Greve no Votorantim: um mestre de secção é ferido a tiros de revolver
26 de janeiro de 1918
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No mês de janeiro de 1918, o jornal Cruzeiro do Sul traz com destaque a notícia: “Greve no Votorantim: um mestre de secção é ferido a tiros de revolver”.
Inicialmente o jornal narrava o fato de que um contra-mestre da fábrica Votorantim desentendera-secom alguns operários e estes passaram a agredí-lo com pedaços de ferros, culminando com um tiro de revólver partindo dos operários, ferindo-lhe a perna.
Como de outras vezes, foi solicitado reforço policial da capital e efetuada várias prisões de operários envolvidos. De início, cerca de 800 operários em solidariedade aos companheiros sedeclararam em greve. No dia seguinte, a paralisação já atingira todas as secções da fábrica.
Após a apuração do ocorrido ficou constatado que o incidente que dera origem agreve foi insignificante, mas seus desdobramentos é que levaram ao agravamento dasituação. Tudo começou quando a operária, Rosa Barberini, chegara de madrugadapara trabalhar toda molhada devido a forte chuva que caía. Solicitou então ao mestrePedro Fornoni que lhe desse um passe para que pudesse voltar para casa e trocar de roupa.
Este deu o passe à operária, mas segundo o jornal “por motivo não justificado”Rosa discutiu com o mestre. É provável que o mestre tenha lhe faltado com respeito,algo comum naquele tempo, já que a moça tinha a roupa muito molhada. Nesse ponto,João Barberini, irmão de Rosa, interveio asperamente na discussão em favor da irmã.Pedro Fornoni levou o incidente ao conhecimento do gerente da fábrica, que resolveucomo medida de ordem transferir Rosa para outra secção. Ao retornar do almoço, Rosativera conhecimento da transferência e não aceitando, despediu-se do serviço. O irmãoda jovem resolveu tirar satisfações com o mestre e o fez acompanhado por um grupode cerca de 20 operários armados de pedaços de ferro. O mestre, na intenção deamedrontar o grupo, tira um revólver que trazia no bolso da calça, que acidentalmentedispara e atinge-o na perna direita.Entre os aggressores figuravam os operários Joaquim Gonçalves, JoséOrlando, Miguel Salfar e João Barberini. Os demais evadiram-se.Ficou apurado, no inquérito que desde há diversos dias a directoria da fabricatem notado um movimento pouco commum, tendo os operários realisadoreuniões secretas com o fim de declarar uma greve geral.De accordo com a autoridade de Sorocaba a Directoria da “Votorantim” vaedispensar o elemento perturbador da ordem.O inquérito que é volumoso, vem acompanhado de varias photographias tiradasna fabrica no
Pessoas (21): Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616); Bacharel de Cananéa ; Balthazar Fernandes (1577-1670); Calixto da Motta (n.1591); Diogo de Quadros ; Diogo Vaz de Escobar ; Dionisio da Costa ; Duarte Correia Vasqueanes ; Fr Anselmo da Anunciação (1615-1705); Francisco de Chaves (1500-1600); Francisco de Sousa (1540-1611); João Pereira de Souza (f.1605); José Ortiz de Camargo (f.1663); Luís Carneiro de Sousa (1610-1653); Luiz Lopes de Carvalho (1623-1711); Manoel Fernandes de Abreu “Cayacanga” (1620-1721); Nicolau Barreto ; Pedro Nolasco ; Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777); Salvador Correia de Sá e Benevides (1594-1688); Simão de Vasconcelos (1597-1671)
Temas (27): Açúcar; Bacaetava / Cahativa; Bairro Itavuvu; Bituruna, vuturuna; Buraco de Prata; Caminho do Mar; Caminhos até Itanhaém; Capitania de Itamaracá; Capitania de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém; Capitania de Santo Amaro; Carijós/Guaranis; Córrego Supiriri; Estradas antigas; Fazenda Ipanema; Habitantes; Jesuítas; Lagoa Dourada; Léguas; Montanha Sagrada DO Araçoiaba; Nheengatu; Nossa Senhora das Neves; Ouro; Papagaios (vutu); Peru; Pontes; Serra de Jaraguá; Vutucavarú
Cidades (18): Angra dos Reis/RJ; Araçoiaba da Serra/SP; Bananal/SP; Cananéia/SP; Curitiba/PR; Guaratinguetá/SP; Iguape/SP; Paranaguá/PR; Paraty/RJ; Peruíbe/SP; Pindamonhangaba/SP; Porto Feliz/SP; Rio de Janeiro/RJ; Santana de Parnaíba/SP; São Paulo/SP; Sorocaba/SP; Taubaté/SP; Xiririca (Eldorado)/SP