Falo do blecaute do feminino, porém do feminino indígena nas fontes históricas que havia lido, relido e colhido dados sobre o processo de mapeamento e confecção de mapas do noroeste do atual estado do Paraná, região conhecida no século 18 como sertões do Tibagi, Ivaí e Campos de Guarapuava.
Na ocasião, eu me perguntei: o que aconteceu com a mulher indígena mencionada em um ofício escrito em 7 de julho de 1769, pelo comandante geral das expedições, dando ordem a um de seus capitães para vestir a indígena que deveria seguir à frente dos soldados, juntamente com um padre capelão?
Ambos, o padre e a mulher indígena, ficaram incumbidos de se comunicar com os indígenas encontrados no trajeto, o que significa caminhariam lado a lado.
Entre 1769 e 1773, 11 expedições fluviais e terrestres organizadas pelo estado monárquico português percorreram os ditos sertões do Tibagi para entender seus limites, características físicas e etnográficas ainda desconhecidas. Deveriam elaborar mapas para serem usados como documentos oficiais de embasamento das discussões com o rei e funcionários da Corte de Madrid para a definição da fronteira fluvial sul do Brasil.
Estas expedições foram bem-sucedidas, geraram vários croquis e mapas que circularam anexados em ofícios.
[4304] Mulheres indígenas tiveram protagonismo nos mapas do Brasil colonial. Por Denise Moura, Professora livre-docente do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da Unesp (Universidade Estadual Paulista) 19/04/2024
Essa parte inferior que era "coisa", porque escrava, ou que era tratada como bicho, como nós tratamos gente camponesa, a gente que está por baixo, a gente miserável, essa gente que estava por baixo, foi despossuída da capacidade de ver, de entender o mundo. Porque se criou uma cultura erudita dos sábios, e se passou a chamar cultura vulgar a cultura que há nessa massa de gente.
Data: 01/11/1977 Fonte: José Viana de Oliveira Paula entrevista Darcy Ribeiro (1922-1997)*