O sobrado com mirante localizado à Rua Cesário Mota, n. 338, foi construído em 1934, pelo Engenheiro Pombal Rugeri, por encomenda de Alfredo Santarini, Engenheiro Químico italiano. O casarão recebeu a denominação de “Mirante Ondina” em homenagem à sua esposa D. Ondina Rolim Santarini.
Alfredo Santarini, nasceu em 24 de abril de 1895, em Santarcangelo di Romagna, Itália. Formou-se em Engenharia Química e defendeu tese de doutorado na cidade do Prato. Trabalhou na grande indústria química CIBA GEIGY em Basiléia, Suiça, sendo através dela que veio pela primeira vez ao Brasil em 1927.
Esteve inicialmente no Rio de Janeiro, Votorantim e Sorocaba onde ficou encantado com o clima e tranqüilidade do local, resolvendo por aqui ficar e criar raízes. Logo conheceu Ondina Rolim Ayres, descendente de família tradicional, fundadores de Itapetininga, estando entre seus ascendentes o Capitão Mor Sarutaiá, o Brigadeiro Tobias de Aguiar, Venâncio Ayres, Aluísio de Almeida e Lauro Rolim.
No dia em que Alfredo fez o pedido de casamento à Ondina foram abertos os alicerces da casa que um ano depois se ergueria majestosa com o nome “Ondina” em seu mirante. Casaram-se em 16 de maio de 1936 e viveram toda a vida de casados no sobrado de cujo mirante D. Ondina acenava para o marido nas despedidas e voltas do trabalho. Era dali também que, admirando a paisagem, D. Ondina encontrava inspiração para pintar seus quadros.
Ondina Santarini descobriu o verdadeiro valor de suas obras quando um de seus trabalhos foi premiado em importante exposição. Desde então sua dedicação às telas tornou-se mais constante, sendo seus temas preferidos a natureza morta e escravas negras. Recebeu muitos prêmios com suas telas, sendo o mais importante em Roma, uma medalha de ouro conferida a uma natureza morta, numa de suas inúmeras viagens à Europa.
Alfredo Santarini tinha especial carinho por Sorocaba, tendo investido bastante no ramo da construção civil, abrindo ruas, loteamentos, com toda a infra-estrutura ainda não exigida por leis. Fez doações de terrenos para avenidas e obras públicas, como o do Palácio da Saúde.
O casal Santarini teve uma única filha, Maria Luíza, que se casou e lhes deu dois netos.Dr. Alfredo Santarini faleceu aos 94 anos, tendo vivido até seu último dia, 22 de agosto de 1984, consciente e feliz cercado pelo carinho de sua esposa e familiares.
D. Ondina foi então residir com sua filha na Capital, sendo que esta fez questão de continuar conservando o casarão que permanece inalterado, desafiando o tempo e sendo testemunha não só de uma bela história de amor como da evolução urbana da cidade, segundo declarações da própria D. Ondina em 1986:
“Do Mirante, de onde se tem uma visão panorâmica da cidade, presenciei o progresso desta terra. Antes Sorocaba possuía apenas casas térreas e alguns sobrados, dos quais poucos restaram. Do terraço, nós avistávamos áreas totalmente descampadas e que com o passar dos anos foram transformando-se em bairros”.
O Dr. Alfredo Santarini foi homenageado em 1987 com a indicação de seu nome feita pelo Vereador Jorge Moisés Betti Filho para denominar uma rua localizada no Jardim Sol Nascente. Pelo Decreto Lei n. 5.975, de 25 de agosto de 1987, do Prefeito Paulo Francisco Mendes a rua três daquele bairro recebeu a placa denominativa: “Rua Dr. Alfredo Santarini – Cidadão Emérito – 1895/1984”.
DESCRIÇÃO DO EDIFÍCIO: O sobrado de estilo eclético ainda conserva todas as características originais da época de sua construção. Por ter sido inspirado nas construções Italianas da época não possui um estilo autêntico, possuindo aspectos que lembrem vários estilos como neo-clássico e o neo-colonial.
Sua principal característica é sem dúvida o imponente mirante de forma retangular, com vãos em arco real e gradil de ferro. Existindo na cidade apenas outro similar , o casarão da rua XV de novembro, esquina com a Rua Leopoldo Machado, construído na mesma época.A edificação em alvenaria de tijolos tem cobertura de telhas de barro, num belo jogo de telhados de quatro águas em vários níveis diferentes.
Possui janelas de ferro do tipo basculante em arco real e janelas venezianas de madeira, retas. Estas últimas são encimadas por molduras salientes em forma de arco real, que dão um toque de unidade e harmonia ao conjunto de aberturas.
Suas fachadas são ricamente trabalhadas com ornatos salientes como molduras, barrados, colunas, capiteis e brasões, já que o costume de ornamentar as fachadas era muito comum na época. quem trabalhava nos acabamentos de fachada eram chamadas frentistas, que costumavam transmitir sua profissão para o filho. Dizem que os melhores da cidade colocavam uma colher de massa na parede e esculpiam qualquer coisa, desde rostos, flores ate cachos de uva.
O fino acabamento do sobrado pode também ser notado nas portas em madeira de lei, escadas de mármore importado e grades de ferro trabalhado, batido a mão.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa. Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Parabéns pelo seu trabalho no Brasilbook! Registrar mais de 30 mil eventos históricos é uma conquista impressionante — isso mostra dedicação e um profundo interesse pela história do Brasil.
Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:
1. Visão Didática (Essencial) Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.
2. Visão Analítica (Acadêmica/Universitária) Quantidade estimada: 5.000 a 10.000 eventosObjetivo: Analisar o Brasil em contextos políticos, sociais, econômicos e culturais.Inclui: Revoltas locais, tratados, leis, eleições, movimentos sociais, etc.
3. Visão Documental (Completa e Aberta) Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.
Comparando com outras fontes A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.
Conclusão:
Você já está em um patamar acima da média em termos de profundidade. Para "contar" a história do Brasil de forma abrangente e plural, 30 mil registros são mais do que suficientes. Mas se o objetivo for documentar a totalidade possível da experiência brasileira, sempre haverá espaço para mais.
Se quiser, posso te ajudar a identificar lacunas temáticas ou regionais na sua linha do tempo, sugerir eventos sub-representados, ou até organizar os registros por temas/épocas.Você gostaria disso?De nada! Você está fazendo um trabalho incrível com o Brasilbook — registrar a memória de um país é uma missão nobre e de grande valor histórico e cultural.Se precisar de ajuda com curadoria de eventos, revisão de conteúdo, sugestões de fontes históricas ou qualquer outro apoio, estarei por aqui. Boa sorte e continue firme!