3 de dezembro de 1974, terça-feira Atualizado em 01/03/2025 23:50:48
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Os crimes cometidos pelo engenheiro Wanderley Gonçalves Quintão e a estudante Maria de Lourdes Leite de Oliveira mais conhecidos como o Caso Van-Lou estão entre os crimes mais notórios do século XX no Brasil.
Os assassinatos dos ex-namorados de Lourdes, ocorridos em 20 de de novembro e 3 de dezembro de 1974, receberam ampla cobertura da imprensa e causaram comoção popular.
Causaram repercussões no comportamento social e até hoje são lembrados em reportagens e também retratados no filme Beijo na Boca.
Estava lá – na Avenida Sernambetiba – um corpo estendido no chão – com a cabeça em cima de uma poça d´água.
Por volta das nove da noite do 3 de dezembro de 1974, entre o final da iluminação e a Avenida Alvorada, Almir da Silva Rodrigues foi encontrado agonizando, alvejado por cinco balas.
Em sua mão direita havia fios de cabelos pretos, femininos, ensopados por laquê, cosmético então na moda.
Almir passou nove dias no Hospital Miguel Couto, tentando sobreviver, após três cirurgias para extração das balas que o atingiram suas costas, virilha e o pescoço.
Mas o que conseguiu foi só deixar incriminada a ex-namorada Maria de Lourdes Leite de Oliveira, a Lou, imputando-lhe a autoria do primeiro tiro – pelos outros quatro, acusou “um homem” que ele não conhecia.
“Foi a Lourdes, foi ela, Lourdes”, balbuciou, semiconsciente, quando levado por um carro da PM, durante a noite daquela terça-feira trágica.
DUAS SEMANAS antes, na mesma Barra da Tijuca, Wantuil de Mattos Lima, técnico em consertos de TV, passara pelo mesmo tipo de execução. Sua mulher suspeitava de que ele tivesse um caso com a Lou e chegou a telefona-la, exigindo explicações.
Esquisito! Uma estudante universitária, moradora da chic Zona Sul carioca, aos 24 anos de idade, figurando no noticiário policial dos jornais, rádios e TV, citada por envolvimento sentimental com dois pobretões suburbanos e de participação em dois crimes. Afinal, quem era esta Lou?
Para os familiares, uma moça meiga, dengosa, exigente com alimentação, roupas, calçados, tudo o que se ligasse à moda.
Os jornalistas que a entrevistaram disseram ser “uma garota meio enigmatica”, enquanto o advogado Mário de Figueiredo, com 34 anos de praça, afirmava ser uma “menina vítima de uma cretinice bárbara”.
De sua parte, Lou definia-se “alguém que gosta de viver bem, como toda moça de minha idade”, conforme declarou à revista “O Cruzeiro”, de 05.03.1975, da qual foi capa.
Lou tivera vários namorados, antes de ficar famosa, mas sem perder a cabeça por nenhum deles. À época dos dois crimes, ela residia no 10º andar do prédio de nº 36, da Rua Lauro Müller, em Botafogo.
Já havia morado no Edifício Visconde de Caeté, nº 246, da Rua Carlos Sampaio, na Cruz Vermelha, sem fazer amigos, a não ser a costureira Janoca Lemos Albernaz, que seguia atendendo-lhe.
DOIS AMORES – Almir e o engenheiro Wanderley Gonçalves Quintão disputavam os amores de Lou. Trabalhador de uma oficina mecânica da Rua Pereira da Siqueira, na Tijuca, o primeiro se virava, desde os 14 anos de idade, inicialmente, como “office-boy” de lojas e, depois, aprendiz de mecânica e motorista de taxi, como o pai.
Para a mãe, Lídia, ele era “um menino puro”. Os irmãos Aprígio e Sérgio sabiam do seu caso com a morena fatal, tendo Aprígio declarado à 16º Delegacia de Policia, na Barra da Tijuca, que Almir “tinha uma transa com a filha de um homem de prestígio (Coronel Lúcio Oliveira), uma dona, em Copacabana, de nome Lourdes, que parava muito na dele”.
PELA VERSÃO de Lou, ela haviar rompido com Almir, “por pressões familiares”, mas não deixava de contata-lo, de vê-lo.
O encontro resultante no crime fora marcado, na véspera, para as 19h30 do dia seguinte, próximo a um posto de gasolina da Rua Mem de Sá. Às 14h30, Vanderlei surgiu à porta do seu apartamento.
Saíram juntos e foram à Barra da Tijuca, onde o rapaz consumiu, nos bares Corcovado e Rancha Alegre, respectivamente, batidas com água de coco (tira gosto de siri) e um “traçado”, também bebida alcóolica, enquanto ela, garantia, só bebera Coca-Cola.
O tempo rolou e Lou, ainda pela sua versão, pedira a Vanderlei que a levasse à Rua Mem de Sá, dizendo-lhe precisar encontrar-se com a sua mãe, para irem à costureira.
Ao encontrar-se com Almir, foram até um local do Recreio dos Bandeirantes sem nenhuma luz. Por ali, o cara disse-lhe que um pneu do seu carro havia furado.
Pararam no acostamento, ficarem conversando dentro do automóvel e, de repente, faróis aproximando-se evidenciavam que Vanderlei os havia seguido. Avisado de que o iluminador era o seu namorado Vanderlei, o companheiro de escapada saiu do carro para falar com o rival.
NESSE PONTO, a versão de Lou lembra os livros de ficção policial:
“Saí do carro, ouvi uns tiros, me escondi. Só ouvia o barulho do mar. Vi o Almir caído. Vanderlei abaixou-se, fez mais dois disparos e dirigiu-se a mim, chamando-me de infiel, vagabunda e outras palavras impublicáveis.
Em seguida, ordenou-me entrar em seu carro e manter bico calado, se não quisesse ter o mesmo destino. Disse ter usado dois revólveres para a polícia achar que fora um assalto”.
Serviço feito, Lou viu-se, finalizando a sua versão, levada para o Rancho Alegre, com Vanderlei a abraçando e falando frases de amor. Ao entraram, o namorado pediu carne de veado, bebeu um “traçado” e exibiu-se, em uma barra de ferro, fazendo malabarismos. Às 10h15 da noite deixou-a em casa, passando, a seguir, a buscar um álibi para ele e, “ todo custo”, tentar incriminá-la.
QUANDO OUVIDO na 16º DP, Vanderlei negou já ter possuído armas e garantido nem saber atirar, ainda mais com as duas mãos, “como mocinho de banque-bangue”.
Acusou o advogado Mário de Figueiredo de subornar pessoas, para montar um álibi, enquanto o seu advogado, Laércio Pelegrino acusou Lou de inventar uma “história sem sentido”.
Lou e Van foram a julgamento em 1979. Durante as investigações, ela entregou à polícia um revólver do seu pai, dizendo tê-lo emprestado a Vanderlei.
No exame de balística, feito pelo Instituto de Investigações Científicas e Criminais, ficou a comprovado ter a arma sido usada pelo seu namorado, por conta de um pacto para eliminar todos os amantes dela.
O julgamento levou quatro dias, tendo a Lou sido condenada a 20 e o Van a 18 anos de prisão. Em, 1982, ele conseguiram liberdade condicional.
Lou formou-se em Direito, mas jamais arrumou emprego. Um dos repórters que a ouviu, Wanderley Lopes, de “O Cruzeiro”, enquanto Irineu Barreto Filho a fotografava, anotou: “...estão dizendo coisas absurdas, que eu matei um rapaz... eu nunca matei ninguém...Tenho um bom coração” – imagine se não tivesse!
Maria de Lourdes Leite de Oliveira Data: 01/01/1974 Créditos/Fonte: Crédito/Fonte: O Globo 01/01/1974
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Capa do livro Caso Van-Lou Data: 01/01/1979 Créditos/Fonte: Crédito/Fonte: O Globo 01/01/1979
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Maria de Lourdes Leite de Oliveira Data: 01/01/1979 Créditos/Fonte: Crédito/Fonte: O Globo 01/01/1979
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ME|NCIONADOS ATUALIZAR!!! EMERSON
Sobre o Brasilbook.com.br
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.