramos frente de la isla, y se invió una canoa chica, que de mas cerca examinase el Salto, con orden de que si por algun lado lo pudiede pasar continuase navegando hasta dar la vuelta á una punta, que se veia á distancia, y registrase si por la banda occidental entraba algun rio que conformase mejor con ele Mapa de las Cortes. [Página 80]

(...) llegar el mismo dia que se saliese del Salto, y como por otra parte, por las noticias, que dió de los otros rios Apiterebi y Uruguay-Pita, que conocia, se hallassen conformes á su verdadera situacion, se veia que no tenia dormidas las especies. [Página 82]

Autores que nos tem vindo daquelas partes. Se houver escrúpulo sobre o nome do Rio Piquiri, por onde o Plano encaminha a fronteira para chegar ao Iguaçû, poderá dizerse, que fique pelo rio que desaguando no Uruguai formar com o curso do mesmo Uruguai a linha mais chegada ao rumo do Norte, e que desde as cabeceiras de tal rio se busquem as do mais próximo, que desaguar para o Iguaçû, e que por eles se estabeleça o confin ..." [Despacho de 8 de fevereiro de 1749, de Marco Antonio de Azevedo Coutinho, Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros de Portugal, digirido ao Visconde Thomaz da Silva Telles, embaixador em Madrid. A cópia que a Missão Especial do Brasil possuí foi autenticada em 31 de outubro de 1893 pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, onde se guarda a minuta original..]

Este último trecho já tinha sido citado, mas é conveniente apresenta-lo de novo aqui. O "Mapa das Cortes", de 1749, é, portanto, incontestavelmente um mapa português, e isto mesmo já tinha dito em 1776 o Marques de Grimaldi, Secretário de Estado em Espanha.

Foi construído á vista dos melhores documentos geográficos então existentes, portugueses, espanhóis e franceses, e, como era natural, nele foram corrigidos muitos erros dos mapas anteriores, segundo informações de autoridades portuguesas no Brasil e sobretudo dos Paulistas, que foram os exploradores de todo o seu interior. Walckenaer reconheceu indiretamente a superioridade deste mapa sobre o do Paraguay por D´Anville, porquanto o de Bellin, de 1756, a que ele se refere, é simples cópia deste. [Página 143]

Examinando o No. 8 A, estudado por M. Emile Levasseour, o No. 29 e o Mapa do Brasil Meridional, vê-se logo que a divergência entre a Latitude da foz do Pepiry no "Mapa das Cortes" e a que foi observada no terreno, não podia desaparecer ainda mesmo quando os Comissário Portugueses e Espanhóis em 1759 continuassem a subir o rio até á confluência do Pelotas e do Canoas, onde começa o Uruguay.

O curso deste rio está representado no "Mapa das Cortes" obra de quarentas milhas ao Norte do paralelo em que devia estar, e o mesmo erro se nota em todos os mapas anteriores. [Página 144]

Em 1759, e parece que desde 1750, já os Jesuítas das Missões davam também o nome de Pepiry ao primeiro rio acima do Salto, sem dúvida porque preferiam para o limite o Pequiry ou Pepiry brasileiro, mais oriental, ao seu antigo Pepiry abaixo do Salto.

Até 1749, como se vê em um Mapa dessa data, do Padre José Quiroga, eles chamavam Apitereby ao primeiro rio acima do Salto, porque ainda então, como na descrição de Lozano (1745), o rio a que aplicavam o nome de Pepiry era o que na demarcação de 1759 apareceu com o de Mandy-Guaçû e hoje tem o de Soberbio, no Território Argentino de Misiones.

(...) "Mapa de las missiones de la Compañia de Jesus en "los rios Paraná y U´ruguay conforme à las modernas obeservaciones de Latitud y Longitud; hechas en los pueblos de dichas Missiones, y à las relaciones antigas y modernas de los Padres Missioneros de ambos rios. Por el Padre José Quiroga de la misma Compañia de Jsus en la Provincia de el Paraguay, ano 1749, Fernandus Franceschelli sculp. Romae 1753."

Este Mapa é muito inferior aos anteriores dos Jesuítas. Só é interessante por mostar que naquela data ainda os Jesuítas conheciam por Apitereby o Pepiry ou Pequiry dos Paulistas. Tendo sido gravado em 17653, acrescentando-lhe então a linha divisória, como no Tratado de 1750, passando pelo primeiro rio acima do Salto do Uruguay. [Página 146]




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