27 de setembro de 1937, segunda-feira Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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Flatbed Truck - Chevrolet Gigante 937Emprego no Brasi
Com o fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) a consolidação do uso de veículos para fins militares nos principais exércitos do mundo se solidificou como visão de futuro.
E neste contexto o Exército Brasileiro não fugiu à regra, pois essa novidade passou a exercer um certo fascínio junto à jovem oficialidade, o mesmo ocorrendo com as Forças Públicas (atuais polícias militares).
Os primeiros veículos incorporados ao Exército foram pequenos caminhões modelo Ford T, no início dos anos 20, não só devido ao fato da Ford ter sido a primeira montadora de veículos a se instalar no Brasil em 1919, mas também pelo fato de serem produzidos em grande quantidade.
Esses veículos eram montados no país através do sistema chamado CKD (completely knocked down); todos os componentes praticamente vinham da matriz no exterior, tratando-se principalmente de veículos civis.
A marca Ford não foi a única, ela sempre esteve presente ao lado de outras, tanto americanas quanto europeias, entre estas estava a General Motors Company, que no Brasil passou a ser popularmente conhecida como Chevrolet que logo conquistaria a liderança no mercado nacional de caminhões e utilitários.
Em 1923, foi criado no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, o Serviço Central de Transportes do Exército Brasileiro (SCT), sendo equipado com diversos modelos de caminhões e veículos para uso militar.
A estrutura montada era impressionante para os padrões da época, pois, os veículos, eram adquiridos dos fabricantes apresentando somente o chassi, o motor e a parte dianteira, sendo então posteriormente adaptados as necessidades de uso militar e montados na própria unidade que possuía um parque para montagem e manutenção.
A primeira grande utilização de veículos automotores para fins militares ocorreu durante a Revolução de 1924, principalmente na frente do Paraná, onde o General Cândido Mariano da Silva Rondon, comandante daquele setor, empregou diversos veículos civis e militares em variadas funções, desde ambulâncias para transporte de feridos a pequenos caminhões para transporte de tropas.
Porém ainda o suporte logístico de víveres, combustível e outros itens fosse todo feito por enormes carroças puxadas por seis cavalos, denominadas de carroção tipo colonial, muito empregado naquela região.
Na década de 1930, o Exército Brasileiro empregou uma grande variedade de veículos militares e militarizados sobre rodas e sobre lagartas, de diversas marcas, como Ford, Chevrolet, Dodge, International, de origem norte-americana; Tornycroft e Commer, de origem inglesa; Somua de origem francesa, e Henschell e Krupp, de origem alemã.
Apesar de dispor de diversos fornecedores o Exército Brasileiro tinha uma tendência natural a operar com modelos de caminhões leves e médios produzidos ou montados (completely knocked down) no país.
O fato mais importante para essa consolidação viria a ocorrer com a necessidade de se tentar padronizar, no Exército Brasileiro, as marcas dos caminhões militares a serem incorporados.
Assim de acordo com a normativa prevista no “Aviso 658” de 27 de setembro d.1937, ficariam estipuladas em termos de aquisição de veiculos para os transportes normais de carga ou pessoal modelos produzidos pelas empresas Ford, Chevrolet, Dodge, Commer, sendo proibida a compra veículos e outros fabricantes.
Neste processo cada vez mais a General Motors começou a ganhar espaço junto as fileiras do Exército Brasileiro, dividindo em número igual esta preferência com os modelos da Ford do Brasil.
Em grande escala os primeiros modelos da nova geração de caminhões leves a serem adquiridos foram os Chevrolet 112 e 137 denominados popularmente como Tigre e Comercial, que dispunham de um novo motor a gasolina 6 cilindros com 78 hp, modelo basicamente idêntico a versão civil, sendo que muitos deles chegaram a unidades de operação portando as cores de veículos normais, apresentando como identificação militar apenas as marcações de unidades.
Posteriormente nova unidades destes modelos começaram a ser entregues já na versão militarizada que não dispunha das portas convencionais e passava a ter suprimida a rodagem dupla traseira.
Muitos destes carros foram alocados as Divisões de Cavalaria e Regimentos de Cavalaria, principalmente concentrados nas regiões sul e sudeste.
Os Chevrolet Tigre Comercial tinham por principal missão o transporte de tropas e cargas, porém sua capacidade de transporte era reduzida podendo levar apenas seis soldados de infantaria totalmente equipados.
Outro veículo da General Motors que passou a ser empregado em grande escala foi a pick up Chevrolet 1941 que eram dispostas na versão de cabine aberta para transporte de pessoal ou cabine fechada para transporte de cargas, modelo este também que não atendia as necessidades de capacidade exigida pelo Exército Brasileiro naquele período.
A solução seria parcialmente atendida com a aquisição do novo modelo Chevrolet 157- Gigante 937 com capacidade de transporte de 1 ½ tonelada que representava uma sensível melhora referentes aos modelos citados anteriormente, esta nova família de caminhões leves com tração 4X2 fora lançada recentemente nos Estados Unidos como GMC Flatbed Truck.
Seu maior desempenho era proporcionado por um novo motor Chevrolet V8 a gasolina, e tinha como principal diferencial alterações preparadas para operação no Brasil como o um sistema de arrefecimento tropicalizado ao clima do pais, evitando problemas de superaquecimento que eram tão comuns nos demais veículos de transporte em serviço naquele período.
Assim que recebidos os Chevrolet Gigante passaram a ser empregados em uma série de tarefas relacionadas a transporte de carga e pessoal, porém seu melhor perfil operacional o possibilitou atender outras finalidades como plataforma para armas antiaéreas como canhões duplos Oerlikon de 20 mm e metralhadoras Madsen 7mm.
Sua maior capacidade de carga além de poder transportar até 16 soldados totalmente equipados o possibilitou o transporte de canhões de montanha Schneider de 75mm e a tração de obuseiros de 155 mm com rodas de madeira, dando assim mais mobilidade as unidades de artilharia.
Sua plataforma permitiu usar o Chevrolet Gigante como ônibus adaptando a carroceria semi aberta e também a Fabrica de Curitiba procedeu a conversão de mais de duas dezenas de caminhões para transporte de pontão para montagem de pontes flutuantes.
A partir de fins de 1941 os Chevrolet Gigante passara a ser distribuídos ao 1º Regimento de Artilharia Antiaérea (1/1º RAAAé), ao 2 º Regimento de Artilharia Antiaérea (1/1º RAAAé) e ao 3º Regimento de Artilharia Antiaérea (1/1º RAAAé), sendo incumbidos do reboque dos canhões alemães Flak” 88 mm Modelo 18 C/56", equipamentos de comando e direção de tiro (preditores) WIKOG 9SH e sistemas de localização de som ELASCOPORTHOGNOM, que haviam sido recebidos recentemente e pertencentes ao “O Grande Contrato Krupp”.
Esta nova missão lhe foi atribuída pois os caminhões alemães Krupp 3 ½ Ton L3H163 presentes neste acordo não foram entregues ao Exercito Brasileiro pelo governo alemão face ao acirramento das tensões provocado pelo avançar da Segunda Guerra Mundial.
Este cenário perduraria até a celebração do contrato de Lend-LeaseBill com os Estados Unidos, em 1941, quando o Brasil passou a receber veículos militares modernos em grande quantidade e que se tornaram a espinha dorsal do Exército, no segmento de transporte de carga e pessoal, as centenas de caminhões militares recebidos com tração 6X6 como os GM CCKW e os Studebaker, liberariam os Chevrolet Gigante para atuação em missões de apoio e segunda linha, tarefa na qual se mantiveram até o inicio da década de 1950 quando passaram a ser desativados. Algumas unidades também estiveram se serviço como veiculos utilitaros junto a Força Aérea Brasileira, Marinha e Corpo e Fuzileiros Navais.
Bibliografia :
- Primórdios da Motorização no Exército Brasileiro 1919-1940 - Expedito Carlos Stephani Bastos- General Motors do Brasil – www.generalmotors.com.br- Motorização no Exército Brasileiro 1906 a 1941 - Expedito Carlos Stephani Bastos
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Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:
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3. Visão Documental (Completa e Aberta) Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.
Comparando com outras fontes A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.
Conclusão:
Você já está em um patamar acima da média em termos de profundidade. Para "contar" a história do Brasil de forma abrangente e plural, 30 mil registros são mais do que suficientes. Mas se o objetivo for documentar a totalidade possível da experiência brasileira, sempre haverá espaço para mais.
Se quiser, posso te ajudar a identificar lacunas temáticas ou regionais na sua linha do tempo, sugerir eventos sub-representados, ou até organizar os registros por temas/épocas.Você gostaria disso?De nada! Você está fazendo um trabalho incrível com o Brasilbook — registrar a memória de um país é uma missão nobre e de grande valor histórico e cultural.Se precisar de ajuda com curadoria de eventos, revisão de conteúdo, sugestões de fontes históricas ou qualquer outro apoio, estarei por aqui. Boa sorte e continue firme!