23 de julho de 1953, quinta-feira Atualizado em 24/10/2025 04:31:35
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Em julho de 1953 a lei apresentada pelo deputado Salgado Sobrinho foi aprovada pela Assembléia Legislativa do Estado, criando a "Casa de Balthazar Fernandes" em Sorocaba, sob às despesas do governo estadual, a qual seria dirigida e supervisionada pela direção do Museu Estadual (imagem 3).
O deputado Salgado Sobrinho foi parabenizado pela magnífica vitória alcançada e a qual, por certo, iria atender a esfera cultural de nossa cidade, a exemplo do que ocorria no Museu de Itu.
O governador do estado, Adhemar de Barros, sancionou a lei e em 23 de outubro houve doação do imóvel pelo sr. Jorge Caracante e sua exma. esposa d. Ignez Marques Caracante (imagem 7).
Os sorocabanos apresentaram durante os festejos do III Centenário de fundação de Sorocaba, uma das suas mais concretas e magníficas realizações com a solene instalação da "Casa de Balthazar Fernandes", onde funcionaria o Museu Sorocabano.
A notícia teve muita repercussão em todos os meios sociais, com o envio á Câmara Municipal, pelo sr. Emerenciano Prestes de Barros, prefeito municipal, do projeto de lei, aprovando e ratificando por doação simples para a instalação daquela brilhante realização.
A restauração do imóvel seria executada pela Diretoria de Obras de Municipalidade local, de acordo com a orientação do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, do Ministério da Educação, contando com a valorizissíma cooperação do notável historiador Aluísio de Almeida, quem desde o lançamento da idéia tornou-se num dos mais ardorosos defensores da idéia, oferecendo inúmeros e inestimáveis subsidios para a planificação do trabalho que seria desenvolvido, no sentido de tornar concreta, palpável e palpitante tão louvável iniciativa.
Terminada a obra de restauração do imóvel, o mesmo seria entregue ao Museu Estadual do Ipiranga, na pessoa do seu dinâmico e realizador diretor Sérgio Buarque de Holanda, que no momento está empreendo viagem de estuydos na Europa.
Era salientado também o papel preponderante que bem ocupando nesse trabalho, os srs. Rodrigo de Mello Franco e Luiz Saya, respectivamente diretor do Serviço do Patrimônio Histórico e Artistíco Nacional e representante daquele serviço em São Paulo, os quais orientariam a restauração do edifício onde residiu o fundador da então chamada "Manchester" paulista, o maior centro industrial do interior brasileiro.
O QUE HOUVE?
O fundador de Sorocaba é um personagem controverso. Sua estátua, doada pela colônia espanhola em 1954, colocado diante do Mosteiro de São Bento, já foi alvo de vandalismo diversas vezes. Porém, passa quase despercebido a todos o imenso casarão que ele construiu em Sorocaba em 1654.
Balthazar Fernandes se estabeleceu em Sorocaba em 1654, aos 74 anos de idade. Chegou com a família e cerca de 380 escravizados, o que explica a grandeza do edíficio construído próximo ao córrego do Lajeado, atual Jardim Sandra.
Quando faleceu Fernandes doou as terras que lhe couberam por causa da morte de sua esposa, Isabel de Proença. Essas terras compreendiam uma área que ia desde o Rio Sorocaba até as divisas com Curitiba.
Juntamente com as terras e a igreja, foram doados 12 vacas, um touro, 12 índios para trabalhar na terra, uma índia para cozinhar para os padres e mais um índio para trabalhar na sacristia.
A condição para essa doação consistia na obrigação de os padres rezarem 12 missas ao longo de todo ano e mais uma celebrada no dia de Nossa Senhora da Ponte, em novembro.
A SANTA CRUZ DA COMPOSIÇÃO
Logo surgiu um conflito entre a Igreja, a Câmara Municipal e descendentes de Balthazar Fernandes, que queriam anular o testamento. Teve de vir à cidade o Padre Provincial, que era o Frei Francisco da Visitação, pertencente à congregação portuguesa. Para tentar apaziguar os ânimos sobre quem era "dono de Sorocaba", o Frei Francisco fez uma nova escritura com a Câmara.
Nessa nova escritura, foram estabelecidos os novos limites das terras do Mosteiro. A Câmara Municipal fez algumas exigências, entre elas, a permanência dos monges em Sorocaba. Se, por acaso, a Ordem Beneditina removesse os monges da cidade, deveria devolver ou doar à Câmara todo o patrimônio do Mosteiro.
O Frei Francisco da Visitação pediu para que as esmolas não entrassem nesse acordo, porque era impossível devolver o dinheiro, mas se prontificou em manter sempre dois ou três monges no Mosteiro, com a obrigação de ensinar a Língua Portuguesa, o Latim e Canto.Em 2 de julho de 1728 foi assinado o Termo da Santa Cruz da Composição entre os vereadores da época e os monges beneditinos, colocando um ponto final a impasse criado por um dos filhos de Balthazar, Manoel Fernandes de Abreu, que reivindicava a posse das terras doadas pelo pai à Ordem de São Bento.
Os padres ameaçavam, inclusive, deixar Sorocaba. Quem vindo dos lados da Estação Rodoviária, rumo ao Centro, subindo pelas ruas Santa Clara ou Dr. Nogueira Martins, logo depara-se com uma grande Cruz de pedra, afixada no alto da praça existente na bifurcação entre as duas ruas, local justamente conhecido como largo da Santa Cruz.
Os dizeres colocados junto ao monumento quando da afixação da Cruz ali em 3 de maio de 1954, então festa religiosa da Santa Cruz e dentro das celebrações do Ano do III Centenário de Fundação de Sorocaba: “Aqui Balthazar Fernandes erigiu a 1ª Santa Cruz do Senhor Jesus Cristo...”
Porém dia 16 do mesmo mês o Governador da Província de São Paulo, Antonio da Silva Caldeira Pimentel, escreve ao rei D. João relatando a disputa que se passava em Sorocaba.
D. JOÃO ANULA AS DOAÇÕES FEITAS POR BALTHAZAR
Dia 24 de Janeiro de 1729, uma segunda-feira, é uma data importante: por meio de Carta Régia, o rei de D. João, conhecido como "O Magnânimo" declarou nula as doações de terras feitas á ordens religiosas porque os títulos das terras eram as cartas de sesmaria e nestas era estipulada a condição de não irem as terras parar em mãos de religiosos, e que não "se constava, Balthazar, como senhor das terras".
Não adiantou! Em agosto de 1774 José de Almeida Leme, capitão-mor de Sorocaba, solicitou ao Governador a expulsão de invasores das terras do Mosteiro São Bento, doadas por Balthazar.
O CASARÃO
Sempre me intrigou a falta e os registros existentes do centenário casarão. O francês Jean-Baptist Debret registrou a Real Fábrica de Ferro em Ipanema em 1821, um panorâma da cidade e a Cachoeira da Chave em 1827.
Francisco Luís de Abreu Medeiros fez gravuras da cidade em 1864; o polonês Julio Wiecszerski Durski, que chegou em Sorocaba aos 24 anos em 1875, é considerado o primeiro fotógrafo da cidade.
Pedro Neves dos Santos (1923-1924), Luiz Almeida Marins e Nicolau Alonso Filho (1930) também não registraram o casarão.
Em 1938 a equipe da revista "A Cidade" foi convidada para "uma tarde alegre na pitoresca e elegante vivenda", à convite do proprietário e família, registrou outro belo casarão, porém não o casarão. (imagem 4).
No final da década de 40, Herman Hugo Graeser, fotógrafo do IPHAN/SP, fez registros fotográficos em Sorocaba e registrou o casarão (imagem 1), porém não Gal Moreira Dini II, filho do ex-prefeito Gualberto Moreira, registrou muitas das obras que estavam sendo realizados em Sorocaba durante as gestões de seu pai.
O Jardim Sandra e o Parque da Biquinha foram construídos na década de 70.
Primeira "construção" de Sorocaba Data: 01/01/1947 Créditos/Fonte: Crédito/Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul 01/01/1947
ID: 9300
Estátua de Balthazar Fernandes Data: 01/07/2021 Créditos/Fonte: Crédito/Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul 01/07/2021
ID: 4257
Projeto "A Casa de Balthazar Fernandes Data: 23/07/1953 Créditos/Fonte: Crédito/Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul 23/07/1953
ID: 10421
Chácara Caracante. Atual Jardim Sandra Data: 01/01/1938 Créditos/Fonte: Crédito/Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul 01/01/1938
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Casarão construído por Baltasar Fernandes* Data: 01/01/1947 Créditos/Fonte: Crédito/Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul 01/01/1947
ID: 10199
Casarão de Balthazar Fernandes Data: 01/01/1952 Créditos/Fonte: Crédito/Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul 01/01/1952
ID: 9551
Projeto "A Casa de Balthazar Fernandes Data: 23/10/1953 Créditos/Fonte: Crédito/Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul 23/10/1953
ID: 10422
ME|NCIONADOS ATUALIZAR!!! EMERSON
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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.