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Inauguração da Padaria e Confeitaria Elma
    1 de janeiro de 1962, segunda-feira
    Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

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Uma antiga casa no bairro do Bom Retiro, em Curitiba, foi palco para a criação de uma receita familiar artesanal que faz sucesso até hoje.

Há 59 anos, as famílias de imigrantes alemães Wagner e Unger trouxeram ao país um salgadinho muito tradicional em Schwarzwald, na fronteira com a França e a Suíça: o Brezel.

Ou, como ficaram conhecidos por aqui, os pretzels e os palitinhos Stiksy, os famosos salgadinhos da Elma Chips.

A história é longa. Em 1959, e as irmãs Elfriede Wagner e Maria Unger começaram a fazer em casa os petiscos que anos depois chamariam a atenção da multinacional PepsiCo, gigante alimentícia norte-americana que até então produzia apenas refrigerantes no Brasil.

Tudo começou com um forno caseiro e uma receita simples que misturava apenas trigo, água e sal grosso misturados à mão e moldados em um moedor de carne adaptado.

Gerhard Wagner, filho de Elfriede, conta que a receita foi mandada por uma tia que trabalhava em uma fábrica de snacks na Alemanha.

Era um plano B para os recém-chegados imigrantes: “meu pai veio para o Brasil em 1957 contratado como torneiro mecânico de uma grande empresa, mas a hiperinflação da época corroía todo o salário dele. Precisávamos de uma alternativa”. Na época ele tinha 9 anos de idade.

Porta em porta

Os salgadinhos começaram a ser vendidos de porta em porta e no Mercadorama. Mas, não demorou muito para que o forninho caseiro tivesse de ser aposentado, tamanha a demanda pelos palitinhos.

Em janeiro de 1962, o ano novo trouxe também a decisão que mudaria a vida das irmãs: Elfriede e Maria criaram oficialmente a Padaria e Confeitaria Elma em um galpão no bairro do Xaxim, e a batizaram com suas iniciais.

Foi nesta época também que o pai de Gerhard, Eugen Wagner, e o cunhado, Viktor Unger ampliaram a loja.

A nova estrutura era maior e passou a abrigar uma máquina importada que produzia 40 toneladas de petiscos ao ano, vendidas para todo o Paraná e Santa Catarina.

“Mas o tempo ali no Xaxim também não durou muito, e logo tivemos que ampliar de novo a fábrica”, conta Gerhard ao mostrar à Gazeta do Povo o prédio construído no bairro do Boqueirão em 1965, e que continua em pé até hoje.

O Boqueirão de ontem

Gerhard conta que o Boqueirão tinha só campo e mato, com muito espaço para abrigar caminhões, estoque e mais uma grande máquina importada.

Mas, a crise financeira de 1966 e 1967 pegou a família de surpresa. “O mercado diminuiu, tivemos problemas para pagar os empréstimos que fizemos nos bancos estatais da época, foi um tempo muito difícil”, lembra Gerhard.

Curiosamente, ao invés de diminuir a produção e cortar gastos, a família foi atrás de novos mercados e consumidores.

E fez uma aposta alta que poderia resultar em sucesso [ou decretar a falência completa]. Em 1968, Eugen e Viktor conseguiram um novo empréstimo para importar equipamentos mais modernos e automatizados.

A economia melhorou e as novas máquinas puderam aumentar a produção para 200 toneladas ao ano, levando os petiscos daqui para os estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

E como a indústria vive de novidades, Eufriede e Maria criaram mais um salgadinho derivado daquela receita original, e que até hoje é um dos mais vendidos: o Pingo D’Ouro.

Em 1973, o especialista em planejamento estratégico Carlos Wagner (sem parentesco com a família) foi contratado pela PepsiCo para sondar indústrias que já estivessem produzindo snacks, assim a gigante já começaria com uma boa fatia do mercado.

“Ela tinha um plano de investimento de 10 anos, e queria a liderança do setor o quanto antes”, conta.

A primeira aquisição foi uma fábrica de batatas fritas em São Paulo, tocada por um imigrante português. Depois veio a Elma, que chegou a disputar o investimento com a Filler, de Porto Alegre.

Mas, estrategicamente falando, a escolha da Elma prevaleceu “por conta da logística mais fácil entre o sul e sudeste, da tecnologia, e havia muito espaço para expansão”, explica Carlos Wagner.

Pouco menos de um ano depois, a venda foi concretizada. E como um “prêmio pelo trabalho de tantos anos”, a multinacional manteve o nome adotado pelos fundadores: a Elma-Chips passou a existir apenas no Brasil.

As instalações do Boqueirão chegaram a ser ampliadas por mais alguns anos até a década de 1980, quando não havia mais para onde crescer.

O pastor Marcos Ens, que sempre morou no bairro, conta que os caminhões ficavam enroscados nos fios da rua. “Não era raro eles passarem e levarem os cabos embora, sempre faltava luz por aqui”, lembra.

A Elma Chips foi então para uma nova fábrica construída próximo à Ceasa, na Cidade Industrial de Curitiba, e os galpões do Boqueirão ficaram abandonados por alguns anos até meados de 1993, quando a Comunhão Cristã Abba comprou o espaço.

No entanto, Gerhard diz que muita coisa mudou na Rua Cascavel, 750: “hoje em dia nem parece que havia uma fábrica familiar ali”.

De familiar mesmo ficou apenas o nome, “um misto de nostalgia e alegria”, conta o senhor com uma voz embargada e emocionada.

Segundo dados da Nielsen Consultoria, o maior mercado de Stiksy no Paraná, embora muita gente daqui não saiba que tudo começou com um forno caseiro em uma casinha no bairro do Bom Retiro.





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