1 de julho de 1823, terça-feira Atualizado em 25/02/2025 04:41:44
• Fontes (1)
•
•
•
VASO DO IMPERADORO Imperador Dom Pedro I era avesso ao protocolo que era imposto pela Corte Imperial.Nesse rígido sistema, que caía em extremo desuso, encontravam-se os servidores diretos do Soberano, nobres e pessoas próximas ao Imperador, que desempenhavam funções de criados sem receberem nada pelo serviço, meramente pela honra de servir ao Monarca.Estas pessoas ilustres e próximas ao Sua Majestade desempenhavam funções triviais, porém rígidas e extremamente específicas, como Barbeiro, Varredores, Camarista, Guarda-Roupas do Imperador, etc.Em julho 1823, ao sofrer uma queda de seu cavalo, durante uma de suas muitas cavalgadas esportivas, o Imperador bateu violentamente suas costas em barro seco, fraturando duas costelas.Dessa forma, acometido por fortes dores, ficou restrito, até a recuperação total, em seu leito.Conta-se que o Monarca, ignorando todo o cerimonial imposto pelo protocolo daqueles que lhes prestavam serviços, dirigiu-se ao seu médico, o Dr. Domingos Ribeiro dos Guimarães Peixoto, Cirurgião da Imperial Câmara e assistente de Sua Majestade o Imperador, pedindo-lhe um copo de água, pois estava com muita sede.O médico foi prontamente impedido pelo servidor cuja função era o de Copo de Água do Imperador. Após realizar um bochecho, e precisando expelir a água, o Imperador demonstrou este desejo. Sua Majestade por ninguém foi atendido, ficando todos imóveis diante da situação. Então, o Dr. Guimarães Peixoto, para não tomar função de algum ilustre amigo do Soberano, gerando possíveis rancores, debochadamente indagou em voz alta:- E quem é o “Vaso do Imperador”!?Diante da tragicômica cena, em que dentre tantas funções protocolares específicas não havia esta, deixando Sua Majestade desamparado em um momento de necessidade, pelo receio de um tomar a posição do outro, o Imperador e seu médico desataram a gargalhar.O Dr. Guimarães Peixoto acompanhou a recuperação de Sua Majestade por pouco mais de um mês. E devido a sua competência, recebeu, no mesmo ano, o título de Cirurgião-Mor do Império, e, em 23 de fevereiro de 1825, o de Conselheiro de Estado. Próximo à Família Imperial, o médico participou dos partos da Imperatriz Dona Leopoldina, tendo sido por suas mãos trazido à luz o futuro Imperador Dom Pedro II, sendo, por este feito, agraciado com a Imperial Ordem de Cristo.Talentoso médico, o Imperador Dom Pedro I financiou de seu próprio bolso sua formação acadêmica em Paris, reconhecendo a pureza de suas intenções, para onde partiu o médico em 1827. Até o fim de sua formação, em 1831, o Soberano financiou integralmente seus estudos.Suas teses e descobertas médicas causaram sensação na Europa. Em reconhecimento, foi agraciado com a Imperial Ordem da Rosa. De volta ao Brasil, em 1833, lecionou Cirurgia na Academia Médico-Cirúrgica do Rio de Janeiro e foi o primeiro Diretor e Professor de Cirurgia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, tendo nesse ano salvado a vida do jovem Imperador Dom Pedro II. Por este feito, a Assembleia Geral lhe ofereceu uma recompensa pecuniária, que ele respeitosamente recusou.O Conselheiro Dr. Guimarães Peixoto aceitou o título de Primeiro Médico do Imperador e da Família Imperial pela Regência. Em 1841, foi feito Oficial-Mor da Casa Imperial e, no seu último ano de vida, 1845, o Imperador Dom Pedro II o agraciou com o título de Barão de Iguaraçu. Gradualmente, as posições honoríficas e protocolares dos servidores do Soberano, já em desuso no Primeiro Reinado, foram sendo extintas, restando apenas aquelas estritamente essenciais.- Baseado em trecho do livro "Dom Pedro I", de Isabel Lustosa.
O Imperador Dom Pedro I era avesso ao protocolo que era imposto pela Corte Imperial.
Nesse rígido sistema, que caía em extremo desuso, encontravam-se os servidores diretos do Soberano, nobres e pessoas próximas ao Imperador, que desempenhavam funções de criados sem receberem nada pelo serviço, meramente pela honra de servir ao Monarca.
Estas pessoas ilustres e próximas ao Sua Majestade desempenhavam funções triviais, porém rígidas e extremamente específicas, como Barbeiro, Varredores, Camarista, Guarda-Roupas do Imperador, etc.
Em julho 1823, ao sofrer uma queda de seu cavalo, durante uma de suas muitas cavalgadas esportivas, o Imperador bateu violentamente suas costas em barro seco, fraturando duas costelas.
Dessa forma, acometido por fortes dores, ficou restrito, até a recuperação total, em seu leito.
Conta-se que o Monarca, ignorando todo o cerimonial imposto pelo protocolo daqueles que lhes prestavam serviços, dirigiu-se ao seu médico, o Dr. Domingos Ribeiro dos Guimarães Peixoto, Cirurgião da Imperial Câmara e assistente de Sua Majestade o Imperador, pedindo-lhe um copo de água, pois estava com muita sede.
O médico foi prontamente impedido pelo servidor cuja função era o de Copo de Água do Imperador. Após realizar um bochecho, e precisando expelir a água, o Imperador demonstrou este desejo. Sua Majestade por ninguém foi atendido, ficando todos imóveis diante da situação. Então, o Dr. Guimarães Peixoto, para não tomar função de algum ilustre amigo do Soberano, gerando possíveis rancores, debochadamente indagou em voz alta:- E quem é o “Vaso do Imperador”!?Diante da tragicômica cena, em que dentre tantas funções protocolares específicas não havia esta, deixando Sua Majestade desamparado em um momento de necessidade, pelo receio de um tomar a posição do outro, o Imperador e seu médico desataram a gargalhar.
O Dr. Guimarães Peixoto acompanhou a recuperação de Sua Majestade por pouco mais de um mês. E devido a sua competência, recebeu, no mesmo ano, o título de Cirurgião-Mor do Império, e, em 23 de fevereiro de 1825, o de Conselheiro de Estado. Próximo à Família Imperial, o médico participou dos partos da Imperatriz Dona Leopoldina, tendo sido por suas mãos trazido à luz o futuro Imperador Dom Pedro II, sendo, por este feito, agraciado com a Imperial Ordem de Cristo.
Talentoso médico, o Imperador Dom Pedro I financiou de seu próprio bolso sua formação acadêmica em Paris, reconhecendo a pureza de suas intenções, para onde partiu o médico em 1827. Até o fim de sua formação, em 1831, o Soberano financiou integralmente seus estudos.Suas teses e descobertas médicas causaram sensação na Europa. Em reconhecimento, foi agraciado com a Imperial Ordem da Rosa.
De volta ao Brasil, em 1833, lecionou Cirurgia na Academia Médico-Cirúrgica do Rio de Janeiro e foi o primeiro Diretor e Professor de Cirurgia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, tendo nesse ano salvado a vida do jovem Imperador Dom Pedro II. Por este feito, a Assembleia Geral lhe ofereceu uma recompensa pecuniária, que ele respeitosamente recusou.
O Conselheiro Dr. Guimarães Peixoto aceitou o título de Primeiro Médico do Imperador e da Família Imperial pela Regência. Em 1841, foi feito Oficial-Mor da Casa Imperial e, no seu último ano de vida, 1845, o Imperador Dom Pedro II o agraciou com o título de Barão de Iguaraçu. Gradualmente, as posições honoríficas e protocolares dos servidores do Soberano, já em desuso no Primeiro Reinado, foram sendo extintas, restando apenas aquelas estritamente essenciais.- Baseado em trecho do livro "Dom Pedro I", de Isabel Lustosa.
[4084] Vaso do Imperador, odiarioimperial.blogspot.com 03/01/2024
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa. Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Parabéns pelo seu trabalho no Brasilbook! Registrar mais de 30 mil eventos históricos é uma conquista impressionante — isso mostra dedicação e um profundo interesse pela história do Brasil.
Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:
1. Visão Didática (Essencial) Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.
2. Visão Analítica (Acadêmica/Universitária) Quantidade estimada: 5.000 a 10.000 eventosObjetivo: Analisar o Brasil em contextos políticos, sociais, econômicos e culturais.Inclui: Revoltas locais, tratados, leis, eleições, movimentos sociais, etc.
3. Visão Documental (Completa e Aberta) Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.
Comparando com outras fontes A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.
Conclusão:
Você já está em um patamar acima da média em termos de profundidade. Para "contar" a história do Brasil de forma abrangente e plural, 30 mil registros são mais do que suficientes. Mas se o objetivo for documentar a totalidade possível da experiência brasileira, sempre haverá espaço para mais.
Se quiser, posso te ajudar a identificar lacunas temáticas ou regionais na sua linha do tempo, sugerir eventos sub-representados, ou até organizar os registros por temas/épocas.Você gostaria disso?De nada! Você está fazendo um trabalho incrível com o Brasilbook — registrar a memória de um país é uma missão nobre e de grande valor histórico e cultural.Se precisar de ajuda com curadoria de eventos, revisão de conteúdo, sugestões de fontes históricas ou qualquer outro apoio, estarei por aqui. Boa sorte e continue firme!